07/07/2015

Àrvore Símbolo de Campo Mourão – Copaíba

  


 

A Copaíba (langsdorfii copaifera) é conhecida, desde tempos remotos, pelos ameríndios que utilizavam seu óleo de forma medicamentosa.
Pela sua imponência e importância é a Árvore Símbolo de Campo Mourão, imune a corte, de acordo com as leis municipais n°s: 1077 e 1290.

A árvore adulta mede entre 10 a 20 m de altura. Tronco de 50 a 80 cm de diâmetro; copa frondosa que oferece excelente sombra. Dão flores entre dezembro e março. Os frutos amadurecem de agosto a setembro, época em que praticamente perde suas folhas.
O plantio natural de suas sementes é atribuído às formigas saúvas, que proliferavam por toda região. As transportavam juntamente com as folhas, as estocavam como alimento, mas quando ocorria a morte da rainha, todo o formigueiro fenecia e, assim, as sementes, não transformadas em fungo alimentar, brotavam em pequenas quantidades e formavam bosques equidistantes conforme a localização dos enormes formigueiros, verdadeiros morretes, comuns em Campo Mourão. Hoje não mais.
Uma pequena parte, do que eram estes bosques, está preservado, no pátio do Colégio Santa Cruz. As marcas do formigueiro, antes da urbanização do local, eram perfeitamente visíveis, bem como a presença das saúvas em atividades por ali e seus extensos ‘carreiros’. Ficou conhecido como Bosque das Copaíbas e foi point social dos mourãoenses e visitantes, nas décadas de 40 e 50.
Outra marca de formação de bosque pode ser vista ao lado esquerdo do hangar do Aéreo Clube de Campo Mourão.

Pelo Brasil
Todavia a Copaíba não é privilégio só de Campo Mourão. Têm várias espécies e diversos nomes, encontrada em: Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Amazônia, conhecida por: copaíba do cerrado, copaíba do campo, bálsamo, óleo-de-copaíba, copaíba-da-várzea, copaíba-vermelha, oleiro, copaibeira-de-minas, copaúba, cupiúva, óleo-vermelho, pau-de-óleo e podoí. O importante é que todas fornecem o mesmo óleo com propriedades medicinais iguais, no tratamento da saúde humana.


Utilização ampla.
A Copaíba pode ser empregada na arborização rural e urbana, sendo útil também para plantios em áreas degradadas de preservação permanente, além do uso medicinal conhecido desde as mais remotas populações indígenas, que conheciam suas propriedades curativas. Os Maias a chamavam de: "óleo da vida". Entre os Incas era: “balsamo dos deuses”.O óleo de Copaíba é extraído do caule (miolo) da árvore, um líquido oleoso, amarelo ao marrom claro, com odor característico do bálsamo e um gosto, ligeiramente amargo, de sabor picante e aromático.

No uso medicinal e terapêutico é utilizado em todos os tratamentos da pele: queimaduras, cicatrização, furúnculos, psoríases, urticárias, afecções do couro cabeludo e micoses, bem como em: inflamações e doenças no estômago e intestinos.

Age, ainda, como expectorante no tratamento de tosse, bronquite e vias respiratórias. Também tem a função de desintoxicar, pois equilibra, limpa e fortalece os sistemas funcionais do organismo humano. É considerado o mais poderoso antiinflamatório natural do mundo, sendo muito rico em ácido copático, beta-cariofileno e alfa-copaeno. Seu principal componente é o cariofileno.

Cura Milenar
Os indígenas utilizavam esse óleo para untar o corpo e curar as feridas. Usavam, também, contra a sífilis.Os homeopatas aplicam em tratamentos de: cistite, coriza, bronquite, tosse e urticária.

Coleta Manual
A extração do óleo da Copaíba é através de um buraco feito no tronco, com furadeira manual, na altura de 60 ou 100 cm do solo. A broca é introduzida até o centro do tronco, cerca de 20 a 50 cm, com pequeno inclinação do furo o que facilita o escoamento do balsamo, que cai numa vasilha colocada no local. Não pode se misturar com água, senão se perde o material extraído. No final o furo é tampado com madeira para preservar a árvore, que só pode ser explorada novamente, após cinco anos.

Devastação

Infelizmente, a extração aleatória por pessoas despreparadas, ainda ocorre de forma primitiva, o que ocasiona a morte das árvores. Nos desmatamentos de áreas nativas, a fim de formar pastagens, as árvores são derrubadas por moto-serras e correntões, nos cerrados. Assim árvores inteiras, as centenas, são derrubadas na época das secas, com posterior queimada, limpeza do terreno e plantio de pastagem.
Outra forma de coleta danosa, praticada pelos moradores da mata é que, com moto-serra ou machado, fazem um grande buraco no tronco e tiram poucos litros de óleo. O problema é que esse procedimento mata a árvore e o balsamo perde a qualidade da essência.

Comércio
Copaíba é particularmente interessante como fonte de biodiesel. Se cultivada, economicamente, pode render até 12.000 litros por ha. plantado.
    
  

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