Canção Missioneira
1 - Cristianismo espanhol e português.
2 - Paróquia e Diocese de São José.
3 - Galeria de Fotos da Diocese de Campo Mourão.
A cobiçada mesopotâmia mourãoense foi, acirradamente, disputada pelos reinos católicos de Portugal e Espanha que
se proclamavam descobridores e donos da América do Sul. Porém, confusos com o traçado imaginário do Tratado de Tordesilhas (1493) nunca sabiam de que lado estavam. Se aqui era aqui, ou aqui era lá.
Durante o período
de exploração, o vasto sertão era uma preciosidade incrustada na Província del Guairá, que açambarcava os Campos do Cacique Coaraciberá. Era subordinada ao governo espanhol, sediado em Assunção, capital da Província do Prata, desmembrada da Província del Peru que incluía o atual Paraguai.
Salto del Guairá no Paraguai e Guaíra no Brasil, originárias da Vila de Ciudad Real del Guairá, situam-se às margens direita e esquerda do Rio Paraná respectivamente, ao sul do rio Paranapanema (divisa do Paraná com São Paulo).
A Província del Guairá - hoje oeste e centro-oeste do Estado do Paraná - era acessada através dos rios Tibagi (a leste), Ivaí e Piquiri (centro), Iguaçu (ao sul) e Paraná (a oeste), tendo ao norte o Paranapanema; ao sul divisava com Tape (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e a noroeste limitava-se com Itatim (Mato Grosso do Sul).
A Província del Guairá - hoje oeste e centro-oeste do Estado do Paraná - era acessada através dos rios Tibagi (a leste), Ivaí e Piquiri (centro), Iguaçu (ao sul) e Paraná (a oeste), tendo ao norte o Paranapanema; ao sul divisava com Tape (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e a noroeste limitava-se com Itatim (Mato Grosso do Sul).
Os grandes rios:
Paranapanema, Paraná e Iguaçu eram imponentes no seu primitivismo natural e importantes vias de navegação e transporte dos que se aventuravam a penetrar os sertões do Paraná.
Por terra o caminho nativo, conhecido por Pe abe y u, levava à longas distâncias. Foi utilizado intensamente por europeus, guiados por índios que dominavam o traçado pré-colombiano, completamente.
Por terra o caminho nativo, conhecido por Pe abe y u, levava à longas distâncias. Foi utilizado intensamente por europeus, guiados por índios que dominavam o traçado pré-colombiano, completamente.
Enquanto os
espanhóis fundaram províncias a oeste do Paraná, os portugueses demarcaram capitanias hereditárias por todo o litoral brasileiro, doadas aos nobres da corte, pelo rei Dom João III.
1532 - Martim Afonso de Souza, donatário da Capitania de São Vicente, enviou expedição comandada por Francisco de Chaves e Pero Lopes, aos sertões do Paraná, em busca de riquezas, a exemplo do que faziam aventureiros bandeirantes e espanhóis.
1541 - A colonização espanhola vinha desde Santa Catarina, de onde aportou e depois partiu, em 1541, Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, que assumiu o comando militar do Paraguai, determinado a dominar o Rio Paraná e barrar invasões portuguesas. Enquanto tomaram conta dessa região, a partir de Assunção, os guairenses se apressaram em estabelecer vilas civis e reduções religiosas na Província del Guairá, na tentativa de sacramentar a posse da terra, impor a força da supremacia contra nações nativas e angariar respeito dos povos estrangeiros.
1553 - A iniciativa de povoamento da região foi do governador Martinez de Irala, após ter explorado parte do rio Paraná. Foi quando deu-se a fundação de três pequenas vilas às margens dos rios Paraná e Corumbatai: Ontiveiros (perto de Foz do Iguaçu), Ciudad Real del Guairá (atual Guaíra) e Vila Rica del Espírictu Sanctu (Fênix). As finalidades destes povoados espanhóis eram várias: domínio da terra; formação de roças de alimentos; conversão de índios à religião cristã; torná-los submissos ao trabalho; mudar sua cultura, bem como explorar as minas de ouro, prata e pedras preciosas conhecidas pelos nativos e que a eles não tinham valor. Desconheciam o ferro e viviam na Era da Pedra Lascada.
