20/04/2019

* Figuras Folclóricas de Campo Mourão

Campo Mourão, de tempos em tempos, teve e tem personagens  curiosas que se tornaram folclóricas pelo modo diferenciado de agir.
O primeiro que conheci foi o mudo Emílio, enteado da família Albuquerque, estava sempre atrás de amigos e casamento. Morreu solteiro. Tinha um só dente de ouro (presa esquerda). Chapelão desabado na cabeça, bota velha de cano curto, andava arcado, com passos cansados e as duas mãos seguras atras, na altura do bumbum. Lhe faltavam dois dedos da mão esquerda, devido ao estouro  de uma ‘cabeça de negro’ que ele segurou e acendeu com um tição.
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Depois conheci o Abel Sem Rima, um mestiço de barba rala, pele cor de cuia, que quando normal estava bêbado e a troco de uma cachacinha declamava ‘versos’ sem pé nem cabeça. 
"Eu vi a morte pescando
na beira do rio do Campo.
Quando a morte pesca, sô!
não sobra nem lambari".
Seu ponto, o dia todo, era no Bar Estrela, na esquina da Av Irmãos Pereira x Rua Brasil. Morava só, em um ranchinho beira chão onde hoje está a Seicho-no-ie. Era calmo e não ria de nada. Quando subia ou descia a rua, ia cantarolando tipo índio. Uma embolada só.
Anos depois surgiu o Orlandinho, ex-goleiro da Portuguesa Santista – SP que gostava de ser prestativo aos advogados e até auxiliava na busca e entrada de processos no Fórum quando estava sóbrio (ele se dizia e acreditava ser advogado). Bebia muito, mas estava sempre de roupa limpa, barba feita e cabelos penteados. Seu assunto preferido era futebol.
Mais recentemente havia o Vardo (O Sujinho). Sempre descalço e maltrapilho correndo, sem rumo, pelas ruas da cidade e dos bairros. De trecho em trecho batia palmas em frente alguma casa, aleatoriamente, e pedia café. Nunca o ouvi, pedir água ou comida. Quando parava, era de supetão, tempo que ele catava pedrinhas da rua e as jogava para dentro dos quintais. Vez ou outra uma alma boa lhe dava um banho. Morreu no Centro de Convivência de Mamborê.
Muitos ex-atletas lembram-se do Macuco. Era massagista de quase todos os times de futebol amador de Campo Mourão. Gostava de acompanhar as delegações em jogos fora, principalmente nos Jogos Abertos do Paraná e era a diversão das delegações. Não levava nada a sério. Quem cuidou muito do carioca e sambista Macuco foi a dona Julia Tavela Borges do cartório do Pitico. Macuco é nome de rua no Jd Tropical II.
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Udério Vanzini, catarinense de Caçador - SC, acumulou vários processos no Fórum de Campo Mourão no tempo dos jagunços. Conhecido como o último pistoleiro, era de poucos amigos. Cara fechada. Já idoso, vendia espetinhos de carne assada numa mini-churrasqueira de brasas, na calçada frente a Quitanda Avenida (Likes). O Dr. Aymar Soares de Souza Lima (advogado) ao lado do Correio, o acolheu até os últimos dias da sua vida. 
Outro que ficou na história foi o Antonio Pamonheiro. Rodava a cidade e os bairros, pedalando calmamente sua bicileta, com uma cesta coberta por um pano, e gritava: Olhaaa a paamonhaa !!... Táa quentinha !! Além das pamonhas doces e salgadas, vendia um delicioso bolo de milho. A matéria prima ele não negava: ‘cato nas roças, é mais gostoso e de graça’.
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Certa vez ele foi preso. Estava ensacando espigas de milho verde perto da Usina, em propriedade alheia. Um cidadão de camionete branca parou e perguntou: ‘já catou tudo que precisa?”. Ele respondeu que sim. ‘Então joga o saco e a bicicleta aí atrás... te levo pra cidade”. Antonio fez isso, entrou na cabine e vieram. O  'bondoso'  cidadão parou em frente da delegacia e mandou prender o ‘pamonheiro’ acusando-o de ladrão. O motorista era o dono da roça. 
 
Atualmente temos o Anfitrião oficial de Campo Mourão, Magnum Alves, homem de baixa estatura, sorridente, impecavelmente trajado,  que faz questão de recepcionar visitantes famosos e manter contatos com pessoas importantes da cidade. Exige ser fotografado ao lado delas. 'Gosto de provar o que faço e com quem estive’, diz ele.

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Tempo bom que não volta mais... Caracol ou Amarelinha,
 estimulava o equilíbrio e iniciação à matemática.

3 comentários:

  1. Olá, você teria mais alguma informação sobre o senhor uderio Vanzini? Se o senhor puder me contactar neste número ficarei agradecida (69) 993353621

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Alguém poderia dar me mais informações sobre este Vardo (O Sujinho) alguém da família esposa e filhos¿

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