22/05/2011

Manoel do Nascimento - O Maneco de Campo Mourão

Manoel do Nascimento, o Maneco da Farmácia


 
Entrevista ao vivo com Manoel do Nascimento

Tive uma infância difícil em Guarapuava. Vim mocinho com a família Braz, que me adotou, para desbravar o sertão de Juranda. Dali pra Campo Mourão foi um pulinho. Aqui tentei a sorte e venci. É uma cidade que amo, onde nasceram minhas filhas e a maioria dos meus netos. Vivo feliz com a minha família e tenho milhares de amigos. Campo Mourão é uma cidade boa e vai ficar melhor ainda, porque está no rumo certo”, afirma Maneco da Farmácia, com um largo sorriso estampado na face.
Manoel do Nascimento e dona Lori de Campo Mourão

Manoel do Nascimento, o Maneco da Farmácia, é natural de Guarapuava onde nasceu dia 6 de julho de 1938. Filho primogênito de Maria Joana do Nascimento, que casou com o lavrador João Cândido Ferreira e tiveram mais quatro filhos: Júlio, Helena, Amélia e Salvador. 
“Enquanto criança, criado na roça, eu trabalhava e tive uma infância sofrida. Desfiava palha das espigas, alimentava animais com milho debulhado na mão e cortava lenha com um pesado machado, para minha idade. Eu era franzino. Não tomava Biotônico (risos). Também não completei os estudos porque no interior de Guarapuava, onde eu morava, não tinha escola. Quase não me sobrava tempo para brincar”, conta Maneco.

São Francisco - Com 11 anos passou a morar no patrimônio de São Francisco (Guarapuava) em busca de trabalho e conhecimentos. “Eu queria aprender e ser alguém na vida”. Na terra do Santo dos Passarinhos moravam: o farmacêutico e homeopata, Roldão Batista Braz e sua esposa, professora Helena Connor Braz, com os quais passou a residir e trabalhar. “Me adotaram e registraram como filho legítimo”, conta feliz. 
Manoel do Nascimento estudou até o terceiro ano primário na escola em que dona Helena lecionava. “Íamos juntos para a escolinha. Não prossegui nos estudos porque logo comecei a trabalhar”
Roldão Braz manipulava remédios homeopáticos e os vendia em Guarapuava. “Eu ajudava, quando então comecei a tomar gosto por farmácia, cuidar da saúde das pessoas, salvar vidas e ganhar meus primeiros trocados”, diz do prazer da vocação.

Juranda - "Até a década de 50 o atual Município de Juranda era uma região atravessada por vários caminhos de índios e estradinhas (carreadores) entre a mata fechada, de poucos pinheiros e muitas madeiras de lei, tais como o pau-marfim, o cedro-rosa e a peroba". “Cheguei com meus pais e um irmão adotivo, em Juranda, no início de 1949, com onze para doze anos de idade”, relembra. 

"Existia muitos animais selvagens, onça, tateto, paca, capivara, anta... dava boas caçadas, isto sem falar nas cobras peçonhentas em quantidade. As mais comuns e venenosas eram: jararaca, cascavel e a urutu-cruzeiro. “A maior cascavel que matei tinha catorze guizos... mas, de dez e de doze, caceteei (matou) aos montes”, conta Maneco, com ar de valentão. 
Os filhos de Roldão e Helena, começaram a casar e dispersar. Em 1948 dois deles partiram de Guarapuava a fim de abrir fazenda de café num lugar de terra mista, chamado Juranda. “Quando vim com seu Roldão, dona Helena e Erasmo, os filhos mais velhos, Orley e Cornélio Braz já estavam estabelecidos em Juranda. Trabalhávamos duro de sol a sol, derrubando a mata no machado e serra manual”, do Manoel. 
"A família Braz lidava com safras de porcos que se criavam soltos e logo plantaram os primeiros pés de café, coisa mais linda que nunca tinha visto. Era o 'ouro verde' do sertão", relembra feliz. 

