Gracias a la Vida
José Carlos Ferreira - o Médico
“Em 1950 viemos rumo a Campo Mourão em busca de dias melhores, na época dos “picaretas” e “jacus”. A região era vasta, despovoada e não oferecia conforto além da promessa de dias melhores aos bravos pioneiros que tiveram a coragem de enfrentar o sertão. Nunca mais sai de Campo Mourão. Aqui nasceu meu casal de filhos e vivo feliz, sem um inimigo e milhares de amigos.”
José Carlos Ferreira nasceu em Soledade (RS), dia 19 de novembro de 1919. Filho do farmacêutico e coletor federal, João Ferreira Dias e de Julieta Loureiro Ferreira.
O guri - “A minha infância foi feliz, empinava papagaio, pescava no Poço Redondo e brincava com pedras coloridas que existem em quantidade onde nasci. São ágatas. Estava com oito anos. Um dia quebrando as pedras grandes com martelo, uma lasca atingiu meu olho esquerdo e com o tempo perdi esta visão. Tenho uma destas pedras cristalizadas, que guardo como lembrança de Soledade. Vou te mostrar” - exibe a pedra brilhante.
O guri - “A minha infância foi feliz, empinava papagaio, pescava no Poço Redondo e brincava com pedras coloridas que existem em quantidade onde nasci. São ágatas. Estava com oito anos. Um dia quebrando as pedras grandes com martelo, uma lasca atingiu meu olho esquerdo e com o tempo perdi esta visão. Tenho uma destas pedras cristalizadas, que guardo como lembrança de Soledade. Vou te mostrar” - exibe a pedra brilhante.
Familiares - “Nossa família é grande e unida como pode ver nessa foto. Meus pais nos dedicaram muito carinho, atenções e estudos. Tenho sete irmãos: Talita, Sarita, Leopoldino, Gabriel, João, Júlio e Gilberto.
Estudos - Conclui o curso primário no Colégio Santa Inês das freiras, o ginasial em Passo Fundo, estudei em Santa Maria da Boca do Monte com irmãos Maristas, depois no Colégio Anchieta de Porto Alegre onde terminei o ginasial. Fiz o curso de pré-médico no Colégio Júlio de Castilhos, também em Porto Alegre”, detalha.
Estudos - Conclui o curso primário no Colégio Santa Inês das freiras, o ginasial em Passo Fundo, estudei em Santa Maria da Boca do Monte com irmãos Maristas, depois no Colégio Anchieta de Porto Alegre onde terminei o ginasial. Fiz o curso de pré-médico no Colégio Júlio de Castilhos, também em Porto Alegre”, detalha.
Médico – “Me formei em Medicina, dia 18 de dezembro de 1947, pela Faculdade de Medicina de Porto Alegre.” -“Durante o curso conheci o médico Osvaldo Silveira, amigo da minha família em Soledade, proprietário de hospital em Concórdia (SC). Me especializei em obstetrícia, pediatria, enfermaria e clínica geral. A doutora que me ensinou pediatria, amava crianças, era dedicada e exigente. Aprendi muito com ela, principalmente o segredo da hidratação com soro, que naquele tempo era novidade. Você sabe que criança adoece em bloco - toda ela - e o segredo para salvá-la é a hidratação”, revela.
Ciumeira – “Em 1947 eu, recém formado, o doutor Silveira levou um tiro no ombro esquerdo e ficou impossibilitado de clinicar. Ele era “valiente”, brigão, se meteu em encrenca e levou um balaço. Era um excelente cirurgião, mas não enjeitava uma boa peleia. Então ele pediu-me para atender o seu hospital enquanto se recuperava. Foram seis meses, e imagine a minha responsabilidade. Eu era inexperiente, mas enfrentei com amor à minha profissão e me dei por inteiro às pessoas. Tive sucesso. Nos seis meses que fiquei no hospital não morreu ninguém. A gastrointestinal (desinteria) matava muitas crianças e com a técnica da hidratação, via soro, salvei todas, o que me valeu a confiança, principalmente, da Colônia Italiana de Concórdia, onde havia maior incidência de casos. O médico voltou e pensei que ia me deixar continuar. A comunidade estava contente com meu trabalho, mas ele simplesmente me dispensou. Temia talvez, perder a clientela, ou teve ciuminho do meu trabalho” - conta rindo.
