23/04/2019

* MEU FILHO QUE NÃO TIVE - Iretama

 
Meu Amigo Pedro

O que lemos aqui é narrativa de vida ou morte revelada pelo amigo Valter Borino, pessoa super estimada em Iretama - PR, pai legítimo de uma filha linda e de um filho também chamado Valter, que ele não teve, mas ganhou pela sua bondade e solidariedade. Então vamos saber do Valter, como esse milagre aconteceu de ser pai sem ter gerado:


“Ai está, para quem não a conhece minha, filha Fabiana,  mas carrego dentro de mim a sensação perene de que ela tem um irmão mais velho.
Calma. Deixe-me explicar.
Creio que foi no ano de 1979, estávamos com meu amigo Pedro Smack no bar do prédio do Américo, em frente ao posto do Hugo, por volta das 04 horas da madrugada. Só estava eu, o Pedro e o dono do bar quando o amigo Valdecir parou seu cavalo, apeou desesperado, a procura de alguém para ir até uma propriedade próxima do centro de Iretama, onde uma mulher parturiente precisava urgentemente de ajuda.
Estava eu e o Pedro de cara cheia, era madrugada de sábado, mas eu disse a ele, se tem alguém precisando, vamos lá agora!
Aí saímos, eu, o Pedro e Valdecir em meu corcel 77.
No caminho ele explicou que uma vizinha tinha entrado em trabalho de parto cheio de complicações e a parteira não estava conseguindo retirar a criança.
Imagine nossa situação. Dois jovens inexperientes sem nunca ter passado por uma situação desta, era um desafio enorme.
Lá chegando, que sena encontramos!
Naquela humilde casa estava a mulher na cama, o marido e a parteira desesperada... Muito sangue. O quê fazer?
Aí tomamos a seguinte decisão: enrolar ela em um lençol e Pedro como era o mais forte a pegou nos braços e a colocou, com todo cuidado, no banco traseiro do carro.
Ela veio deitada no colo do Valdecir. Eu e Pedro no banco da frente. A distância até a cidade era de uns poucos quatro quilômetros, mas parecia não chegar nunca. Estrada de terra ruim, muito buraco, eu não podia correr devido a trepidação, aos solavancos, os gritos e pranto da mulher.
Depois de quase uma eternidade chegamos até em frente do hospital. Chamamos a enfermeira de plantão e ela ajudou a carregar a senhora para dentro, mas o médico não estava lá.
Então eu e Pedro fomos buscar o Dr. Sócrates na casa dele e deixamos o médico no hospital. Agradeci e fomos para nossas casas dormir.
Domingo, assim que levantei, fui ao Hospital saber notícias. Graças a Deus a mãe e a criança estavam bem.
Todavia o que mais me marcou nesta situação, é que eu trabalhava no Banco Bamerindus nesta época. Passados dois ou três dias do ocorrido apareceu um senhor no meu caixa e perguntou: Você que é filho do Geraldo Borino?
Afirmei que: sim e por quê quer saber?
E ele me falou: sou o marido daquela mulher que você e teu amigo foram socorrer no sábado. Estou aqui para te agradecer e, como estou sem condições de lhe dar um premio ou um agrado, vim te pedir uma coisa: posso colocar o nome de meu filho de Valter?
Foi aí que ganhei um filho de coração. Naquele tempo era muito jovem, talvez não sabia entender o que é gratidão, mas hoje me sinto feliz por ter praticado aquela ação. Talvez na época tenha pensado: fizemos um favor a estas pessoas e só. Mas hoje sei que foi Deus que nos colocou na vida delas para ajudar a salvar duas vidas preciosas.
Imagem relacionada 

Valter Borino aos 3 anos de idade

Iretama, 03-02-2013
Valter Borino

Coments:


Lindo relato Wille. E ele reviu o filho do coração novamente?

0i Fátima, infelizmente não! Pouco tempo depois fiquei sabendo através do Valdecir que eles mudaram daquele sítio, então não fiquei sabendo para onde foram, mas ficaria muito feliz em ter contato. Quem sabe um dia?!
ESPERO EM DEUS QUE ELE E TODA A FAMÍLIA ESTEJAM BEM. 



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