Família - "As filhas, minhas irmãs, tiveram destinos diferentes, coisa natural: Rute casou com o pastor Higino Bento dos Santos e Odila com Elias Pinto Portugal (Ioio), que mais tarde residiram em Campo Mourão, enquanto Orley e Cornélio, coincidentemente, casaram com as irmãs Nadir e Neuta Chiminácio, família tradicional de madeireiros de Pitanga e Mamborê", registra.

Salmo 23 - "Dona Helena e seu  Roldão deixaram Guarapuava movidos pela saudade dos filhos. Adquiriram 100 alqueires de terra em Juranda e abriram a “Fazenda Salmo 23”. Manoel do Nascimento, ainda rapazote e franzino, ajudou. Derrubavam toda mata, as árvores gigantescas e as madeiras nobres. Davam um tempo para perderem a seiva, “e daí fazíamos a coivara (queima)”


 
"Nas queimadas - uma judiação, viu? - os troncos maiores resistiam. Ninguém ligava para as baitas toras de madeiras de lei, porque não tinha para quem vender. O nosso maior comprador de porcos era João Shcez. Tinha um caminhão próprio e foi um dos primeiros prefeitos de Mamborê. Tudo que investimos na cafeicultura perdeu-se antes da primeira colheita, na grande nevasca que caiu na região durante o terrível inverno de 1953". 
"Tivemos que parar com as bem sucedidas safras de porcos, que não podiam mais ser criadas soltas por causa das plantações dos vizinhos fazendeiros, que rapidamente se estabeleceram em volta da Fazenda Salmo 23”, narra Maneco.

 

Cobras no Café  “Depois da coivara ficava uma palhada  triste de cinzas, desolada, sobre a terra esturricada e a gente começava, então, a plantar a lavoura branca (feijão, arroz e milho) manualmente, de madrugadinha até a boca da noite e rezar para que Deus mandasse chuva".
"No período de engorda, de preparar a porcada para vender, a gente soltava os bichos na roça de milho, depois prendia e aí formava a safra, transportava e vendia. Mais depois é que se iniciava a cultura de café. Em torno das covas de café eram feitos círculos altos de terra, chamados de 'coroas', e sobre as sementes colocava-se uma gradinha de gravetos para as aves não comerem os brotos. As covas, abertas com enxada e enxadão, eram grandes e aí é que morava o perigo!! -As urutus faziam ninhos debaixo dos paus podres das árvores derrubadas e as cascavéis debaixo das coberturas dos pauzinhos que sombreavam as mudinhas de caféEm determinado ponto de crescimento das plantas, a cobertura tinha que ser retirada com as mãos. Por sorte nunca fui picado, mas tomei muito susto e matei dezenas de cobras no cacete”, sorri Maneco. 

Prá quê serve? - "Era comum ver guizos de cascavel em garrafas, misturados na pinga, que algumas pessoas tomavam de estalar a língua e diziam que era bom para fortalecer. 
(Perguntei se era afrodisíaco)... - "O quêee?? Aíi eu não sei... nunca tomei!!.. gargalhadas. 
“Fiquei seis anos no sertão hostil de Juranda. Trabalhei duro com a família Braz, foi onde me forjei homem de luta e sem medo”, se ufana Maneco.

Faroeste – No final da década de 40 e início de 50 Manoel do Nascimento trabalhou em vendas (armazéns) de beira de estrada em Juranda e conheceu vários pistoleiros e muita gente boa. Por pouco tempo foi balconista da Casa Portuguesa do seu Joaquim Português e na Casa Santa Catarina de Laurentino Guimarães, “pai da Cidália Guimarães de Araújo”, explica Maneco. “A Cidália até se lembra melhor do que eu dos jagunços e matadores que viveram ali por Juranda e Campo Mourão afora. O mais famoso era o Pala Branca que estava direto no armazém do pai dela e vez ou outra, de vereda, visitava um irmão meu na fazenda Salmo 23”, recorda.