Namoro – “Em 1949 fui convidado e assumi, sozinho, um dos hospitais de Tangará. Depois levei meu irmão Leopoldino, também médico, para trabalhar e morar comigo. Nesta cidade residia minha futura namorada e esposa, Lygia Maria Piccoli (Mariazinha), nascida dia 25 de março de 1929, filha do comerciante Gualtiero Reynaldo Piccoli e de dona Adelaíde Möeller Piccoli que, além dela, tiveram Beatriz, Tila e Gualtiero Filho. Uma tarde estava eu ni clube, jogando ping-pong (tênis de mesa) com amigos e vi aquela moça parada me olhando fixamente. Modéstia à parte, eu jogava bem. Bonito? - Não sei, mas ela era linda. Pensei que admirava minha habilidade no jogo. Frequentávamos o mesmo Clube Social de Tangará. Fui até ela e conversamos. Eu sou eu! quem é você?, coisas assim, só bobices. Soube que ela estivera noiva, mas havia terminado o compromisso. Ela confessou que estava de olho em mim, e eu nela, mas ela não sabia”, risos. "Continuamos conversando sempre que nos encontrávamos, e descobrimos que tínhamos muitas afinidades. Quando percebemos ficamos namorados e apaixonados, com todo respeito."
Lygia Maria Picolli orgulho de Campo Mourão/PR
“De família boa, Mariazinha era uma moça prendada, muito bonita, diplomada em Contabilidade pela Escola de Cruz Alta”, elogia.
Campo Mourão - Já em Campo Mourão, com os filhos ainda pequenos, Lygia Maria (Mariazinha) concluiu o curso de professora na Escola Normal João d’Oliveira Gomes; formou-se Psicóloga na Faculdade de Mandaguari/PR; exerceu as funções de orientadora educacional da Escola Normal e a de diretora da Fecilcam - Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão, onde sua imagem destaca-se na Galeria de Ex-Presidentes.
Casamento - "Da amizade nasceu o namoro e do namoro o amor de verdade. Casamos dia 28 de julho de 1949, na igreja matriz de Tangará. Temos um casal de filhos nascidos em Campo Mourão: João Carlos Piccoli Ferreira, médico cardiologista em Curitiba, casado com Lygia Maria de Almeida, médica veterinária que leciona na Faculdade de Veterinária de Curitiba. Minha filha Wanda Maria Ferreira Di Migueli é psicóloga em Florianópolis, esposa do médico Ulisses Veras Di Migueli. Todos bem, graças a Deus." conta orgulhoso.
Vovô - Até agora tenho nove netos e espero ter mais: José Henrique, Alexandra, Pedro, Bruno, Victor, Maria, Joana, Rosa e Sebastião”, sorri feliz. “Campo Mourão me deu esta felicidade de manter minha família com dignidade, investir no bem estar e nos estudos da minha esposa e dos meus filhos. Graças a Deus”, repete.
Vovô - Até agora tenho nove netos e espero ter mais: José Henrique, Alexandra, Pedro, Bruno, Victor, Maria, Joana, Rosa e Sebastião”, sorri feliz. “Campo Mourão me deu esta felicidade de manter minha família com dignidade, investir no bem estar e nos estudos da minha esposa e dos meus filhos. Graças a Deus”, repete.
Colonização - “Do Norte do Paraná até Campo Mourão as cidades nasciam e se desenvolviam rapidamente graças a terra boa para lavoura, especialmente café. A Cia Melhoramentos Norte Paranaense - Cianorte, loteava as cidades. Quem vendia terra era chamado “picareta” e quem comprava, “jacu”. Lotes de cem alqueires eram vendidos aos fazendeiros, a maioria de São Paulo e lotes de trinta alqueires aos empregados dos 'coronéis' a preço de banana", explica.
Por acaso - "Em Campo Mourão a coisa era brava. A Inspetoria de Terras, da Secretaria de Estado da Agricultura, tinha a missão de vender, porém sem medidas. Foi o período de ocupação, entre 1950 e 1960, que mais se matou gente na vasta região de Campo Mourão, por causa das brigas pela posse da terra. Aqui existiam donos de enormes áreas de terra, os posseiros invadiam, os grileiros tomavam e os jagunços expulsavam e quem não ia embora daquela terra eles matavam sem dó. As vezes famílias inteiras eram exterminadas e, para completar o 'serviço' queimavam os ranchos com tudo dentro”, explica José Carlos Ferreira.
