D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão (n.
1722/02/21
- f.
1798/10/03).
Dona Leonor Ana Luísa José de
Portugal (esposa) (n. 1722
- f. 1806)
.
Jardins do palácio de Vila Real
Em 1754, dia 24 de Setembro, Dona Maria
Antônia São Boaventura e Meneses, viúva de Rodrigo Sousa Coutinho e D. António
Luís Caetano de Sousa, 4º Marquês das Minas, efetuaram o contrato de casamento
entre D. Luís Antônio de Sousa Botelho Mourão e Dona Leonor Ana Luísa José de
Portugal, realizado dia 2 de Outubro de 1755, ambos com 33 anos de idade.
Foram os IV Morgado (donos) da Casa de
Mateus, administradores das Capelas de Nossa Senhora dos Prazeres, Cabeça do
Morgadio e de Nossa Senhora da Esperança na Cumieira, assim como dos bens da Casa de Sabrosa e dos de Vila Pouca, Lago Bom
e Bornes. Foram ainda responsáveis dos morgadios de Moroleiros e dos Queirós
em Amarante e de outros bens, vínculos e privilégios que herdaram do avô D.
Luís António de Sousa e da avó Dona Bárbara Mascarenhas.
A todos esses bens acrescentaram outros, como foi o caso do Morgadio de Arroios de seus primos Álvares
Coelho de Faria e o de Fontelas da família Mendes de Vasconcelos, cuja falta
de sucessão justificou a reivindicação levada a cabo por D. Luís Antônio de Sousa
Botelho Mourão e seu filho José Maria de sobrenome Vasconcelos.
D. Luís Antônio fez vínculo de suas propriedades e reduziu a um só todos os bens incorporados a sua fortuna da Casa de Mateus, além dos dois grandes vínculos feitos em 1752 e 1754 . Não só segurou seus bens e
propriedades com as renovações e vinculações referidas, como também iniciou a
organização dos seus documentos, encontrando-se muitas pastas e capilhas manuscritas
pelo próprio. Os documentos refletem o rigor com que D. Luís e sua mulher conduziam os negócios da Casa, tendo sido a sua
organização continuada por seu filho D. José Maria do Carmo de Sousa Botelho
Mourão e Vasconcelos, o V Morgado de Mateus.
Este filho escreveu, mais tarde, que sua mãe... "na ausência do pai
que estava no Brasil, (…) teve aqui (contractou) hum homem para o archivo que principiou a
ordenar (…)" .
Na verdade, a administração de Dona Leonor, enquanto seu marido esteve no Brasil foi, segundo seu filho D. José
Maria:
"(…) a melhor administração que teve a Casa. Extinguiu ela todas as dívidas que meu pai deixara, que montavam a 30$000 cruzados, e com o seu juízo viu que valia mais aumentar as fazendas existentes do que comprar novas, deixando tudo por cultivar (…) A Capela acabada, já a pôs no maior asseio e culto; reformou e mobiliou as casas; conseguiu juiz privativo para o tombo dela (…) Em 1772, quando saiu a Lei das confirmações dos Morgados, pediu que lhe enviassem, para Lisboa, as instituições da Casa para serem confirmadas. Tendo a bolsa que continha os títulos sido roubada viu-se obrigada a obter novas confirmações de todos os bens pertencentes a Casa de Mateus. Deste modo veio a ser esta calamidade (roubo) a origem de um grande bem . Nas cartas que escrevia a seu marido, D. Leonor dava conta de todas as suas acções relativamente à administração da Casa."
"(…) a melhor administração que teve a Casa. Extinguiu ela todas as dívidas que meu pai deixara, que montavam a 30$000 cruzados, e com o seu juízo viu que valia mais aumentar as fazendas existentes do que comprar novas, deixando tudo por cultivar (…) A Capela acabada, já a pôs no maior asseio e culto; reformou e mobiliou as casas; conseguiu juiz privativo para o tombo dela (…) Em 1772, quando saiu a Lei das confirmações dos Morgados, pediu que lhe enviassem, para Lisboa, as instituições da Casa para serem confirmadas. Tendo a bolsa que continha os títulos sido roubada viu-se obrigada a obter novas confirmações de todos os bens pertencentes a Casa de Mateus. Deste modo veio a ser esta calamidade (roubo) a origem de um grande bem . Nas cartas que escrevia a seu marido, D. Leonor dava conta de todas as suas acções relativamente à administração da Casa."
Regresso gerou dúvidas
Várias razões são apontadas para o conturbado regresso de D. Luís, a Portugal. No entanto, a verdadeira causa do regresso de
D. Luís, de acordo com seu filho D. José Maria, teria sido o insucesso do casamento
de Dona Isabel Juliana de Sousa Coutinho com o filho do Marquês de Pombal, José
Francisco de Carvalho Daun. Ela era filha de D. Vicente Roque José de Sousa
Coutinho de Menezes Monteiro Paim, irmão de Dona Leonor Ana Luísa José de
Portugal que, em conluio com sua mãe, tentou obrigar a sobrinha a aceitar o
marido que ela não queria. Porém realizou-se o casamento, mas a prima Isabel, como lhe chama D. José
Maria, não aceitou por marido D. José Francisco, (…) indo ela como vítima ao
altar; esta malfadada união não subsistiu três anos pois, desenganado, o Marquês de Pombal, de que netos viessem a dar-lhe sucessão, requereu hum divórcio que foi fácil ao seu
poder obter até então e Isabel ganhou a liberdade para casar-se com quem amasse (…)".
Nesse tempo o Marquês de Pombal, conspirou contra a Rainha e foi banido da corte. Por conseqüência, D. Luiz, que era seu indicado de confiança no Brasil, sofreu péssimas consequências e simplesmente caiu no ostracismo, foi obrigado a regressar, porém ignorado pela corte até sua morte por envenenamento.
Morte triste
D. Luís Antônio regressou do Brasil a Portugal, desgostoso, após onze anos de bons serviços à Coroa, enquanto esteve à frente da governança da Província de Piratininga (São Paulo). Recolheu-se a Casa de Mateus onde se deixou
envenenar pela sua filha bastarda Teresa de Jesus Maciel, que foi
protagonista de intrigas e roubos na Casa dos Mateus.
D. Luiz foi assassinado dia 03 de Outubro de 1798, 76 anos, ignorado pela corte portuguesa, no reinado de Dona Maria I, sua ferrenha inimiga, declarada.
(veja neste blog a biografia completa de Luíz Antônio de Souza Botelho Mourão, e seus feitos no Brasil)
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