Pistoleiros - "O Pala Branca era mirradinho, moreno, de pouca estatura. Paraíba... Chapéu escuro de aba larga que lhe dava uma aparência de ser menor ainda, tuchado. Um homem de pouca conversa, sério. Sempre armado discretamente (risos), com dois trêisoitão na cintura e uma winchester de repetição com 20 balas no carregador automático, na sela do cavalo 'Sabido'.. Amigo dos amigos, mas invocado com a captura (polícia). Atirava rápido e matava quando provocado. Não pensava duas vezes. Primeiro atirava e depois perguntava: queria morrer diabo dos inferno?”, sorrindo. 



Ele possuía um cavalo branco bem encilhado, bonito e ensinado de nome Sabido e um cachorro que o protegia, chamado Profeta. O pala (conhecido como capa no Sul) de cor branca amarelada que usava para se proteger do pó e da chuva, estava sempre vestido ou dobrado sobre a garupa, atrás da sela, caído sobre as ancas do cavalo. Era bonito de ver a montaria daquele pistoleiro errante, sem eira e nem beira, que acabou sendo morto em uma emboscada, entre Barras e Juranda, por homens desconhecidos e não sabidos, até hoje”, registra Maneco.

"Muito se falava das astúcias do Pala Branca. Diziam que ele sumia no meio na fumaça durante o tiroteio e que seu corpo era fechadoQuando em fuga e alvo dos tiros das capturas, Pala Branca caia do cavalo e se fingia de morto. O cavalo continuava o galope mata a dentro e a milicia ia atrás do animal". 
"Certa vez ele foi cercado pela captura e usou de uma pistola (parabélum) automática de muitos tiros, para fugir, conta Maneco. Ele prendeu o gatilho e a arma ficou disparando, enquanto ele fugiu rápido. Mais adiante assobiou e o cavalo veio... Montou e foram embora e o cachorro atrás. A policia se acercou do local de onde vinham os tiros e só acharam a automática descarregada, cano ainda quente, presa em um pau e o gatilho amarrado na coronha. Com astúcia escapava das enrascadas. Nunca ouvi dizer que o Pala Branca foi capturado ou preso, enfatiza Maneco, falando muito sério.


Matadores - "A figura do jagunço e do pistoleiro, entre os anos 50 a 60, era comum entre os moradores, posseiros e grileiros na região de Campo Mourão. Assassinatos de quatro... cinco pessoas por dia, era fato comum. Novidade no final da tarde era quando se falava que não morreu ninguém". Manoel do Nascimento conheceu outros “bandidos” famosos e cita, contando nos dedos: “o elegante Santo Ribeiro (Santão) que foi morto pelo soldado Rocha ali em frente do Likes quando comia um caqui na porta da Quitanda Avenida”, relembra.


 
Campo Mourão - Quitanda Avenida, hoje Edifício Likes

"O Rocha morreu pouco tempo depois, baleado pela própria  Polícia dentro do Bar Aparecida, à noite, após tentar matar o Delegado PM, Capitão Bompeixe, à tarde, e o superior o mandou prender. Nessa diligência e entrevero baleou o sargento Agenor, que morreu na calçada, na entrada do famoso Bar Aparecida. Além do Santo Monteiro (Santão) me lembro bem do Galo Cego que mandava na cadeia; Alceu Pata de Onça que mataram no Bar Estrela quando tomava uma brama ali pelas três da tarde; Zé Dias capanga do Dr. Dutra e me recordo do Leônidas (Zé Brabo) o cara mais bonzinho que conheci. Quando queria. (rindo).
Aparentemente pareciam pessoas boas, só que matavam sem dó e nem piedade. A maioria por encomenda paga por coronéis que mandavam invadir a terra, expulsavam e matavam os posseiros que resistiam ou tentavam se manter na propriedade. Os jagunços e capangas tacavam fogo nas roças, matavam animais do posseiro, queimavam os ranchos com tudo dentro e atiravam nos que reagiam. Famílias inteiras foram trucidadas assim, na guerra pela terra”, narra Maneco, com o semblante triste. "Lembranças nada agradáveis, viu?", lamenta
 