“Os picaretas rodavam, de kombi, as cidades dos estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul em busca dos "jacus" que transportavam até Londrina para negócios com a companhia de colonização. Muitas pessoas não queria nem conversa porque sabiam que por aqui faltava de tudo. Até médico", relembra.
Convite - "Certa feita um desses 'picaretas' passou por Tangará, conversou com meu mano Leopoldino e lhe ofereceu perspectivas de trabalhar como médico na região que se abria com mil e uma dificuldades. Ele topou, veio e, em Campo Mourão, a kombi parou. O pessoal se hospedou no Hotel Central e o Leopoldino junto. Ali estava o inspetor de terra, advogado Homero Quadros de Oliveira. Soube que meu mano Leopoldino era médico e o convidou para trabalhar na Colônia Mourão e ele aceitou".
Meu mano Leopoldino Ferreira foi médico em Campo Mourão
Concorrência brava - "Lá em Tangará, cidade pequena, não víamos muito futuro e a concorrência era brava. Tinha outro hospital e mais dois médicos hostis, da família Teixeira Pinto. Eu e o Leopoldino fazíamos planos de mudar para um local mais promissor. Só não sabíamos onde. Ele ficou muito amigo do doutor Homero. Abriram uma salinha de madeira onde foi escritório do Sady Parigot de Souza, imediações da antiga Santa Casa de Misericórdia, na Rua Brasil. O inspetor Homero ganhava dinheiro que nem água e gastava bem também. Meu mano viajava muito com ele. Eram dois boêmios, mulherengos. Naquela época o presidente Eurico Gaspar Dutra fechou os cassinos e muitas mulheres vieram parar nas regiões novas do Paraná e, também, aventurar, ganhar dinheiro da jacusada e dos coronéis, igual foram para Serra Pelada rica em ouro." - explica, falando sério.
Boates - Foi daí que surgiram as zonas (zbm) e as boates. Deu no que o doutor Homero gostava e meu mano também. Era solteiro e eu casado. Numa dessas o Leopoldino recebeu a oferta de tocar um hospital aparelhado em Cambé/PR. Aceitou e me convidou para tomar conta da salinha médica no vilarejo de Campo Mourão. Ele elogiou muito o lugar e me garantiu que eu me daria bem aqui”, explica.
Boates - Foi daí que surgiram as zonas (zbm) e as boates. Deu no que o doutor Homero gostava e meu mano também. Era solteiro e eu casado. Numa dessas o Leopoldino recebeu a oferta de tocar um hospital aparelhado em Cambé/PR. Aceitou e me convidou para tomar conta da salinha médica no vilarejo de Campo Mourão. Ele elogiou muito o lugar e me garantiu que eu me daria bem aqui”, explica.
Campo Mourão – “No início de 1950 conversei com a Mariazinha, ela topou e viemos com a mudança em cima de um caminhão. Uma viagem penosa e demorada. Estradas ruins e quando chovia, a gente parava. Aqui nos hospedamos em uma casa (foto) do Sady Parigot, que depois adquiri, na Rua Brasil, defronte onde está a Prefeitura e trabalhava um pouco acima onde era a salinha médica que virou Santa Casa. Aqui chovia direto por causa das florestas. Depois eu comprei um automóvel Aéro-Willys. Cansei de encalhar no barro vermelho, em frente da minha própria casa e ali ficava o carro atolado. Quando secava era um poeirão, o terror das donas-de-casa”, sorri.
Hospital – “Pouco tempo depois o doutor Werneck Batista, secretário da Agricultura, autorizou a construção de um pequeno barracão de madeira, com quartos, para ser o Hospital de Campo Mourão, ali mesmo onde tinha a salinha médica. O médico Manoel Andrade e sua esposa, a professora Leony, já moravam aqui.Vieram um pouco antes de nós. O hospital estava sempre cheio. Então convidei o doutor Manoel e ele aceitou trabalharmos juntos com o Dr Legardeth que foi o primeiro dirigente da Santa Casa de madeira." - explica.
Maleita - "Morria muita gente de malária e febre amarela, picadas de mosquitos que proliferavam no Rio Ivaí e nos afluentes da região de Campo Mourão. O 'hospital' improvisado pelo Estado era completamente desaparelhado, de madeira. Atendíamos de tudo e a todos: partos, baleados, cortados, leprosos, maleitosos, tudo que você possa imaginar, com ínfimo grau de mortalidade. Nosso negócio não era ganhar dinheiro e sim, salvar vidas. Sempre cobramos o justo de quem podia pagar. A maioria não podia, mas atendíamos com a mesma dedicação”, narra.
