10/01/2019

CAMPO MOURÃO, VÁRIAS HISTÓRIAS EM UMA FOTO


Cadê a foto Wille?
Farinheira do Seu Léo
Foto: Antonio Botelho Dos Santos Netto


A foto abaixo é de 1969 em Campo Mourão, na Av. Comendador Norberto Marcondes 2125, esquina com a então Rua Muquilão (hoje Peabiru) retrata a Fabrica de Farinha de Milho, ainda com a placa da velha sociedade com os Irmãos Staniziewski, Stan Gli Ltda.
A carreta era de Poços de Caldas – MG. Esta é uma das quatro que vinham, todo mês, comprar e transportar milho da cerealista de Léo Glinski, para Minas Gerais.
Eu sou a menina sentada em cima da carga ao lado do Joaquim, logo na frente o meu pai Leonardo Glinski, segurando a chaleira do chimarrão.
Desse time que na época eram chamados de "os saqueiros" eu lembro de um por um. Ali ao meu lado era o Joaquim -  o moinheiro - ele era quem triturava o milho molhado para fazer o fubá para o Ari (em pé atrás de mim) fazer a torrefação (os bijus), o mesmo Ari que depois saiu da Farinheira e foi ser caminhoneiro do João Pessa (da Brahma). Infelizmente morreu queimado num acidente na estrada quando o caminhão pegou fogo. Foi muito feio.
Aquele que está nos fundos, entre eu e o Joaquim, é o Pedro, que morava em uma das casas dos Zagoto que trabalhava no Sergio Lisa, nos fundos da farinheira. Eu era muito amiga das filhas dele, tínhamos a mesma idade. 
E aquele de chapéu, o moreno, era o Mato Grosso, esse tinha história, mas morreu assassinado. Morava na Rua das Palmeiras (Av. Nelson Bittencourt Prado) na época que lá era o "um inferno". Era uma pessoa sensacional, tinha um respeito que causava grande orgulho em meu pai e em todos que trabalhavam ali com ele.
Dos que estão em terra,  eles eram os motoristas "mineiros", cada um vinha com uma carreta Scania Vabis uma vez por mês carregar cereais para levar de Campo Mourão para Minas Gerais, mais especificamente para Poços de Caldas.
Se conseguíssemos ampliar essa foto, na janela quadriculada do lado direito, ali está o seu Mario Sagrillo "sondando" o fotógrafo para que não saísse a sua imagem. Foi ele que me ajudou a subir na carga, mas exigiu que o fotógrafo esperasse ele se esconder. 
O outro que ficou vigiando, aparece meio que de lado na fresta entre a carreta e a porta, rindo do seu Mário, pai de Izidoro SagrilloMariazuleideRosangelaRosely e da Mary.

Elio Brisola Maciel Meu falecido pai Elói Maciel, comprava farelo de milho e claro a deliciosa farinha de milho. Eu ia junto, enquanto tomavam chimarrão e "papeavam" eu comia a farinha que saia quentinha da chapa.
 
Antonio Botelho Dos Santos Netto Vocês não sabem... Mas eu Antônio quando adolescente trabalhei empacotando farinha com o seu Léo. Eu Gostava de comer aquela farinha torrada na hora, ou depois comer misturada com leite. Sempre acompanhava o meu pai até a farinheira e o cachorro Tutu também não perdia viagem. Bons tempos da Farinheira do amigo Léo Glinski.

Wille  Nesse entorno, no final dos anos 60, na virada rumo a 70, parecia que ia surgir uma Cidade Industrial por aquelas bandas. Tinha duas com a Farinheira do seu Léo, a Máquina de Arroz dos Gorri, tinha o Ginásio, o Estádio, o DER, o armazém de seu Licínio e outro do pai da Edina (hoje Carreira), tinha Posto de Gasolina dos Boiko e outros investimentos só nesse meio. Essa foto traz muitas lembranças e só ela em si, tem uma história bonita do pioneirismo e amizades mourãoenses. É uma relíquia sem preço.  

Antonio Botelho Dos Santos Netto - Tinha também as Madeireiras. A madeireira Lisa ficava a menos de 100 m da Farinheira. 

Wille - Era a Rua das Indústrias (atual av João Vecchi) além da Lisa vinha a Madeireira Slompinho (meu primeiro emprego 1962) e a Serraria do Maione & Belizário e logo ali adiante uma cafeeira. Pouco abaixo da Mad Lisa (hoje Viação Mourãoense) na estradinha para Farol tinha a Serraria do Chafic Simão.

Silvia Rita Glinski Sefrin - Delícia que era brincar naqueles montes de serragens,.. muitas vezes o morro era tão grande que chegava a beira do Rio do Campo, local onde hoje está saindo o loteamento onde era a granja do seu Ricardo Zaleski, pai de Eugenio Ricardo Zaleski, que também tem postado fotos do "progresso" que hoje desperta as imagens adormecidas de nossas infâncias e juventude! 
Mas voltando àquela Rua das Indústrias . . . 
Muita gente boa morava por ali! Pessoal que fazia catequese no Lar Paraná, na Igreja antiga, que tinha as  grandes festas pró-construção da Paróquia Nossa Senhora do Caravágio . . . E vai por ai afora, e as lembranças ficaram em nossas memórias!

A gente só tem Saudade do que um dia amamos! Boas lembranças fazem muito bem para o nosso ego, hoje um pouco prejudicado pelo progresso conturbado e pelas agruras da vida!

Wille - Mas sempre é tempo de ser feliz, até mesmo olhando uma foto antiga feita por acaso em um certo clic da Vida, tal qual esta simplicidade de um barracão de madeira construído na confiança de um fio de bigode acertado entre Afonso Stanziewski e Léo Glinski, pioneiros que muito investiram por acreditarem no desenvolvimento de Campo Mourão. Deixaram um exemplar legado aos seus filhos e filhas, principalmente o empreendedorismo, a educação e a humildade.

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Obs: texto extraído de um bate-papo casual no Facebook

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