1945 - Pe Aliysio, igreja de São José e a casa do padre

Campo Mourão - "Em 1955 tentei a sorte em Campo Mourão e me dei bem. Acertei na escolha, assim como tantos outros mourãoenses adotados por essa querida cidade. Queria minha independência. Vim com o cobrador de ônibus, Nilo, que fazia a linha Campo Mourão/Ubiratã pela poeirenta estrada (BR-369)Quando chovia, parava tudo. O centro de Campo Mourão era uma vila, se resumia na praça, com algumas casas de madeira em volta, que dava para contar nos dedos". 


"Me hospedei no antigo casarão do Hotel Paraná, que também era restaurante e salão de baile. A cidade mais se parecia com aquelas que se vê nos faroestes. Tinha até 'saloon' meio retirado na Santa Catarina, lá embaixo, perto da antiga Travessa Guaíra (Perimetral Tancredo Neves). Em casa, nada de conforto, nada de pavimentação e uma luz elétrica fraca, lusco fusco, gerada por um motor a diesel que ficava estacionado lá na Usina", descreve Maneco.

Farmácias "Cheguei aqui jovem de tudo e solteiro. Conheci os farmacêuticos Antonio Lourival Borba da Farmácia Santo Antonio ao lado da Relojoaria Fuchs, o Waldemar Roth da Farmácia Luz e o Nilo Ragugnetti. 
O Bar Caiçara do Hamilton Gonçalves, era o mais movimentado e na madrugada servia uma canja de galinha velha, especial, aos boêmios. O reservado, no fundo do bar, lotava de 'mariposas", coronéis e gigolôs". 


Retratos da época - O melhor sorvete e frapê com coca cola ou fanta, preparado pelo Chafic, era no Bar do Malluf, ao lado do Cine Império, por ali onde está a Tapovic. 
Tinha também o Bar Pinguim, muito bom, do Elói Leão, onde está o Banco Itau, que ficava ao lado do Cine Mourão e tinha tabacaria e tunguete de baralho, no tempo do cigarro sem filtro. Cada tragada era um soco na guela". (rindo). 
Nesse tempo tinha o Clube Operário 1º de Maio, por ali onde está a sede da Comcam/Acamdoze e a Seicho-no-iê, o primeiro clube social que logo acabou. Foi quando começaram a construir o Clube 10 de Outubro, um enorme casarão de madeira, presidido, pela primeira vez, pelo Juiz de Direito, doutor Sinval Reis. O novo clube lotava e dava bailes super animados, com cantores top e orquestras famosas. No fundo do clube fizeram o campo de futebol sem grama, cercado de tábuas largas, com bilheteria para cobrança de ingresso e deram início a urbanização da Praça Getúlio Vargas, que antes chamava-se Praça 10 de Outubro, onde estava o primeiro campo de jogo de futebol, na pura terra. Ao mesmo tempo abriram a quadra do Estádio Municipal Roberto Brzezinski, antes chamado de Estádio Olímpico”, relembra Maneco, com extrema precisão.

Luta pela vida“Meu primeiro emprego e salário, ganhei como frentista e lavador de carros no Posto Brasilesso (atual Pingo d’Água) que vive mudando de dono e de nome, na esquina da Rua Araruna com a Avenida Irmãos Pereira. O segundo emprego foi de balconista comissionado na Loja Aparecida com Nicolau e Nabi Assad. A moda na época era chapéu Prada, Ramezoni e Panamá. Camisas 3 Patinhos, Volta ao Mundo e cuecas 'samba canção', as branquinhas meia-cocha, de colchete. As calças era de brim Coringa, nycron, tergal... ternos de gabardine, linho branco, casimira, etc”, conta rindo muito da época chic.


