10/06/2015

Cronologia Católica de Campo Mourão

Caminho do Bem


 
1500, o núcleo onde está a Paróquia São José de Campo Mourão, lugar de boas aguadas, alimentos silvestres e caças abundantes, era ponto de passagem e descanso de indígenas e exploradores que transitavam pelo Pe abe y u. Era o centro da Nação Guarani, com mais de 250 mil pessoas.

Resultado de imagem para aleixo garcia 1524, passou pela região dos Campos a caravana de Aleixo Garcia que partiu do litoral catarinense (1523) e chegou nas vizinhanças de Cusco (capital Inca) em 1525, de onde retornava com 25 quilos de artefatos de ouro, mas foi morto com a maioria dos seus homens, na volta, atacado pelos Paiaguás. Assunção.

1532, primeiras notícias relacionadas à visita de exploradores e aventureiros portugueses no território paranaense devem-se às expedições enviadas pelo donatário da Capitania de São Vicente e comandadas por Francisco Chaves e Pero Lopes, em busca de riquezas.

1541, Alvar Nuñes Cabeza de Vacca, comandante espanhol, assumiu o comando do governo Paraguaio, sob regime militar, determinado a impedir o avanço português aos domínios hispânicos pelo Rio Paraná e pela Foz do Rio Iguaçu.

1553, de Assunção foram enviados colonizadores, pelo governador Martinez de Irala, no intento de formar as vilas de Ontiveros, Ciudad Real del Guairá e Espirictu Sanctu em território, hoje paranaense.

A Província


A Província del Guairá (centro oeste e noroeste do território paranaense) era limitada pelo confuso Tratado de Tordesilhas a Leste; pelo rio Paraná a Oeste; ao Sul fazia fronteira com a Província do Tape (Santa Catarina e Rio Grande do Sul) e ao Norte com a Província do Itatim (Mato Grosso do Sul). Todo esse território colonial pertenceu à governação espanhola do Paraguai por concessão do Vice-Reino del Peru, do Vaticano e da monarquia de Espanha. Era uma região imensa e populosa assim descrita pelos jesuítas: “tierra de índios, rica de grandes rios, imenso Campo de gente cruel, feroz e carnicera”.

1547, a evangelização da Província del Guairá acompanhou o processo de ocupação espanhola. Desde a fundação da Diocese de Assunção, em 1547, missionários jesuítas da Província del Plata foram designados e começaram a trabalhar na evangelização do povo nativo e colonizadores, através dos desconhecidos sertões guairenhos e do oeste do Paraná.

1589, os missionários jesuítas Manuel de Ortega e Tomás Fields foram enviados a fazer visitas missionárias aos povoados de Ciudade Real (Guaíra), Ontiveros (Foz do Iguaçu) e Vila Rica do Espírito Santo (Fênix), onde foram erigidas casas, roças, paroquiais, capelas e igrejas.

1607, com a fundação pastoral na Província Jesuítica del Paraguai, o imenso território espanhol recebeu grande atenção das reduções missionárias.

1609, os jesuítas italianos José Cataldino e Simão Masseta foram enviados ao Guairá por determinação do bispo de Assunção, frei Reginaldo de Lizarraga, do governador do Paraguai, Hernandarias de Saavedra e do provincial dos jesuítas da Província de la Prata, padre Diego de Torres Bollo. 

1631, a Companhia de Jesus na Província del Guairá, entre 1609 a 1631, marcou um dos momentos mais importantes da história da evangelização junto a grande Nação Guarani. Foram 23 missionários, só neste período, que contribuíram, com ousadia religiosa, na catequese dos nativos e no conforto espiritual dos colonizadores espanhóis dos três primeiros povoados citados acima, implantados na região paranaense.

1632, até este ano, sob a coordenação do padre mestiço, Antonio Ruiz de Montoya (filho de espanhol e de mãe inca), os missionários fundaram treze reduções às margens dos rios Paranapanema, Tibagi, Ivaí e Piquiri (estradas fluviais). Mas o avanço espanhol de evangelização foi brusca e violentamente interrompido quando da invasão das tropas beligerantes dos bandeirantes paulistas, sob o comando de Manuel Preto e Antonio Raposo Tavares, a caça de mão-de-obra indígena, ouro, prata e pedras preciosas. A ordem era saquear, destruir e matar, sem piedade, todos espanhóis e índios catequizados. Ordem cumprida.

1632, neste ano, tanto as reduções missionárias como as vilas e povoados espanhóis já estavam destruídos pelas milicias portuguesas, com os habitantes da Província del Guairá dizimados, mortos, aprisionados, perseguidos até transporem o Rio Paraná, numa fuga descontrolada para outras regiões paraguaias e argentinas.

300 anos depois, a região centro oeste do Paraná ganhou o nome de Campos do Mourão e começou, novamente, a ser explorada por colonos oriundos dos estados de São Paulo e Minas; de Guarapuava e Pitanga, principalmente. Mais tarde, gauchos e catarinenses, que aqui prosperaram.

