Edmundo Mercer cruzou Campo Mourão
Edmundo Alberto
Mercer, filho de Herbert Harrison Mercer e Maria de Sá Mercer, nasceu
em 1° de outubro de 1878 na Fazenda Santo Antonio, em Tibagi-PR, e morreu em 3
de outubro de 1938, vitimado por um colapso cardíaco, dentro de sua casa. Foi sertanista,
agrimensor,
topógrafo, jornalista, político
e um dos demarcadores das linhas mestras do antigo sertão mourãoense e da Estrada
Boiadeira, juntamente com os engenheiros: Carlos Coelho Jr e Manoel Mendes de Camargo, além do pioneiro
João Rodrigues Monteiro (João Bento) feitor da turma de trabalho (arigós).
Edmundo Mercer completou seus estudos e o curso de Humanidades, em Curitiba.Exerceu atividades de Comissário de Terras, confeccionou mapas
das regiões inóspitas dos sertões de Tibagi, de Campos do Mourão e do Noroeste
do Paraná. Realizou levantamentos topográficos nas proximidades do extinto Salto de Sete Quedas na região de Guaíra e em
região inexplorada do sul de Mato Grosso, na divisa com o Paraná. Na função de agrimensor, desbravou os sertões do centro-oeste e do noroeste do
Paraná, com suas pesquisas e relatórios publicados nos jornais: A
República, Diário da Tarde, Comércio do Paraná de Curitiba, Diário dos Campos de Ponta Grossa,
entre outros.
Realizou vastos estudos sobre criação e manejo de gado nos campos gerais, no cerrado de Campos do
Mourão e de Mato Grosso do Sul.
Combateu, com tenacidade, em campanha pela imprensa, o trabalho escravo de
operários ervateiros e empregados em madeireiras nas matas paranaenses. Suas
críticas nos jornais ecoaram em diversos periódicos das principais cidades brasileiras,
e repercutiu na câmara federal, na capital do Brasil - então, Rio de Janeiro.
Edmundo Mercer (também conhecido como "Toca Mercer") foi prefeito do município de Tibagi–PR, onde realizou inúmeras obras, das quais algumas perpetuaram-se até os dias atuais.
Edmundo Mercer (também conhecido como "Toca Mercer") foi prefeito do município de Tibagi–PR, onde realizou inúmeras obras, das quais algumas perpetuaram-se até os dias atuais.
Praça Edmundo Alberto Mercer, em Tibagi-PR
Entre
as inúmeras homenagens memoriais prestadas ao sertanista paranaense,
encontramos uma na capital paranaense, uma em Campo Mourão e outra em sua terra
natal. No bairro Tingui (Curitiba) e em Campo Mourão encontramos
as ruas Edmundo Mercer e em Tibagi, a principal praça é denominada Edmundo Mercer que têm, em
seu entorno, a Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios e o paço
municipal "Palácio do Diamante."
O cidadão tibagiano foi comerciante, produtor rural e na vida política
desempenhou papel de vereador e prefeito em sua terra natal. Mas foi por sua habilidade e conhecimentos
técnicos na exploração de áreas inabitadas, medi-las e demarcá-las, que Toca
Mercer chefiou, há mais de 100 anos, uma diligência pelo interior do Paraná.
Com base em documentos e fotos do acervo do Museu Histórico Desembargador
Edmundo Mercer Júnior (filho), e no livro escrito por seu outro filho Luiz
Leopoldo Mercer (Edmundo Alberto Mercer / Toca Mercer, um livro para nós)
editado em 1978, relata que a viagem "foi iniciada em 10 de abril de
1910, em comitiva formada por 30 homens." A expedição seguiu por sertões desconhecidos
do Paraná sob encomenda da empresa Colle, Weiss & Cia, a fim de construir
uma ligação entre os estados do Paraná e de Mato Grosso, desde seu início conhecida por Estrada Boiadeira, que atravessa Campo Mourão há mais de 100 anos.
O grupo partiu rumo ao Rio do Peixe ou Ubazinho (Rio Ivaí), onde Toca Mercer começou os primeiros estudos técnicos; a estabelecer demarcações e mapas da terra devoluta.
O grupo partiu rumo ao Rio do Peixe ou Ubazinho (Rio Ivaí), onde Toca Mercer começou os primeiros estudos técnicos; a estabelecer demarcações e mapas da terra devoluta.
Naquele início de século, Edmundo Alberto Mercer abriu, durante dois anos, as
picadas em meio a mata virgem nos primeiros levantamentos topográficos e o
início da penetração de pioneiros na exploração da região.
Foi a primeira
entrada e reconhecimento da terra bruta do Vale do Ivaí-Piquiri até as barrancas do
Rio Paraná e do Iguaçu. Com breves idas e vindas à sua cidade, Toca
enfrentou o trabalho desde 1910 até junho de 1912.
Da sua equipe de trabalho participaram os sertanistas:
João Rodrigues Betim (João Páscoa), Eutício Maria Pardo, João Justino dos
Santos, Justino Pontes (aguateiro), Félix das Dores Lopes (Nhô Félix,
cozinheiro), José Lacerda, Salvador Lemes, Amador Delgado Carlos Coelho Jr (engenheiro-fotógrafo), o guarapuavano Manoel Mendes de Camargo, engenheiro responsável pelo traçado e abertura da Estrada Boiadeira e Francisco Caetano
Pinto (estafeta). Dessa comitiva só não regressou Amador Delgado, que morreu na
mata, vítima de malária (febre amarela).