Escravismo - O sistema de ‘encomiendas’ consistia na captura de índios e índias fortes e sadios destinados ao trabalho escravo, depois vendidos na pequena Vila de São Paulo a peso de ouro. Nativos doentes, crianças e idosos, os ‘encomienderos’ matavam ou abandonavam a própria sorte. A maioria dos fortes era tocada a pé igual animais, amarrados uns nos outros, até São Paulo. Muitos morriam no trajeto por inanição, fome e sede. Estas fundações buscavam, especificamente, demarcar e ocupar a terra, fortalecer a horda militar e aumentar o número de religiosos no domínio espanhol, esforço que visava desenvolver a agricultura, incorporar as populações indígenas ao sistema econômico, social e ao credo religioso cristão, da governança dominante.
1591 - Mas foi no final
do século XVI, no governo Geral do Brasil, de Francisco de Souza (1591-1602) que diretrizes foram traçadas e planejado o avanço incansável dos paulistas na Província del Guairá, o que
possibilitou a organização de expedições armadas, chamadas Bandeiras, que
sistematicamente iniciaram as entradas em terras guairenses e guarani, na caça de índios submetidos a escravidão e a procura das supostas riquezas acumuladas nos povoados castelhanos e missionários.
Religiosos Pioneiros
A evangelização na região começou com a implantação da Diocese do Rio
da Prata, na vila de Assunção, em 1547, na qual destacaram-se os frades
franciscanos: Alonso de San Buenaventura e Luis Bolaños, os primeiros catequistas do povo guarani a projetar reduções com a finalidade de
atrair os índios ao invés de ir ao encontro deles nos incomensuráveis sertões. A fim de contornar as dificuldades catequéticas criaram as missões (reduções) em forma de vila padrão, como
instrumento de atração e indução do povo guarani à fé cristã e ao trabalho. Os casais batizados e unidos pelo rito matrimonial cristão, nas reduções, ganhavam uma chácara onde construíam casa e faziam plantações.
1551 foi quando começaram os trabalhos dos padres jesuítas na América do Sul. Na ocasião o bispo Francisco
de Vitória, da Diocese de Tucumã, solicitou apoio ao padre José de Anchieta,
Provincial do Brasil (1577-1587), que enviou cinco catequistas ao Paraguai: Leonardo Armínio, Manuel Ortega, João Saloni, Tomás Fields e Estêvão
da Grã.
1607 foi criada a Província Jesuítica do Paraguai, e a partir daí a região recebeu reforço de mais 13 jesuítas vindos da Província del Peru, liderados pelo padre mestiço, Montoya, filho de espanhol e mãe inca.
1607 foi criada a Província Jesuítica do Paraguai, e a partir daí a região recebeu reforço de mais 13 jesuítas vindos da Província del Peru, liderados pelo padre mestiço, Montoya, filho de espanhol e mãe inca.
1609 e 1632 deu-se a ação intensiva dos loyolistas da Companhia de Jesus na Província del Guairá, fundamental na evangelização do sul da América. Com auxilio dos nativos catequizados, os sacerdotes missionários construíram diversas reduções nas margens dos principais rios existentes no Paraná.
Mapa da Província del Guairá
que originou o Estado do Paraná
Ás margens do rio Paranapanema fundaram:
Nossa Senhora de Loreto do Pirapó e Santo Inácio Miní (1612).
Nas bandas do rio
Tibagi implantaram as de São Francisco Xavier (1622), Nossa Senhora da
Encarnação (1625), São José (1625) e São Miguel (1627).
Às margens do rio
Ivaí surgiram as reduções de Sete Arcanjos (1627), São Paulo (1627), Santo
Antônio (1627), São Tomé (1628) e Jesus Maria (1628).
Ao longo da calha do rio Piquiri
fundaram: São Pedro (1627) e Nossa Senhora da Conceição (1628).
1632 - Todo esse trabalho foi destruído durante ataques ferrenhos dos bandeirantes iniciados em 1628 por Manuel Preto e consolidados, entre 1630 e 1632, por Antonio Raposo Tavares, que atacou, matou, saqueou e expulsou espanhóis, jesuítas e índios catequizados. para além Paraná.
1632 - Todo esse trabalho foi destruído durante ataques ferrenhos dos bandeirantes iniciados em 1628 por Manuel Preto e consolidados, entre 1630 e 1632, por Antonio Raposo Tavares, que atacou, matou, saqueou e expulsou espanhóis, jesuítas e índios catequizados. para além Paraná.
Aos bandeirantes
não importava a religião, pois nem a vinda do bispo Cristóbal de Aresti,
desde Assunção até Vila Rica do Espirito Santo, a fim de tentar salvar seu rebanho, foi
respeita, o que levou o líder espiritual a comandar um penoso êxodo
até Assunção, não sem muitas mortes nas implacáveis perseguições dos portugueses contra índios e espanhóis, rio Ivaí abaixo, até Guaíra, à margem do grande Rio Paraná. Muitos morreram na fuga, outro tanto naufragou e parte dos fugitivos morreu afogada.