A Paróquia

1903, com as famílias de Jozé Luis Pereira, Antonio Luiz Pereira, Cesário Manoel dos Santos e Bento Gonçalves de Proença, chegaram os primeiros desbravadores na região dos Campos do Mourão, todos cristãos, famílias de muita fé devotadas a Jesus e santos protetores.

1909-1910, os padres Francisco Vedder, João Porgseb, Paulo Schneider, Paulo Tschorn começam a realizar visitas anuais vindos de Ponta Grossa, depois de Guarapuava e, em seguida, de Pitanga, a pé ou cavalo, até a capelinha da Santa Cruz encravada na vasta região de Campo Mourão.

1933, o bispo de Ponta Grossa, Dom Antonio Mazzarollo realizou a primeira visita pastoral à região de Campo Mourão.

1940, começam as visitas do vigário Aloysio Jacobi e de Dom Manoel Köener, bispo prelado de Foz do Iguaçu, ao emergente povoado de Campo Mourão. 

1942, 8 de dezembro, foi criada a Paróquia São José de Campo Mourão e nomeado o padre Aloysio Jacobi, seu primeiro vigário.

1943, dia 7 de setembro, foi lançada a pedra fundamental da igreja paroquial no lugar onde se encontra hoje a catedral. A primeira missa foi a céu aberto, no descampado à beira da raia dos purungos. 

1944, a igreja matriz, toda de madeira, do piso ao teto, foi construída pelo padre Aloysio, com ajuda de boa parte da população e teve missa dia 7 de setembro. Na ocasião o padre Aloysio estimou que a paróquia contava com, aproximadamente: “900 católicos e 100 acatólicos”.

1945, o padre provincial dos Verbitas, Alexandre Janser, devido ao fato do isolamento e dificuldades em Campo Mourão, pediu ao padre Aloysio que deixasse a paróquia e fosse residir em Pitanga. Mas o missionário continuou seu incansável trabalho visitando as famílias e comunidades, a cavalo ou a pé, por toda a região. Neste mesmo ano deu-se início à construção da casa paroquial na mesma quadra da igreja.

Segundo relatos do padre Aloysio, "as visitas às comunidades duravam de dois a três meses, por um imenso território. As principais comunidades na década de 40, eram: Sertãozinho (Santa Cruz), Água Doce, Vila Rica, Roncador, Can Can (Mamborê), Barras, Km 123, Rio da Vargem, Pinhalão (Farol), Rio 31, Km 131, Estiva, “Ibitil”, Araruna, Km 142, Santa Maria, Bairro dos Paulistas, Bairro Aparecida, Lisete (Campina da Lizeta), Macacos, Rio Claro, Pensamento, Peabiru, Ivailândia e Engenheiro Beltrão", enumerou.


1947, celebrou a primeira missa em Peabiru, na Paroquia São João Batista, dia 31 de maio, "na casa de Simão Moreira", lembrou.

1947, dia 5 de dezembro, deu-se a instalação da Câmara Municipal de Campo Mourão e posse do primeiro prefeito, Pedro Viriato de Souza Filho. A região contava com uma população de “18 mil católicos e 1 mil acatólicos”, revelou.

1948, dia 12 de julho, “o município recebeu a visita do governador do Paraná, Moisés Wille Lupion de Troia.”

1949, em abril deu-se início a grande construção do Instituto Santa Cruz (inteiramente de madeira) pertencente à Congregação de São Vicente de Paula.

1950, dia 14 de fevereiro, "chegaram as primeiras Irmãs Vicentinas: Marta Klein, Cecília Hechark e Terezinha Maria Bertal" relembra padre Aloysio, mesmo ano da inauguração do instituto vicentino no dia 7 de maio de 1950, "ano em que o governador Lupion inaugurou a luz em Campo Mourão, no dia 17 de agosto", gerada por motor a óleo diesel (sucata de submarino), instalado perto do Salto São João (Usina Mourão) que funcionava, precariamente, das 19 à 22 horas, apenas. Nesta época, estima-se que Campo Mourão contava com cerca de: “30.000 católicos e 3.000 acatólicos”, segundo padre Aloysio.

1951, começa a gestão do governador Bento Munhoz da Rocha Neto, no Paraná "e nosso trabalho pastoral se dedicou à edificação de igrejas nas comunidades de Araruna, Macacos, Roncador e Engenheiro Beltrão. “Dia 9 de setembro - afirma padre Aloysio - fui com avião para celebrar, na futura cidade Rondon, a primeira santa missa, lá.”

1951, 1 de dezembro, com ajuda dos fiéis padre Aloysio adquiriu um jeep, ano 50, que substituiu seu cavalo a fim de realizar suas viagens com segurança e brevidade. "No final de 1951, o município contava com população de 42.000 católicos e 8.000 acatólicos”, calculou padre Aloysio.

1953, "antes da criação da Paróquia São João Batista de Peabiru, dia 23 de fevereiro, a Paróquia São José também atendia as comunidades de Riozinho (Janiópolis), Barreiro do Oeste (Boa Esperança), Muquilão (Luiziana), Barbosa Ferraz, Roncador, Tuneiras do Oeste, Cruzeiro do Oeste, Jussara, Figueira (Terra Boa), Tapejara, Sertãozinho (Engenheiro Beltrão) e Neves", entre outras.


