23/05/2011

Egydio Martello - Mestre em Campo Mourão


 

Egydio Martello uma vida dedicada ao Ensino de Campo Mourão

Egydio Martello - Nasceu em Lindemberg, Rio do Peixe, hoje Piratuba, município de Campos Novos-SC, dia 29 de maio de 1930. Filho de Ernesto Martello e Maria Fabiani Martello.

1934 - Quando sua mãe faleceu, levados pelo pai, Egydio e irmãos passaram a residir em Caçador-SC, onde morou de 15 de março de 1934 até 14 de fevereiro de 1952. Cursou o Ginásio Marista Aurora no período de 1949/1951. Em seguida fez Contabilidade na Escola Técnica de Comércio Catarinense, entre 1949/1951.

1952 - Começou a trabalhar na empresa Reichmann SA, em Caçador - SC, de onde conseguiu transferência para a matriz em Curitiba, dia 15 de fevereiro de 1952. O jovem Martello trabalhava de dia e à noite realizou o curso de Ciências Econômicas na Faculdade de Ciências Econômicas do Paraná.

1954 - Prosseguiu seus estudos na Faculdade de Direito da UFPR, período da manhã, e trabalhava à tarde, entre 1954/1958.

Campo Mourão - Com dois diplomas de nível superior, veio a Campo Mourão, convidado pelo madeireiro e empresário Belim Carollo que o contratou para os cargos de Contabilista e Advogado.

Professor por acaso - “Eu jamais sonhei em ser professor, mas incentivado pelo nobre advogado Milton Luiz Pereira, timidamente e com receio de não me enquadrar no perfil de mestre, acabei por aceitar o gentil convite que me foi feito pelo diretor e proprietário do Ginásio Campo Mourão, Ephigênio José Carneiro e assim, passei a fazer parte do modesto mas heroico corpo docente do pioneiro estabelecimento de ensino médio, ao mesmo tempo que dei aulas na Escola Técnica de Comércio Santo Inácio, também propriedade particular daquele diretor." revelou o professor Martello.

Formatura do antigo Ginásio Campo Mourão

Diretor - Em janeiro de 1960 o ginásio foi estadualizado do qual Martello foi o primeiro diretor eleito na função de substituto no moderno Colégio Estadual Campo Mourão - de 1960 a 1962 - e em 1963 assumiu o cargo de diretor titular.

Correção - "Aliás, existe um erro aí que precisa ser corrigido: o nome oficial, por lei, é Colégio Estadual Campo Mourão e não João d’Oliveira Gomes que foi inventado. Esse nome era do pai da diretora da Escola Normal que também o Estado extinguiu e unificou o ginásio e a escola normal que ensinavam a mesma coisa. Então alguém tem que corrigir isso daí” asseverou Martello.

Ginásio Campo Mourão onde tudo começou

1972 - Martello dirigiu o Colégio Estadual Campo Mourão até o inicio do ano letivo de 1972. Solteiro, dedicou-se exclusivamente ao ensino, lutou com dificuldades face as precárias instalações do primeiro Ginásio, da falta de salas de aula dada a crescente demanda de estudantes, da falta de funcionários e mais professores.

Salário - Seu sustento era o que recebia na qualidade de professor suplementarista, empregava o pouco que lhe restava do dinheiro, em benefício do estabelecimento que dirigia.

Colégio Estadual Campo Mourão não tinha asfalto nas ruas

Disciplina - Se empenhou o máximo pela construção do prédio novo, conseguiu implantar o Curso Científico e estabeleceu critério de regimento interno e disciplina no Colégio. Fez parte do movimento pró-implantação do Ensino Superior em Campo Mourão que culminou com a criação da Faculdade de Ciências e Letras, atual Fecilcam de ensino gratuito.

Incentivador - Além de diretor e professor de Língua Portuguesa incentivou a leitura entres os estudantes que tomaram gosto pela Literatura, pela redação e dissertações de textos, poesia, musica e canto. Recomendava e iniciou o acervo bibliotecário com os melhores livros de autores brasileiros.
O ponto alto da sua administração estudantil foi a harmonia e disciplina constante, tanto no Ginásio tal qual no Colégio. Estudantes e professores conviviam igual uma família e se empenhavam exclusivamente às atividades de ensino e aprendizado, da mesma forma nas atividades extra sala de aula.


1966 – Finalmente saiu o Curso Cientifico, criado em 1965. O Ginásio passou a condição de Colégio e funcionou o Curso Científico com a formação imediata da primeira turma. A maioria matriculada estudava fora de Campo Mourão e assim retornou à sua cidade e familiares.

