A primeira tentativa nos Campos do Mourão
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Entre 1890 e 1893 - registraram-se duas tentativas de ocupação territorial nos distantes Campos do Mourão, terra devoluta no Centro-Oeste do Paraná até então inexplorada, apesar de servir de pasto, ponto de descanso das tropas e passagem das boiadas que seguiam dos Campos Gerais até Mato Grosso (trecho longo que ficou conhecido por Estrada Boiadeira).
Dos trinta guarapuavanos que tinham requerido 60 mil hectares de terra (2 mil cada um), no cartório de imóveis da comarca guarapuavana, apenas três: Norberto Marcondes, Guilherme de Paula Xavier e o alemão Jorge
Walter (conhecido por Russo) aportaram, pela primeira vez, nos Campos do Mourão com uma expedição de 120 peões a fim de se
dedicarem à criação de gado, de forma pacifica.
A segunda tentativa foi em 1883, encabeçada por Jorge Walter seguido, mais tarde, por Guilherme de Paula Xavier.
O primeiro propósito era manter contato com a tribo remanescente de índios Kaingang aqui existente, com cerca de 500 habitantes chefiados pelos caciques: Gembrê e Índio Bandeira, este último líder da sua tribo no chamado
Campo Bandeira, hoje uma fazenda com este nome, enquanto que, a tribo, chefiada por
Gembrê, ficava à margem do Ribeirão 119, região da Santa Cruz.
Os expedicionários
começaram a construir simples ranchos de pouso e pequenas benfeitorias. A mais importante foi a do alargamento de uma trilha por dentro da mata bruta que seguia por sobre o traçado muito antigo de um caminho dos índios que ligava a imensa região do Vale do Piquiri/Ivaí ao patrimônio de Pitanga - Município de Guarapuava.
Porém somente Jorge Walter - o Russo - fixou-se na região
do Rio Sem Passo, na Gleba São Domingos, mais conhecida por Gleba dos Walter e se deu bem com a comercialização de gado e alimentos agrícolas. Sua força tarefa, além dos empregados contava com a dedicação dos filhos e apoio da sua esposa, Julia da Rocha Loures (Nha Dona), cabocla bonita, simples e trabalhadeira que sabia tudo das lides caseiras nos tempos onde nada era fácil e a mulher era fundamental, pois tinha que ser criativa para vestir, alimentar e sustentar a família, geralmente numerosa, além da peonada de responsabilidade da patroa.
Bem mais tarde retornou o Coronel Guilherme de Paula Xavier - recém saído da revolução republicana contra o império - que abriu a Fazenda Santa
Maria, banhada pelo rio Ranchinho, assim nominado por ele próprio.
O imenso pinhal que existia na terra do Coronel Guilherme ficou conhecido, bem
mais tarde (1950), por Cama Patente em virtude da indústria que fabricava a famosa cama com molas, e que dali extraia madeira de pinho, transportada para São Paulo, para
este fim.
Quanto ao Comendador Norberto Marcondes (batizado Norberto Mendes Cordeiro), amigo do Capitão Índio Bandeira, o seu
objetivo era amansar os nativos, que ele chamava de bugres, mas não se fixou nos Campos do Mourão. Este trabalho
indigenista lhe valeu a Comenda das Rosas que lhe foi concedida por D. Pedro II, em cerimônia realizada durante jantar de gala, no palácio real, em Petrópolis - RJ, daí o título de Comendador.
A primeira família a se fixar efetivamente, onde hoje está a cidade de Campo Mourão, foi a de Jozé Luis Pereira - 11 pessoas - em 16 de Setembro de 1903 na região do Jd Santa Cruz, por onde tudo começou na Capital do Centro Oeste do Paraná.
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Blog destinado às Informações gerais sobre Campo Mourão e à Saga das Famílias Bathke e Vera Luque
10/11/2018
* Os primeiros por Campo Mourão - 1893
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