* Campo Mourão: Briga com padre e suborno com laranjas

  

Amélia de Almeida Hruschka de Campo Mourão

"Quando me casei na Igreja de São José, padroeiro de Campo Mourão,  o vigário era o alemão João Assmann. Nós tínhamos pago e marcado horário da cerimônia.  Eu quis decorar a igreja antes,  mas ele não deixou. Brigou e me xingou!!

Disse ele, todo enrolado: -Nossa Senhorra já enfeita o igreeja e não perrrcisa desses porcarrias de flóóress!! (espera eu rir)...

"Bomm, aí entrou outro casamento e foi na nossa frente. Discuti com o padre novamente. Afinal eu tinha pago. Ele retrucou que ia fazer as  duas cerimônias juntas!"

-Nããoo senhorr!.. nada disso... paguei e quero a minha separada e, antes desse aí!! falei enfezada. 

Ele fechou a cara e fez nosso casamento bem rapidinho, e disse:

'Você não vai ser feliz porque é muito orgulhosa!!"

“Ainda bem que a profecia dele não pegou (risos). Fui muiitoo feliz com o Alfonso até a morte dele. Tivemos quatro filhos maravilhosos" conta feliz e lembra que "o lugar mais gostoso pra gente namorar, era na Usina. Só que a família inteira ia junto!" ri Amélinha. "Eles ficavam sondando. Se pegasse na mão, pronto... tinha que casar!... Eitaa tempo bom, seu moço!!  - Mas eu queria  é, ter nascido nos dias de hoje... é melhor pra namorar... hoje pode tudo... não é mesmo?! (gargalhadas).

Suborno laranja - "Mas, como te disse, não casei com um vereador meio prefeito. Me casei com um suplente. Na eleição seguinte o Alfonso foi eleito e ocupou uma cadeira na Câmara. Um dia, o padre João Asmann (aquele alemão  birrento do casamento) nos mandou um saco de laranjas, de presente. Na hora não entendi nada. Depois eu soube que na Câmara tramitava um pedido da paróquia de doação do terreno e ajuda da prefeitura a fim de construir o novo Colégio Vicentino Santa Cruz, ali onde está hoje, na Índio Bandeira esquina com Rua Araruna".

-Será que foi pra ganhar o voto do Alfonso que ele nos deu o saco de laranjas?? - Sei nãoo!! disse pensativa.

"Isso, hoje, seria chamado (de suborno) laranjão", brincou. 

"Mas o voto foi favorável - não pelas laranjas do padre - e sim porque a cidade já merecia um ótimo colégio, igual a esse. Muita gente importante estudou e estuda ali", elogiou  a ex-professora do antigo Instituto Santa Cruz, ex-vereadora e ex-deputada estadual por Campo Mourão.