11/05/2011

Expresso Nordeste de Campo Mourão começou com Carroça





Roncador l940 - chegada de Vassílio Boiko pela BR-158
que liga Campo Mourão

Vassilio Boiko quando veio morar na região comprou terra na localidade conhecida por Macaco, em Roncador e vendia frutas e verduras, grande produtor de repolho e laranja. Depois fazia transportes em carroças puxadas por dois cavalos, vendia produtos diversos, mercadorias, remédios nas vendas de beira de estrada, tipo caixeiro-viajante. Por uns tempos mandou fazer carroção especial  que utilizava no transporte de toras de pinho e outras árvores de lei, que descarregava nas serrarias que o contratavam.

Expresso Nordeste começou assim em Roncador

O carretão era de dois eixos e quatro rodas grandes, com chapas de ferro largas que recobriam os rodados. Não tinha carroceria, apenas uma grande tora quadrada, de madeira pesada, fixada sobre uma forte armação e sobre os eixos.
A tora era trazida do mato bem amarrada, em cima desse quadrado. A tração do carroção (carretão) era feita por duas ou três parelhas (duplas) de cavalos e um sozinho que era colocado na frente do cabeçalho (cabeçário), chamado de guia. Geralmente era o mais manso e obediente ao freio e às rédeas.

 
Carroção do Boiko fazia transportes pesados em Campo Mourão

As chapas de ferro que recobriam as rodas de madeira eram largas senão o carroção, com o peso dele e da carga, afundava na terra virgem e mole. As toras eram carregadas nos estaleiros e transportadas por carreadores abertos a esse fim. Os freios, nas quatro, eram dois troncos de árvores de lei, finas, acionados pelo carroceiro através de uma manivela com eixo de rosca-sem-fim que empurrava ou puxava os freios que pegavam diretamente nas chapas das rodas.

Campo Mourão - Já morava em Campo Mourão, ao mudar-se de Roncador, e seus carroções rendiam bom trabalho e dinheiro. Com as economias, decidiu investir no transporte coletivo de passageiros.

 
Boiko do carroção às jardineiras de Campo Mourão

Expresso do Oeste - Depois da trágica morte de Elias Xavier do Rego, dono de duas 'jardineiras' de transportes de passageiros Campo Moura/Mambore/Pitanga, a família decidiu ir embora e Vassilio Boiko comprou a ‘frota’ do Expresso Oeste a batizou de Expresso Nordeste, de acordo com a empresa que abriu, com sua dedicada esposa, Veronica Boiko.

 
Campo Mourão, primeira garagem do Expresso Nordeste


Teste de Admissão de Motoristas:

"A empresa cresceu e sempre precisava de motoristas aptos em condução de ônibus. Transportar gente é uma responsabilidade enorme. Eu abria as vagas, os candidatos se apresentavam. Eu não exigia nada (currículo). Só fazia um teste de habilidade do candidato. Ele entrava na boléia, sentava-se ao volante, ligava o motor e eu pedia a ele dar marcha-a-ré. Esse era o único teste. Se ao dar ré no ônibus ele colocasse a cabeça pra fora pra olhar a manobra de traseira, estava dispensado. Só admitia aqueles que davam marcha-a-ré olhando nos espelhos dos retrovisores. Esses são os bons."  asseverava Vassílio Boiko.

2000 - Um dos ônibus de hoje da moderna frota do Expresso Nordeste, 
que não para de crescer sob a direção dos  irmãos Germano, e Teófilo Boiko.

 
Nordeste na Rodoviária de Campo Mourão

 
Vassilio e Verônica Boiko 
de Prudentópolis a Roncador e  Campo Mourão

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Um comentário:

  1. Minha mãe que se chama Natalia da rosa camargo, se emocionou ao ver as fotos da historia de seu primo Vassílio Boiko, ela vivenciou boa parte dessa historia de luta, inclusive meu pai que se chamava Raimundo de Lima Camargo, trabalhou de cobrador nos primeiros ônibus da frota da expresso Nordeste.Comentário de,osmar.corbelia@gmail.com

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