24/05/2011

Assassinato bárbaro de Elias Xavier em CM

A Morte de Elias Xavier do Rego
Sol a pino. Calor. Poeira. Campo Mourão. Ano 51.


Elias Xavier do Rego – empenhado em resolver a situação da Gleba Sem Passo - vinha a meses com demandas contra o Estado lutando pela titulação da terra que era cobiçada até pelo governo da época.
Pela manhã Elias recebeu um recado que tinha novidade na Inspetoria de Terra sobre o processo, do qual era procurador legal da família de Jorge Walter, requerente e posseiro daquele quinhão de terra.
Crente e feliz pelo recado, perto do meio-dia se dirigiu à Inspetoria a fim de saber da boa nova.Não desconfiou de nada.

Ao se aproximar do escritório de madeira do órgão estadual (onde hoje está a Sanepar), veio pela avenida Índio Bandeira e avistou Gaspar Negreiro e seu filho encostados na frente de uma camionete próxima ao seu trajeto.
Seguiu. Passou na frente deles. Andou mais uns metros e ouviu disparos de arma de fogo, que o atingiram várias vezes nas costas. Ao mesmo tempo que se virava para ver quem atirava, mais balaços. Caiu fulminado, sangrando e morreu no chão quente e poeirento da avenida.
Foi assassinado a queima roupa e a sangue frio, por Gaspar Negreiro e seu filho, sem nenhuma chance de reação.

Consumado o intento, pai e filho entraram na camionete e aceleraram velozmente em direção a Engenehiro Beltrão onde tomavam conta de uma serraria e vigiavam as áreas devolutas de terra do Estado, deixando para trás uma enorme nuvem de poeira, na qual sumiram de vista.

Um dos carpinteiros, trepado numa escada, que ajudava a construir o Hotel Bandeirante, na esquina da avenida com a rua Santa Catarina, recebeu um balaço perdido, no pé.

Elias morreu na luta pela preservação dos direitos dos proprietários da gleba de terra Sem Passo – situada entre os limites do Rio São João e a localidade de Estiva - perto de Roncador.

Avisado pelo delegado, o médico Manoel Andrade compareceu à cena do crime e ali mesmo fez o exame de corpo de delito e o laudo cadavérico. Tirou o camisa do morto, contou as perfurações e atestou a ‘causa mortis”.
O corpo foi colocado na carroceria de uma camionete e levado à delegacia de polícia chefiada pelo Tenente (PM) Taulli, que abriu inquérito de praxe normal para apurar os fatos criminais.

Passado ano, no dia do julgamento dos Negreiro, a cidade testemunhou o maior Júri da sua história forense e, pasmem, ambos foram absolvidos.

Campo Mourão - bang bang era comum

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