São Josafá Kuncewicz (João Kuntsevytch)
Nasceu no ano de 1580, em Volodymyr, na Volínia, importante centro comercial do Reino Polono-Lituano. Seu pai Gabriel e sua mãe Maria vinham de uma linhagem empobrecida. No batismo recebeu o nome de João.
Entre seus treze e quatorze anos de
idade, João Kuntsevytch foi enviado por seus pais para Vilnius, capital da
Lituânia, a fim de trabalhar com um rico comerciante e membro do governo lituano,
Jacinto Popovytch, e aperfeiçoar-se na arte do comércio. Em Vilnius, uma cidade
cosmopolita sob o aspecto religioso, onde conviviam as diversas confissões
cristãs –
protestantes, católicos e ortodoxos – João entrou em uma fase de escolhas
decisivas em sua vida. Em sua consciência tomava corpo uma crucial pergunta:
qual era a verdadeira Igreja de Cristo? Em face das divisões da Igreja, qual
delas deveria ele seguir? Deveria permanecer fiel à Igreja Ortodoxa de sua
família?I
Neste impasse foram importantes ao
jovem João, os padres jesuítas da Academia Teológica de Vilnius, com os quais ele
gostava de se aconselhar. Eles lhe mostraram o caminho: poderia ser católico,
sem abandonar a sua tradição cristã oriental.
Justamente nesse tempo (1596), os
bispos ucranianos da metropolia de Kiev, reunidos no sínodo de Brest, cidade
próxima a Vilnius, declararam a sua fé católica e reconheceram o Papa como único
chefe da igreja de Cristo, mas conservaram toda uma tradição oriental, de fonte
bizantina. A União de Brest foi a luz que fez João dar o passo decisivo em sua
vida.
São Josafat foi o restaurador da vida
religiosa basiliana em terras eslavas e, junto com o metropolita José Veliamyn
Rutskyi, foi o fundador da Ordem de São Basílio Magno, tal como ela é hoje sob a
denominação de “Ordem
Basiliana de São Josafat”. Rutskyi foi o grande amigo, companheiro e colaborador de Josafat,
tanto na restauração da vida monástica como na obra da união cristã em torno do
Papa.
Tudo na vida de João Kuncewicz aconteceu cedo e rápido. Estudou filosofia e teologia. Aos 20 anos se tornou
monge na Ordem de São Basílio, e adotou o nome de Josafat. Em pouco tempo era
nomeado superior do convento e, logo depois, arquimandrita e arcebispo de
Polotsk, com apenas 37 anos.
Vivia-se
a época do cisma cristão (divisão) provocado pelas igrejas do oriente e Josafat
foi um dos grandes batalhadores pela união delas com Roma, e obteve vitórias em
muitas das frentes de batalha. Defendia, sem medo, a autoridade do Papa e o fim
do cisma, com a conseqüente união das igrejas. Pregava e fazia questão de
seguir os ensinamentos de Jesus numa só igreja, sob a autoridade de um único
pastor.
Sua luta incansável reconquistou
muitos hereges e ele é considerado o
responsável pelo retorno dos rutenos (também chamados
de cárpato-rutenos e russianos, um grupo étnico da Europa que fala a língua rutena e descende
dos russianos que não se
tornaram ucranianos), ao seio da igreja unificada.
Embora outras Igrejas do oriente não o
tenham seguido, foi uma vitória histórica e muito importante.
Atuando desta forma era evidente que sofreria represálias. Foi vítima de calúnias, difamações, acusações absurdas e uma oposição ameaçadora por parte dos que apoiavam o cisma. Em uma pregação chegou a prever que seu fim estava próximo e seria na mão dos inimigos, mas não temia por sua vida e jamais deixou de lutar.
Atuando desta forma era evidente que sofreria represálias. Foi vítima de calúnias, difamações, acusações absurdas e uma oposição ameaçadora por parte dos que apoiavam o cisma. Em uma pregação chegou a prever que seu fim estava próximo e seria na mão dos inimigos, mas não temia por sua vida e jamais deixou de lutar.
Em uma das visitas às
paróquias sob sua administração, sua moradia foi cercada e atacada. Muitas
pessoas da família e da comitiva foram massacradas e assassinadas. O arcebispo
Josafat, então, se apresentou aos inimigos, perguntando porque matavam seus
familiares se o alvo era ele?! Impiedosamente a multidão o atacou, torturou,
matou e jogou seu corpo em um rio, dia 12 de novembro de 1623, na cidade de
Vitebsk, na Bielorussia.
Seu corpo foi recuperado da água do rio e venerado pelos fiéis. Mais tarde, os responsáveis pelo assassinato do arcebispo foram presos, julgados, condenados e acabaram se convertendo e, assim, escaparam da pena de morte.
Seu corpo foi recuperado da água do rio e venerado pelos fiéis. Mais tarde, os responsáveis pelo assassinato do arcebispo foram presos, julgados, condenados e acabaram se convertendo e, assim, escaparam da pena de morte.
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