Meu Amigo Pedro
O que lemos
aqui é narrativa de vida ou morte revelada pelo amigo Valter Borino, pessoa super estimada em Iretama - PR, pai legítimo de uma filha linda e de um filho também
chamado Valter, que ele não teve, mas ganhou pela sua bondade e solidariedade.
Então vamos saber do Valter, como esse milagre aconteceu de ser pai sem ter gerado:
“Ai está, para quem não a conhece minha, filha Fabiana, mas carrego dentro de mim a sensação perene de que ela tem um irmão mais velho.
Calma.
Deixe-me explicar.
Creio que
foi no ano de 1979, estávamos com meu amigo Pedro Smack no bar do prédio do
Américo, em frente ao posto do Hugo, por volta das 04 horas da madrugada. Só
estava eu, o Pedro e o dono do bar quando o amigo Valdecir parou seu cavalo,
apeou desesperado, a procura de alguém para ir até
uma propriedade próxima do centro de Iretama, onde uma mulher parturiente
precisava urgentemente de ajuda.
Estava eu e o Pedro de cara cheia, era madrugada de sábado, mas
eu disse a ele, se tem alguém precisando, vamos lá agora!
Aí saímos, eu, o Pedro e Valdecir em meu corcel 77.
No caminho ele explicou que uma vizinha tinha entrado em
trabalho de parto cheio de complicações e a parteira não estava conseguindo
retirar a criança.
Imagine nossa situação. Dois jovens inexperientes sem nunca ter passado por uma situação desta, era um desafio enorme.
Lá chegando, que sena encontramos!
Naquela humilde casa estava a mulher na cama, o marido e a
parteira desesperada... Muito sangue. O quê fazer?
Aí tomamos a seguinte decisão: enrolar ela em um lençol e Pedro
como era o mais forte a pegou nos braços e a colocou, com todo cuidado, no
banco traseiro do carro.
Ela veio deitada no colo do Valdecir. Eu e Pedro no banco da
frente. A distância até a cidade era de uns poucos quatro quilômetros, mas
parecia não chegar nunca. Estrada de terra ruim, muito buraco, eu não podia
correr devido a trepidação, aos solavancos, os gritos e pranto da mulher.
Depois de quase uma eternidade chegamos até em frente do
hospital. Chamamos a enfermeira de plantão e ela ajudou a carregar a senhora
para dentro, mas o médico não estava lá.
Então eu e Pedro fomos buscar o Dr. Sócrates na casa dele e
deixamos o médico no hospital. Agradeci e fomos para nossas casas dormir.
Domingo, assim que levantei, fui ao Hospital saber notícias.
Graças a Deus a mãe e a criança estavam bem.
Todavia o que mais me marcou nesta situação, é que eu trabalhava
no Banco Bamerindus nesta época. Passados dois ou três dias do ocorrido
apareceu um senhor no meu caixa e perguntou: Você que é filho do Geraldo Borino?
Afirmei que: sim e por quê quer saber?
E ele me falou: sou o marido daquela mulher que você e teu amigo
foram socorrer no sábado. Estou aqui para te agradecer e, como estou sem
condições de lhe dar um premio ou um agrado, vim te pedir uma coisa: posso
colocar o nome de meu filho de Valter?
Foi aí que ganhei um filho de coração. Naquele tempo era muito
jovem, talvez não sabia entender o que é gratidão, mas hoje me sinto feliz por
ter praticado aquela ação. Talvez na época tenha pensado: fizemos um favor a
estas pessoas e só. Mas hoje sei que foi Deus que nos colocou na vida delas
para ajudar a salvar duas vidas preciosas.
Valter Borino
Coments:
ESPERO EM DEUS QUE ELE E TODA A FAMÍLIA ESTEJAM BEM.
Coments:
Lindo relato Wille. E ele reviu o filho do coração novamente?
Valter Borino:
0i Fátima, infelizmente não! Pouco tempo depois
fiquei sabendo através do Valdecir que eles mudaram daquele sítio, então não
fiquei sabendo para onde foram, mas ficaria muito feliz em ter contato. Quem
sabe um dia?!ESPERO EM DEUS QUE ELE E TODA A FAMÍLIA ESTEJAM BEM.
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