1770 - Depois dos saques e desolações causadas nas reduções e vilas espanholas, a vasta região de Campo Mourão adormeceu por centenas de anos, novamente visitada depois de 1770 por tropas militares oriundas de Curitiba, com a determinação expressa de vigiar as divisas com Paraguai e evitar qualquer violação espanhola ao solo paranaense. As divisas do Brasil de hoje, são praticamente as mesmas expandidas e demarcadas pelas conquistadas ferozes de bandeirantes paulistas.
1775 - Está preocupação e envio de milicias à região de Campo Mourão deu-se depois da nomeação do fidalgo português, Dom Luíz Antônio de Souza Botelho Mourão (gestão 1765 – 1775), capitão-geral da Capitania de São Paulo, que estava extinta desde 1748, subordinada a do Rio de Janeiro.
D. Luíz ordenou
ao seu primo Afonso Botelho de Sampaio e Souza, aquartelado em Curitiba e São José dos Pinhais, que mandasse expedições militares aos campos de Guarapuava e sertões além Tibagi. Quando as tropas chegaram à região do imenso cerrado, o denominaram Campos do Mourão, homenagem ao
governador da Província de São Paulo, da qual Curitiba era sua 5a
Comarca.
1893 - Mais um grande lapso se passou até a primeira notícia que se tem da intensão coletiva de pessoas interessadas em adquirir grande lotes de terra nos Campos do Mourão, datada de 25 de setembro de 1893, conforme registro no cartório de imóveis da Comarca de Guarapuava - PR. Foi por esse tempo que visitaram as posses requeridas, mas aqui não se fixaram: Norberto Marcondes (Comendador), Guilherme de Paula Xavier e o alemão Jorge Walter mais conhecido pelo apelido de Russo.
1903 - 16 de setembro, a família que primeiro passou a residir no solo fecundo de Campo Mourão, foi a do paulista Jozé Luiz Pereira, que chegou com sua mãe adoentada, mais dois irmãos (Antonio e Miguel), filhos, filha e genro. Ao todo eram 11 pessoas, que fizeram ranchos e moravam na região do Jardim Santa Cruz. Chegaram, de mudança e pra ficar. em dois carros-de-bois e a cavalo.
Depois dele, ano
após ano, vieram Guilherme de Paula Xavier, João Rodrigues Monteiro, Jorge
Walter, Antonio Luiz Pereira, Cesário Manoel dos Santos, Bento Gonçalves
Proença, José Custódio de Oliveira, além de outros desbravadores.
1947 - Campo Mourão pertencia a Guarapuava, depois a Pitanga até 1947, quando foi emancipado, dia 10 de outubro, pela Lei 2, sancionada pelo governador do Paraná, Moisés Wille Lupion de Troia.
1947 - Campo Mourão pertencia a Guarapuava, depois a Pitanga até 1947, quando foi emancipado, dia 10 de outubro, pela Lei 2, sancionada pelo governador do Paraná, Moisés Wille Lupion de Troia.
A instalação
oficial do Município de Campo Mourão foi dia 5 de dezembro de 1947, com posse dos primeiros vereadores, os quais empossaram o primeiro
prefeito eleito, Pedro Viriato de Souza Filho.
Nessa época não existia
vice-prefeito e vereador não era remunerado. Pagava para legislar, porque
atuava no Poder Legislativo sob suas próprias custas. Alguns até desistiram dos cargos por causa disso, além de ir e vir a cavalo e percorrer longas distâncias até a sede do legislativo mourãoense.
História da Paróquia São José
O primeiro marco da fé cristã, em Campo
Mourão, foi um cruzeiro de cedro, plantado à testa de uma capelinha de pau-a-pique no
espigão do atual Jardim Santa Cruz.
1909 - A Santa Cruz de cedro e os poucos cristãos que
por aqui moravam receberam a primeira visita do padre Francisco Vendder, em 1909: coadjutor da paróquia de Guarapuava. Veio com dois cavalos. Um de montaria e outra que carregava roupas, utensílios e os relicários sagrados.
1933 aconteceu a primeira visita pastoral, muito comemorada, do bispo de Ponta Grossa, Dom Antonio Mazzarotto.
1938, a Santa Cruz começou a ser
visitada pelo padre Aloysio Jacobi, nomeado vigário de Campo Mourão em 1942, que também se deslocava a cavalo.