 
Martello e seus pupilos em Campo Mourão

Esporte e civismo - Durante os anos em que esteve à frente do Ginásio e do Colégio, a Fanfarra sempre esteve presente nos desfiles cívicos de 7 de Setembro – Independência do Brasil, do dia 10 de Outubro – Aniversário do Município Modelo, nas solenidades de formatura, nas competições esportivas e gincanas culturais, sob a batuta do professor Rubens Bathke.

Rubens Bathke primeiro professor de Educação Física e Desenho 
do Ginásio Campo Mourão

"Essas manifestações despertavam e mantinha acesa a chama do espírito de civismo e brasilidade, de amor por Campo Mourão e pelo Brasil, entre a nossa juventude estudantil”, enfatiza Martello.

Cultura - Martello incentivou o Corpo Teatral Amador do Colégio e o coral de canto orfeônico Ari Barroso, ao qual solicitou empenho da professora Walkyria Gaertner Boz, apaixonada por esta área cultural.

Walkyria Boz primeira maestrina de Campo Mourão

1967 – Martello poetou a letra do futuro Hino de Campo Mourão e a professora Walkyria o musicou. Pela primeira vez ouviu-se o Hino publicamente, na Praça Getulio Vargas, na solenidade de inauguração da Estação Rodoviária, dia 8 de Outubro de 1967, em cerimônia encabeçada pelo prefeito em exercício, Rosalino Salvadori, na ausência do titular da importante obra, Milton Luiz Pereira.

 
O Ginásio de Campo Mourão foi inaugurado 
sem asfalto nas ruas

1968 – Foi concluído o prédio de alvenaria e o Ginásio deixou o velho casarão perto do Estádio Municipal onde funcionava desde 1956, e foi transferido, definitivamente, às amplas instalações do estabelecimento estadual de ensino, ainda cheirando tinta. Essa mudança possibilitou a matricula de um número maior de estudantes e todas as vagas foram preenchidas.

 
Egydio Martello casado com a Educação de Campo Mourão

Reconhecimento – Dia 29 de Maio de 1968 os trabalhos de Egydio Martello começaram a ser reconhecidos e gratificados. Era dia de seu aniversário e os estudantes aliados à comunidade e pais de alunos, lhe deram de presente um automóvel (fusca) da Volkswagem.

Cidadão mourãoense - Dia 22 de Maio os poderes executivo e legislativo municipal, lhe concederam, por méritos, o título de Cidadão Honorário de Campo Mourão, pela Lei 10/68.

1972 – Com a reforma do ensino recém chegada a Campo Mourão, Martello optou pelo seu afastamento da direção e passou o cargo de diretor do Colégio Estadual, ao seu colega professor, Nicon Kopko, outro pioneiro e colaborador dedicado do Ginásio Campo Mourão.

 
PUCPR - Curitiba

1975 - Passou a dar aulas noturnas e voltou a trabalhar em Advocacia durante o dia. Voltou às suas origens que o trouxeram a Campo Mourão. Em 1975 retornou seu domicílio à Curitiba, onde regularizou a situação de professor e em 1978 recebeu o diploma de Letras, após cursar a Pontifícia Universidade Católica do Paraná-PUC.


Educandário Dom Orione - Curitiba

1976 – Voltou a fazer o qeu mais gostava na vida, lecionar em Curitiba, lotado no período da manhã, na tradicional Escola Estadual Dom Orione. Paralelamente ao ensino prestou concurso à função de Técnico Judiciário no Tribunal Federal Regional do Trabalho. Atuou, com esmero, na 1a Junta de Conciliação e Julgamento de Curitiba, onde encerrou suas atividades por conta da Previdência Social.

 Carneiro e Martello pioneiros do ensino médio
 juntos somaram um século de Educação em Campo Mourão

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2 comentários:

  1. Grande Egydio Martello, vai deixar muita saudades.

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  2. Estudei no antigo Ginásio que era um edifício de madeira e depois no moderno edifício construído na mesma avenida a algumas quadras do colégio antigo. Tenho uma pequena correção a fazer nos registros da história acima: o Fusca que foi dado ao professor e diretor Egydio Martello não foi em seu aniversário de 1968; foi no dia 29 de maio de 1969, presente este que eu também dei minha contribuição. Pessoa honesta e atenciosa, o professor Martelinho como o chamávamos carinhosamente foi o melhor professor e melhor diretor que o Colégio Estadual de Campo Mourão já teve.

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