Maleita - "Morria muita gente de malária e febre amarela, picadas de mosquitos que proliferavam no Rio Ivaí e nos afluentes da região de Campo Mourão. O 'hospital' improvisado pelo Estado era completamente desaparelhado, de madeira. Atendíamos de tudo e a todos: partos, baleados, cortados, leprosos, maleitosos, tudo que você possa imaginar, com ínfimo grau de mortalidade. Nosso negócio não era ganhar dinheiro e sim, salvar vidas. Sempre cobramos o justo de quem podia pagar. A maioria não podia, mas atendíamos com a mesma dedicação”, narra.
'O Dr Manoel Andrade - primeiro à direita comendo melancia
- foi meu maior companheiro em Campo Mourão'
- foi meu maior companheiro em Campo Mourão'
Casos – “Logo que cheguei a Campo Mourão, meu primeiro caso grave foi um rapaz de Pinhalão (Farol) vítima de apendicite rota (peritonite aguda). Apêndice estourada. Entende? Fui chamado às pressas. Sai de Campo Mourão às 16 horas e cheguei lá às 04 horas da madrugada. Chovia demais. Tive que trazê-lo, com todo sofrimento, até o hospitalzinho. A Mariazinha me ajudou a operar. Liguei uma lâmpada de 500 velas em cima do forro e operei. Fiz o dreno. Retirei o apêndice e ele sobreviveu. Passados trinta anos nos encontramos. Me deu um abraço gostoso. Outro dia estava, já em casa. Me chamaram. Vi um rapaz de uns 15 anos estirado no assoalho do hospital, com enorme rombo no abdome causado por um tiro de cartucheira (espingarda chumbeira) de matar onça. O doutor Manoel Andrade ajudou a fazer a cirurgia. Retiramos 93 centímetros do intestino delgado e suturamos. Foi uma beleza a operação. Esse menino tinha um bocó (sacolinha a tiracolo) feita de couro de onça. Na caçada, mata fechada, o pai viu aquele pedaço de pelugem malhada e atirou. Era o filho que salvamos”, conta emocionado.
Antibióticos - “A nossa sorte é que os corpos tinham os organismos virgens de antibióticos, ao contrário de hoje. Basicamente usávamos nas curas infecciosas: penicilina, estreptomicina; a sulfa como cicatrizante e sulfona no tratamento da lepra”, revela doutor José.
Mortandade – “O mais grave aqui era a malária (mosquito anofelino) e a febre amarela (aedes egypti). De cada cinqüenta internos morria a metade. A situação chegou a tal ponto que pedi à Mariazinha e as crianças irem para Tangará, morar com os pais dela. Tinha medo que a praga pegasse elas. Inclusive de Tangará, no verão podia-se ir ao litoral, pegar uma praia numa boa, como fomos várias vezes", conta sorrindo.
José Carlos Ferreira e Mariazinha de Campo Mourão
A luta - "O Manoel e eu não fugimos, arriscamos e ficamos. Eu queria aprender a vencer aquelas febres. Sobrevivi e consegui. Um moço de família forte chegou morrendo. Eu disse que não podia fazer nada. Levaram-no a São Paulo, de avião. Perto de Londrina agravou-se. Pararam e ele morreu, lamentavelmente."
Ajuda - "Dois médicos da Fundação Rockefeller-USA, souberam da epidemia e vieram até Campo Mourão tomar pé da situação, mas não descobriram a causa. Me pediram um pedaço de fígado de vítima da malária para biópsia em São Paulo. Eu dei. Um dia antes - vou te contar como era triste - um senhor de Guarapuava, atacado de malária, tremia igual vara verde... pediu-me para escrever e enviar uma carta à sua família. Fiz e mandei. No outro dia fui contar que atendi seu pedido, mas amanheceu morto e isso me entristeceu muito. O pedaço de fígado que mandei era dele e a causa foi descoberta, graças a ele", fala agradecido.