1900, o primeiro marco da fé cristã, em Campo Mourão, foi implantado com um cruzeiro de cedro numa capelinha de pau-a-pique, acima do espigão do atual Jardim Santa Cruz, onde hoje tem uma gruta (capela de pedra). 

1909, 8 de maio, a Santa Cruz de cedro e os poucos cristãos que por aqui moravam, receberam a primeira visita do padre Francisco Vendder que era coadjutor na paróquia de Guarapuava. Realizou dezenas de casamentos e batizados num só dia. 

1926, quando fundou-se a Paróquia de Sant’Ana de Pitanga, Campo Mourão passou a fazer parte da Diocese de Foz do Iguaçu, instituída pelo Papa Pio XI, em 10 de maio de 1926.

1933, a primeira visita pastoral foi comemorada na capela da Santa Cruz, com a vinda do bispo de Ponta Grossa, Dom Antonio Mazzarotto.

1938, a contar deste ano a Santa Cruz e comunidades vizinhas começaram a ser visitadas pelo padre Aloysio Jacobi, de tempos em tempos.

1940, em outubro, o bispo diocesano de Foz do Iguaçu, Dom Manoel Koenner, fez sua primeira visita a região de Campo Mourão. 

1942, a  criação da Paróquia São José de Campo Mourão deu-se dia 8 de dezembro e absorveu as manifestações religiosas da Santa Cruz e o primeiro vigário nomeado, foi o padre Aloysio Jacobi que, com ajuda do povo, construiu a Igreja Matriz de São José, toda de madeira, inclusive a cobertura.

A Diocese 

1959, foi criada a Diocese de Campo Mourão com área de atuação regional de 25.967,78 Km², população estimada em 500 mil habitantes, composta por 40 municípios: Altônia, Alto Piquiri, Araruna, Barbosa Ferraz, Boa Esperança, Campina da Lagoa, Campo Mourão, Cianorte, Cidade Gaúcha, Cruzeiro do Oeste, Engenheiro Beltrão, Fênix, Goioerê, Guaporema, Icaraíma, Indianópolis, Iporã, Iretama, Janiópolis, Japurá, Jussara, Mamborê, Maria Helena, Mariluz, Moreira Sales, Nova Cantu, Nova Olímpia, Peabiru, Pérola, Quinta do Sol, Roncador, Rondon, São Tomé, Tapejara, Tapira, Terra Boa Tuneiras do Oeste, Ubiratã, Umuarama e Xambrê.

1960, a  posse de Dom Eliseu Simões Mendes (1916-2001), primeiro bispo, foi registrada dia 23 de abril. No mesmo ano, dias 27 e 28 de julho, aconteceu a primeira reunião do clero, no Instituto Santa Cruz (atual praça São José), que contou com 21 sacerdotes: 12 religiosos (três congregações de quatro brasileiros e oito estrangeiros) e nove diocesanos (quatro brasileiros e cinco estrangeiros). De 10 a 12 de janeiro de 1961, na residência episcopal, na rua Santa Catarina, esquina com Av. Irmãos Pereira, realizou-se o primeiro retiro espiritual do clero, sendo pregador o padre Joaquim Antonio Netto, da prelazia de São Paulo.
Com objetivo de desenvolver estas e outras programações da Diocese de Campo Mourão, foi construído o Instituto Social Lar Paraná, iniciado no final do ano de 1962 e inaugurado em 29 de junho de 1963, na conformidade do Concílio Vaticano II, no qual esteve presente Dom Eliseu.

1980, Dom Eliseu renunciou e foi substituído pelo Bispo Dom Virgilio de Pauli (1923-1999) eleito em 20 de maio de 1981 e que tomou posse dia 19 de julho do mesmo ano em que, também, inaugurou o Seminário São José. Entre os principais feitos na pastoral de Dom Virgílio destaca-se o da formação, entre 1983 e 1999, de 23 padres diocesanos e 5 diáconos permanentes.


1999, por ocasião do falecimento de Dom Virgílio de Pauli já estava na diocese, desde 30 de agosto de 1998, Dom Mauro Aparecido dos Santos, bispo coadjutor, que assumiu a titularidade pastoral  dia 20 de fevereiro de 1999. A atuação de Dom Mauro, no espaço de 20 de fevereiro de 1999 a 25 de janeiro de 2008, correspondeu às expectativas de preparação e celebração do Ano Jubilar de 2000 e, na sua gestão, foram ordenados mais 23 novos padres diocesanos. Quando eleito Arcebispo de Cascavel, Monsenhor Mauro permaneceu na função de Administrador Diocesano de Campo Mourão, até 24 de janeiro de 2008.

2008, dia 24 de dezembro, o Papa Bento XVI nomeou  quarto Bispo de Campo Mourão, o paraguaio, Monsenhor Francisco Javier Delvalle Paredes, que já exercia a função de Administrador Diocesano desde 31 de janeiro de 2008, o qual responde pelo alto encargo até os dias atuais.




Fontes de pré consulta:





Textos parciais do Padre Jurandir
Textos do padre Aloysio
Depoimentos de Adelaide Teodoro


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