Quando criou-se a Paróquia de Sant’Ana de
Pitanga, Campo Mourão passou a fazer parte da Diocese de Foz do Iguaçu,
instituída pelo Papa Pio XI, dia 10 de maio de 1926 e, somente, em outubro de
1940 é que o seu bispo, Dom Manoel Koenner, visitou a região.
1942, a criação da Paróquia São José de Campo
Mourão, deu-se dia 8 de dezembro de 1942 e absorveu as manifestações religiosas
da Capela da Santa Cruz, que passou a ser abandonada.
1959, foi instituída a Diocese de Campo Mourão, com área abrangente de 25.967,78 Km²; população estimada de 500 mil habitantes,
composta por 40 municípios, dentre os quais: Altônia, Alto Piquiri, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa
Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do
Oeste, Engenheiro Beltrão, Fênix, Goioerê, Guaporema, Icaraíma, Indianópolis,
Iporã, Iretama, Janiópolis, Japurá, Jussara, Mamborê, Maria Helena, Mariluz,
Moreira Sales, Nova Cantu, Nova Olímpia, Peabiru, Pérola, Quinta do Sol,
Roncador, Rondon, São Tomé, Tapejara, Tapira, Terra Boa, Tuneiras do Oeste, Ubiratã,
Umuarama e Xambrê.
Diocese de Campo Mourão
Diocese de Campo Mourão
A posse de Dom Eliseu Simões Mendes (n.1916- f.2001) primeiro bispo da Diocese de Campo Mourão, foi registrada
dia 23 de abril de 1960. No mesmo ano, dias 27 e 28 de julho aconteceram as primeiras reuniões do clero realizadas no Instituto Santa Cruz, que contou com 21 sacerdotes, 12 religiosos (três congregações, 4 brasileiros e 8 estrangeiros) e 9
diocesanos (4 brasileiros e 5 estrangeiros).
De 10 a 12 de janeiro de 1961, na residência episcopal, realizou-se o primeiro retiro espiritual do clero, sendo pregador o padre Joaquim Antonio Netto, de São Paulo. No intento de desenvolver estas e outras programações da Diocese de Campo Mourão, foi construído o Instituto Social Lar Paraná, iniciado no final do ano de 1962 e inaugurado em 29 de junho de 1963, dentro das normas do Concílio Vaticano II, no qual esteve presente Dom Eliseu.
De 10 a 12 de janeiro de 1961, na residência episcopal, realizou-se o primeiro retiro espiritual do clero, sendo pregador o padre Joaquim Antonio Netto, de São Paulo. No intento de desenvolver estas e outras programações da Diocese de Campo Mourão, foi construído o Instituto Social Lar Paraná, iniciado no final do ano de 1962 e inaugurado em 29 de junho de 1963, dentro das normas do Concílio Vaticano II, no qual esteve presente Dom Eliseu.
Dom Eliseu renunciou em 1980 e foi substituído pelo Bispo D. Virgilio de Pauli
(n.1923- f.1999) eleito em 20 de maio de 1981. Tomou posse dia 19 de julho de 1981 e inaugurou o Seminário São José. Entre os principais destaques na
pastoral de Dom Virgílio está a formação, entre 1983 a 1999, de 23 padres
diocesanos e 5 diáconos.
Por ocasião do falecimento de Dom Virgílio de Pauli já estava na diocese, desde
30 de agosto de 1998, Dom Mauro Aparecido dos Santos, bispo coadjutor. Assumiu a titularidade da Diocese no dia 20 de fevereiro de 1999. A atuação de Dom Mauro, no decurso de 1999 a 2008, regeu a celebração do Ano Jubilar de 2000. Na gestão de Dom Mauro foram
ordenados mais 23 novos padres. Ao ser eleito Arcebispo de Cascavel, Dom Mauro
permaneceu como Administrador Diocesano de Campo Mourão, até 24 de janeiro de
2008.
Dia 24 de dezembro de 2008, o Papa Bento XVI nomeou o quarto Bispo de Campo Mourão, o paraguaio, Monsenhor
Francisco Javier Delvalle Paredes, que já exercia a função de Administrador Diocesano desde 31 de janeiro de 2008. Dom Javier é o 4º bispo atuante da Diocese de Campo Mourão - PR.
Posse de Dom Eliseu na Diocese de Campo Mourão
Primeira residência de D. Eliseu em Campo Mourão
Início da Catedral de Campo Mourão
Reunião do clero em Campo Mourão - 1960
Seminário S. José de Campo Mourão na BR-369
Segundo bispo de Campo Mourão
Os bispos de Campo Mourão - PR
Os dois primeiros bispos de Campo Mourão faleceram
e estão sepultados na majestosa Catedral São José.
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