  
Início da Farmácia América em Campo Mourão 
Maneco é o segundo da esq>dir.

Farmácia América - “O terceiro e mais duradouro emprego, por treze anos, onde me aprimorei como prático farmacêutico, foi na Farmácia América, no sobrado comercial do Osvaldo B Wronski, ao lado do Edifício Alvorada, perto da antiga Pelicano, que depois foi Morifarma, a qual eu adquiri mais tarde. As primeiras farmácias que me lembro quando cheguei a Campo Mourão eram a do Nilo Ragugnetti na Rua Araruna (Hidrobombas) e a do Valdemar Roth (Farmácia Luz) na esquina da Rua Roberto Brzezinski (antiga Rua Curitiba) com a Avenida Manoel Mendes de Camargo, que depois foi comprada pelo João Seratiuk”, explica Maneco.

 
Lori e Manoel do Nascimento em Campo Mourão

Lorí Goeettl nasceu em Piratuba (SC), dia 14 de abril de 1942. Filha de lavradores, Olga Felipina e Evaldo Goeettl, que vieram morar em Peabiru no início da década de 50, “na época uma vila bem maior que Campo Mourão”, comenta Manoel do Nascimento. 
Lorí tem mais seis irmãos: Arno casado com Lorí Herta, Edla com João Kleber, Lucila com Haroldo Krüger, Iédi com Leopoldo Vilvock, Ilse esposa de João Carvalho de Melo e Yedo marido de Lóidi Krüger. “Quando a conheci em um baile alemão, em Peabiru, a Lorí trabalhava de balconista na Casa Rosa, em Peabiru. Namoramos um ano e meio e casamos no civil lá mesmo. Depois na Igreja Presbiteriana do Brasil, em Campo Mourão, sob as bênçãos dos pastores Jofre Botão e Higíno Bento dos Santos”, conta Maneco.


Manoel e Lori casaram em Peabiru  e em Campo Mourão - PR

 
Filhas de Lori e Manoel do Nascimento 
nascidas em Campo Mourão

Família – Manoel do Nascimento e Lorí Goeettl casaram-se no dia 22 de julho de 1961, mas sempre residiram em Campo Mourão, onde nasceram as três filhas: Márcia esposa de Olivaldo José dos Santos, Marisa (Assistente Social) casada com Diego Unicas Dias e Maristela, (Medicina Veterinária) pelo CIES. “Temos quatro netos: Mariel que está com 24 anos, e os menorezinhos: Mariane, Felipe e Luíza”, fala o orgulhoso pai e avô Maneco, quase bisavô.
 
Netos e netas do vovô Maneco e vovó Lori

Empresário - Em 1969, Manoel do Nascimento, inaugurou a Farmácia Estrela, de sua propriedade em sociedade com Antonio Malluf. Se estabeleceram onde estava a FarmaisAmérica, no térreo do Edifício Mourão.
1975 - Maneco abriu a sociedade e ficou proprietário único. “Vendi a Farmácia Estrela ao Guilherme Santos e compramos a Morifarma em sociedade com Paulo Passos, onde funcionou a primeira Farmácia América ali por perto onde ficava a Pelicano”. 
1980 -  Inaugurou a CampoFarma em frente ao Hospital Bom Jesus, na Avenida Manoel Mendes de Camargo, que manteve até 1996 quando passou a trabalhar na Farmácia Nova dos amigos Tereza e Haru, que posteriormente abriram a Farmácia Catedral na esquina da Rua Harrison José Borges com a Avenida Capitão Índio Bandeira, onde Maneco trabalhou até se aposentar como funcionário dos novos donos, Solange e Cláudio. 