Combate - "Uns meses depois, a pedido do governo, para cá veio uma equipe de vinte a trinta homens do Ministério da Saúde a fim de vacinar a população mourãoense em massa, contra a febre amarela. Quem tinha jeep ajudou a transportá-los e cessou o efeito em pouco tempo. Acabou a febre, mas contra a malária não tem vacina. Tem que matar o mosquito anofelino onde ele nasce e procria. Os casos de febre amarela eram horrorosos, mas o resultado final foi fantástico. Vencemos a epidemia.” - fala contente da sua luta e de todos que participaram dela.
Combate - "Uns meses depois, a pedido do governo, para cá veio uma equipe de vinte a trinta homens do Ministério da Saúde a fim de vacinar a população mourãoense em massa, contra a febre amarela. Quem tinha jeep ajudou a transportá-los e cessou o efeito em pouco tempo. Acabou a febre, mas contra a malária não tem vacina. Tem que matar o mosquito anofelino onde ele nasce e procria. Os casos de febre amarela eram horrorosos, mas o resultado final foi fantástico. Vencemos a epidemia.” - fala contente da sua luta e de todos que participaram dela.
Investimentos – “Construímos o Hospital São Pedro (foto) na Avenida Manoel Mendes de Camargo esquina com a Rua Roberto Brzezinski, no início de madeira e depois em alvenaria, que está ali até hoje, o predinho. Sempre gostei desta terra abençoada. Tive um sítio com quarenta mil covas de café em Pinhalzinho (Janiópolis). Depois plantei cento e quarenta mil covas de café na Fazenda Soledade, arredores de Barbosa Ferraz, que nos deram belas colheitas”, conta satisfeito.
Morre Mariazinha – “Foi lá (na Fazenda Soledade) que a Mariazinha caiu do cavalo e morreu duas horas depois, dia 18 de setembro de 1991. Ela montou para dar uma volta, como sempre fazia, porque gostava e cuidava com carinho os animais. O cavalo dela era ligeiro e bom de rédea. Num dado momento, assustou com alguma coisa... disparou e estaqueou de chofre. Na brecada brusca a Mariazinha voou por cima do pescoço do animal, caiu de ponta-cabeça e teve traumatismo craniano. Entrou em coma. Duas horas depois faleceu aqui, no Hospital São Marcos, e está sepultada em solo mourãoense (Cemitério São Judas Tadeu)”, conta entristecido, com os olhos marejados de lágrimas.
José Carlos Ferreira, Antonio Teodoro de Oliveira e Manoel Andrade,
receberam títulos de 'Cidadão Honorário' de Campo Mourão/PR
Contente – "Sou feliz por estar em Campo Mourão desde 1950. Nunca me afastei daqui. Trabalhei até novembro de 1999, quando me aposentei, com 80 anos de idade. Participei de muitos momentos importantes da cidade. Sou apolítico. Fundamos o Country Clube e o Clube 10 de Outubro do qual sou sócio remido. Creio que nas minhas mãos nasceram mais de cinco mil crianças da primeira geração mourãoense", diz com orgulho.
Inimigo? "Se tenho não sei! Só recebo carinho e gratidão dos que me visitam ou me cercam nas ruas de Campo Mourão. Fiz minha parte, tenho certeza. O Município reconheceu nosso trabalho e outorgou ao doutor Manoel Andrade, ao ex-prefeito Antonio Teodoro de Oliveira e à minha modesta pessoa, o Título de Cidadão Honorário. Ao completar o jubileu de ouro, na qualidade de médico, sem máculas na profissão, recebi o Diploma de Honra ao Mérito da Associação Médica, o que muito me envaidece.” "Aqui concretizei meu objetivo: salvar vidas", mostra os quadros e diplomas na parede.
Terezinha – Viúvo, sozinho, hoje adoentado, José Carlos Ferreira, contraiu o segundo casamento dia 11 de novembro de 1994, com a professora de Geografia e aposentada, Terezinha Elvira Valezi, que a maior parte da sua vida cuidou dos pais, já falecidos, José Valezi e Angela Girardi Valezi. Terezinha nasceu dia 11 de dezembro de 1943, em Barretos (SP).
“A escolha não poderia ser melhor. É uma excelente companheira”, enaltece doutor José. “Sou feliz. Tenho uma família maravilhosa e moro numa bela cidade, crescente e de um grande futuro”, concluiu José Carlos Ferreira.
Meu pai era o Gilberto Loureiro Ferreira tbm falecido em Dezembro de 2018 com 83 anos, Médico Anestesista.
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