Uma numerosa tribo Guarani, com cerca de 250 mil nativos, habitava os Campos do Mourão, no alto de um espigão, entre duas águas cristalinas. O cacique Coaracy Berá (sol brilhante) era respeitado por todas tribos e caciques vizinhos.
Tinha uma filha meiga e cativante, que adorava o pai, com o nome
de Anahí (boca doce). Essa princesinha cantava canções que enalteciam seu povo
e espalhava alegria por toda a aldeia onde sua gente vivia imensa paz, em harmonia com a Mãe Natureza.
Certo dia essa paz foi abalada no Campo de Coaracy Berá, invadido pelos brancos do mal. O confronto foi inevitável. Flechas e lanças contra espadas e armas de fogo nunca vistas. Guerreiros guaranis e invasores lutaram uma guerra de extermínio e o venerado cacique foi morto pelo comandante Castelar.
Certo dia essa paz foi abalada no Campo de Coaracy Berá, invadido pelos brancos do mal. O confronto foi inevitável. Flechas e lanças contra espadas e armas de fogo nunca vistas. Guerreiros guaranis e invasores lutaram uma guerra de extermínio e o venerado cacique foi morto pelo comandante Castelar.
Anahí tudo viu, revoltada, chorou sua dor e jurou acabar com o
inimigo que matou seu bondoso pai. Esperou anoitecer, não tinha lua, mas
conhecia bem o lugar onde vivia. Como uma felina entrou no acampamento e com
sua lança matou o comandante cruel, com um pontaço certeiro no seu peito.
Estrebuchando na ponta da lança, gritou por socorro e a frágil Anahí foi
capturada por truculentos soldados.
Sem piedade foi condenada a morrer queimada pelo ‘crime’ que
cometeu, no tronco fincado bem no centro do acampamento invasor. Atearam fogo na
enorme fogueira que rapidamente devorou a madeira e a princesinha índia.
Anahí não soltou nem um gemido, não pediu clemência e nem gritou
de dor, mas todos que assistiram sua morte ouviram uma linda canção de
despedida que saia de sua boca enquanto as labaredas a consumiam. Num instante
tudo foi consumado, só sobraram cinzas.
Do nada, os soldados e os índios que sondavam do meio da mata,
assustados, não queriam acreditar no que viam agora. No mesmo lugar da fogueira, milagrosamente, se ergueu um novo
tronco de madeira mole e macia, com galhos estendidos como se fossem braços
carregados de imensa quantidade de flores vermelhas, da cor do sangue, iguais
as que florescem em corticeiras nas beiras dos rios do Campo e Ribeirão 19.
Apavorados com o milagre, os inimigos fugiram dalí e nunca mais
voltaram ao Campo de Coaracy Berá, onde mora a alma doce de Anahi.
Corticeira dá nas beiras de rios de Campo Mourão
Inhana e Cascatinha -Tributo à Anahí
Anahi...
As arpas sentidas soluçam arpejos
Que são para ti;
Anahí...
Teus acordes lembram a imensa bravura
Da raça tupi;
Anahí...
Índia flor agreste da voz tão suave
Como aguaí;
Anahí, Anahí...
Teu vulto no campo difere entre as flores
Pela cor rubi.
Defendendo altiva
Tua valente tribo, foste prisioneira
Condenada à morte,
Já estava teu corpo envolto à fogueira;
E enquanto as chamas a estavam queimando
Numa flor tão linda se foi transformando.
Os teus inimigos fugiram dali!
As aves ficaram cantando o milagre
Da flor de Anahí.
Anahí... Anahí... Anahí...
As arpas sentidas soluçam arpejos
Que são para ti;
Anahí...
Teus acordes lembram a imensa bravura
Da raça tupi;
Anahí...
Índia flor agreste da voz tão suave
Como aguaí;
Anahí, Anahí...
Teu vulto no campo difere entre as flores
Pela cor rubi.
Defendendo altiva
Tua valente tribo, foste prisioneira
Condenada à morte,
Já estava teu corpo envolto à fogueira;
E enquanto as chamas a estavam queimando
Numa flor tão linda se foi transformando.
Os teus inimigos fugiram dali!
As aves ficaram cantando o milagre
Da flor de Anahí.
Anahí... Anahí... Anahí...
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