Clube 10 de Campo Mourão, ajudei os dois

Clube 10 – Manoel do Nascimento é um dos fundadores do Clube Social e Recreativo 10 de Outubro. “Não só participei da fundação como ajudei a carpir o mato da quadra ali onde ele está, serrei muita madeira para erguer a construção, uma das primeiras coberta de telhas. Na segunda gestão do presidente Domingos Maciel Ribas, foi iniciada a construção do prédio em alvenaria, que ali permanece até hoje, em seu projeto arquitetônico original”, observa Maneco, que não mais pertence ao quadro social, nem mesmo com o reconhecimento de sócio-remido. “Depois que casei, nunca mais fui convidado a participar de qualquer evento naquele clube, assim como tantos outros fundadores relegados ao ostracismo. Acabaram com a tradição do 10”, reclama com justa razão.

Evangélico - “Há trinta e três anos participei da Fundação do Rotary Club de Campo Mourão, ao qual sou afiliado até hoje e participo ativamente sempre que o tempo me permite. Sou um cristão temente a Deus e frequento a minha igreja evangélica – Presbiteriana do Brasil – religiosamente, com a minha família. Participo e ajudo em tudo que posso na área social. Contribui muito com as creches, com o Asilo São Vicente de Paula e com a Santa Casa de Misericórdia, principalmente quando empresário e, atualmente, sempre que minhas posses permitem”, garante Maneco.

Hoje – “Campo Mourão é uma cidade muito boa de se viver. Ganhou modernidade, organização administrativa e sentiu um grande impulso na gestão do prefeito Milton Luiz Pereira. Daí pra frente seus sucessores só tiveram trabalho de dar continuidade ao organograma municipal e vários ocuparam a mesma cadeira de chefe do Poder Executivo, com altos e baixos. Campo Mourão é uma cidade tranquila. Sou amigo de todo mundo e só não me conhece quem nunca tomou injeção”, sorri satisfeito.
 
Campo Mourão vista do Parque Municipal 
Campo Mourão vista do Céu

Ainda falta - “Mas, Campo Mourão, poderia ser ainda melhor se aqui tivéssemos mais indústrias e mercado mais amplo de emprego de todo tipo de mão-de-obra, especializada ou não. Gosto demais de Campo Mourão. Acompanhei e participei de todo o seu crescimento. Me orgulho em dizer que sou mourãoense de corpo inteiro e que aqui nasceram minhas filhas e a maioria dos netos. Hoje vejo Campo Mourão com seu futuro traçado, bem definido e a maioria do povo empenhada para concretizar esta realidade”, concluiu Manoel do Nascimento, o Maneco da Farmácia.

 
Família de Manoel do Nascimento de Campo Mourão

Tribuna do Interior - "Posso fazer um comentário pra arrematar? 
Esse Projeto Raízes, iniciativa da Dorlly e do Nery Thomé, é fenomenal. Não perco uma edição porque amo Campo Mourão e gosto de tudo que se refere à nossa cidade, principalmente a sua história que é rica e muito bonita, Aos domingos, quando leio, viajo nela e me identifico muito bem com cada uma das pessoas entrevistadas, que são a história viva de Campo Mourão, retratadas pela Tribuna aos domingos”, elogia Manoel do Nascimento.


Última foto de Manoel do Nascimento com Lori
em Campo Mourão

AdeusManoel do Nascimento morreu de pneumonia, na madrugada de 5 de junho de 2016, na Santa Casa de Campo Mourão, com 79 anos. Sempre em farmácias, o pioneiro, Manoel do Nascimento, também era conhecido como Maneco da Estrela. Está sepultado no Cemitério Municipal de Campo Mourão – PR.
Seu último emprego foi no Posto Vian onde, com seu eterno sorriso e simpatia, atuava como relações públicas (recepcionista). A última vez que o vi, tomamos um café juntos ali, enquanto abasteciam meu veículo. Ele estava feliz, até quando a vida quis. 

Salmo.23

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