João Bento e Manoel Mendes Camargo
tèm a ver com Campo Mourão
A profissão de agrimensor, que na época ainda não era
registrada, surgiu em sua vida com ensinamentos práticos recebidos de seu tio Frederick
Mercer e amigos estrangeiros. No livro sobre a história de Toca Mercer, seu
filho declara que o pai "estudava de forma autodidata e tinha muito conhecimento
também em medicina e farmacologia."
Durante a expedição são várias as cartas, escritas pelo
desbravador, nas quais receitava remédios à sua filha adoentada. Em 16 de abril de
1910, já acampado próximo ao Salto das Ariranhas, no Rio Ivaí, e preocupado
com a saúde e a vida escolar dos filhos deixados em Tibagi enviou, por carta,
receita de um tônico ferruginoso a ser aviado na farmácia, por seu irmão
Leopoldo, e ministrado às filhas com a recomendação de que "fossem assíduas às
aulas”, pedido este que reiterava em todas as cartas que escrevia à família,
pois estudar, no seu entender, era prioridade na vida.
No trajeto, que tinha o comando de Santiago Colle, 'Cavaliere Ufficiale d'Italia', titular da firma concessionária da Estrada Boiadeira e amigo pessoal de Toca, recebeu dele a missão de coordenar a trilha.
Em 1° de maio assumiu o controle total da turma do serviço, no km 7, rumo a Campo Mourão.
No livro sobre Toca Mercer (pg 59) traz a notícia mais triste sobre a excursão. “A 20 de novembro faleceu em Tibagi, vítima de erisipela, sua mais nova filha Yolanda, fato que o obrigou a voltar à cidade e que o deixou muito abalado, regressando ao serviço com muita mágoa”. O livro também reproduz nas cartas, viagens a cavalo até Foz do Iguaçu, Mato Grosso, Paraguai e Argentina. “As terras são inferiores e a conclusão é lógica, pois em clima quente como esse, abundante em águas e chuvas, a floresta sendo enfezada é porque a terra não é boa... Toda a mata que atravessamos é de terra vermelha sem um grão de areia”, escreveu Toca Mercer.
Leopoldo Mercer cita que: “finalmente, a 1° de junho de 1912, depois de dois anos de trabalho e de sofrimento físico e moral, com muita alegria e admirável precisão, Toca chegou à barranca do Rio Paraná, que era sua meta, de onde escreveu jubilosa carta comunicando seu encontro com os índios Caiuás, semicivilizados, com os quais conseguiu canoas usadas (pela expedição) naquele rio”.
No trajeto, que tinha o comando de Santiago Colle, 'Cavaliere Ufficiale d'Italia', titular da firma concessionária da Estrada Boiadeira e amigo pessoal de Toca, recebeu dele a missão de coordenar a trilha.
Em 1° de maio assumiu o controle total da turma do serviço, no km 7, rumo a Campo Mourão.
No livro sobre Toca Mercer (pg 59) traz a notícia mais triste sobre a excursão. “A 20 de novembro faleceu em Tibagi, vítima de erisipela, sua mais nova filha Yolanda, fato que o obrigou a voltar à cidade e que o deixou muito abalado, regressando ao serviço com muita mágoa”. O livro também reproduz nas cartas, viagens a cavalo até Foz do Iguaçu, Mato Grosso, Paraguai e Argentina. “As terras são inferiores e a conclusão é lógica, pois em clima quente como esse, abundante em águas e chuvas, a floresta sendo enfezada é porque a terra não é boa... Toda a mata que atravessamos é de terra vermelha sem um grão de areia”, escreveu Toca Mercer.
Leopoldo Mercer cita que: “finalmente, a 1° de junho de 1912, depois de dois anos de trabalho e de sofrimento físico e moral, com muita alegria e admirável precisão, Toca chegou à barranca do Rio Paraná, que era sua meta, de onde escreveu jubilosa carta comunicando seu encontro com os índios Caiuás, semicivilizados, com os quais conseguiu canoas usadas (pela expedição) naquele rio”.
Assumiu cadeira no Congresso Legislativo do
Paraná em 1929, onde foi deputado pelas regiões de: Castro, Tibagi e Ponta
Grossa. Na falta de advogados no Fórum da Comarca de Tibagi, era comum Edmundo
Mercer ser nomeado Juiz de Direito e defensor dos réus ali processados.”
Em 1835 nascia uma tecnologia que
revolucionou a comunicação telegráfica no mundo. Usados na transmissão de
mensagens gráficas a partir de códigos, os telégrafos abriam naquela época um
canal de diálogo instantâneo e inovador. Mas, somente 90 anos depois é que o
invento dos americanos Joseph Henry e Samuel Morse, chegou a Tibagi, um
acontecimento que ficou registrado na história da cidade. A implantação da linha telegráfica entre Castro e Tibagi começou em 1925. No
ano seguinte, a Câmara de Vereadores autorizou o prefeito a auxiliar a
construção da linha e em 14 de julho de 1926, com pompa e muita comemoração,
foi inaugurada a Agência do Telégrafo Nacional junto ao posto de Correios.
Testemunharam a solenidade, da esquerda para a direita:
o prefeito Leopoldo Leonel de Sá Mercer, agrimensor Edmundo Alberto Mercer,
coronel Frederico Martins, Generoso Borges, João José Mercer e Ernesto Kugler Sobrinho.
o prefeito Leopoldo Leonel de Sá Mercer, agrimensor Edmundo Alberto Mercer,
coronel Frederico Martins, Generoso Borges, João José Mercer e Ernesto Kugler Sobrinho.
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terra natal de Edmundo Mercer:
O famoso Canyon do Guartelá - Tibagi-PR
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