Casemiro Biaico nasceu dia 15 de junho de 1917, em Prudentopólis (PR). Filho
de Gregório e Leonor Biaico. Era casado com Eloina
Silvério, conhecida por "Dona Lula".
Mudou-se para Campo Mourão a convite do prefeito Pedro Viriato de Souza Filho a fim de organizar, burocraticamente, o Município quando da sua instalação em 1947.
Até construir sua residência, a primeira em alvenaria, na Rua São Paulo, em frente da Alfaiataria Santo Antonio de Estefano Domanski, dormia no sótão da prefeitura/escola, em frente à praça Getúlio Vargas. A casa que construiu chamava a atenção na cidade e muita gente vinha de longe ver de perto a 'casa de concreto', pois era novidade. Essa morada ainda existe no mesmo local em que foi edificada e funciona como escritório do Antonio Fabri.
Piada - "O seu Damião, de Curitiba, era tratorista da prefeitura de Campo Mourão e se hospedava com nossa família", narra Adelaide Teodoro. "Certo dia o seu Casemiro estava nos visitando, todos sentados no alpendre, e se gabou da casa de tijolos que estava quase pronta. Perguntou ao Damião se já tinha visto e o que achava da obra... e coisa e coisa? -O operador de máquinas - muito brincalhão - respondeu: Sinceramente Casemiro? Olha, lá em Curitiba, no Prado, tem baias dos cavalos de corrida, bem melhores que tua casa!! -Seu Biaico largou até o cafezinho que estava tomando, fechou a cara e saiu pisando duro rua Brasil acima", concluiu Adelaide.
A Família de Joaquim Teodoro morava no fim da rua Brasil esquina com av, Afonso Botelho, na saída de Campo Mourão>Barreiro das Frutas.
A Família de Joaquim Teodoro morava no fim da rua Brasil esquina com av, Afonso Botelho, na saída de Campo Mourão>Barreiro das Frutas.
Além de assessorar o Prefeito, Biaico também foi Secretário Executivo, da Fazenda (tesoureiro), de Planejamento, de Obras e Chefe de Gabinete. Dono de uma bela caligrafia e de um bom português, registrou atas das primeiras reuniões e redigia todos expedientes do Poder Legislativo durante a primeira legislatura, manualmente. Era secretário municipal único e polivalente. Guardava o dinheiro que a tesouraria do município arrecadava consigo, visto que não existia agência bancária em Campo Mourão e nem cofre na Prefeitura.
Devido às dificuldades financeiras do recém criado Município nos seus primeiros anos de emancipação, Biaico deixou o cargo com um saldo a seu favor no valor de Cr$ 94.415,00 (noventa e quatro mil, quatrocentos e quinze cruzeiros), equivalente a R$ 44.933,36, atualizado pelo IGP/DI da Fundação Getúlio Vargas em outubro de 2005. Lançou mão de suas economias a fim de atender despesas urgentes e inadiáveis, por serviços prestados ao Município, por terceiros.
O saldo deixado por Biaico justificava-se "...no intuito
de resguardar o bom nome dessa Prefeitura e no interesse de atender aos seus credores, cujos créditos estavam
representados em vencimentos e serviços prestados por pessoas, cujo recebimento
se fazia urgente em face de serem necessitados, não mediu sacrifícios para
atender com seu próprio dinheiro tais compromissos".
Chegou a requerer a devolução dos valores por ele colocados na Prefeitura, em 18 de agosto de 1952, porém, em 3 de novembro de 1956 foi-lhe negado o direito à restituição.
Deixou as funções administrativas em 4 de dezembro de 1951,
quando do término do mandato do vereador e prefeito Joaquim Teodoro de Oliveira.
Foi membro do Grêmio Esportivo Operário e vigoroso beque (zagueiro) do time de
futebol. Formava dupla de ‘beques’ com o não menos raçudo Avelino Piacentini ou com seu Domingos do Ponto Chic.
Ele usualmente no final de suas colocações verbais não falava etc e etc... dizia: e coisa... e coisa !!
"Você ainda deve aqui na prefeitura... e coisa e coisa. Teremos que acertar se não vem multas, e... coisa e coisa
Faleceu com 76 anos, em 1993 e seu nome é lembrado pela Praça Casemiro Biaico, no Jardim Paulista - Campo Mourão - PR.
Posteridade - O livro (manuscritos) que contém as atas da primeira legislatura da Câmara de Campo Mourão (1947-1951) foi escrito pelo único funcionário municipal, Casemiro Biaico, que prestava serviços aos dois poderes públicos e sua remuneração mensal era de um salário mínimo.
Atualmente o livro está sob guarda do Departamento de Controle Legislativo e
Arquivo Histórico. O raro exemplar que contém a ata da instalação da Câmara Municipal de Campo Mourão, datado de 5
de dezembro de 1947, foi 'tombado' como Patrimônio Histórico do Paraná pelo
Conselho Estadual do Patrimônio Cultural, sediado em Curitiba, em reunião
realizada no dia 15 de setembro de 2009.
Posteridade - O livro (manuscritos) que contém as atas da primeira legislatura da Câmara de Campo Mourão (1947-1951) foi escrito pelo único funcionário municipal, Casemiro Biaico, que prestava serviços aos dois poderes públicos e sua remuneração mensal era de um salário mínimo.
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