04/12/2018

Os Pereira no Brasil e Campo Mourão


Brasão da Família Pereira em Portugal

Este é um sobrenome português de raízes toponímicas, ou seja, de origem geográfica campesina. Neste caso, o lugar que deu origem ao sobrenome tem muitas peras, frutos das pereiras cultivadas em grandes porções pela família.


Em Portugal
Pesquisas genealógicas revelam que os primeiros Pereira estavam ligados à casa de Bragança, em Portugal. Foi seu solar e moradia, a Quinta de Pereira, junto ao rio Ave, em terra de Vermoim. Por causa dos imensos pomares com cultivo e produção de peras, lhes adveio o apelido.
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Vermoim no mapa de Portugal
Variantes
O sobrenome Pereira desde o início permaneceu o mesmo. Dessa forma, não é possível encontrar variações válidas para tal. Por outro lado, é possível encontrar traduções de Pereira, visto que esta é uma árvore de peras. 


 
Francisco Pereira Coutinho
No Brasil
O primeiro Pereira foi o donatário da capitania baiana, Francisco Pereira Coutinho, que aqui aportou pouco tempo após a descoberta do Brasil. Morreu após sofrer um naufrágio. Conseguiu se salvar na ilha de Itaparica - BA, mas foi morto por Tupinambás que ali habitavam, nos idos de 1549. 
Entre seus descendentes está um dos mais importantes escritores brasileiros, José Olympio (Pereira Filho). 
Em 1606 chegou ao Brasil a primeira mulher da família, a degredada (exilada) Ana Pereira, acusada de bigamia. 
Assentamentos
Os estados brasileiros onde os Pereira, a princípio, se fixaram e mais se multiplicaram são: Minas Gerais, São Paulo e Paraná, neste, mais precisamente em Guarapuava e Pitanga que serviram de trampolim até os longínquos Campos do Mourão, quando os primeiros familiares aqui aportaram, a cavalo e em seus carros-de-boi, em 16 de setembro de 1903.
1897 
A família Pereira começou a ser destacada no vilarejo de Santa Cruz do Rio Pardo – SP, onde José Luiz Correia Dutra (filho de Francisco Silvério dos Santos e Felipa Francisca) e sua mulher Maria Theodora Pereira (filha do coronel João Pereira da Cruz e Rita Rufina) eram proprietários de extensa porção de terra, doada por D. Pedro II (Fazenda Cachoeira), ocupada por pastagens a perder de vista e grande rebanho bovino.
A família
Oriundos de Casa Branca-MG, o casal teve uma prole, de nove filhos e duas filhas, que herdou o sobrenome Pereira da mãe, uma rica senhora, de família abastada e mulher de fibra. Suas ordens nunca eram contestadas. 
São filhos do casal: Jozé Luis Pereira, João Pereira da Cruz, Antonio Luiz Pereira, Joaquim Luiz Pereira, Maria Izabel de Jesus, Francisco Luiz Pereira, Manoel Luiz Pereira, Inácio Luiz Pereira, Luiz Pereira da Cruz, Miguel Luiz Pereira e a caçula, Messias Theodora de Jesus.
Carolina Theodora Pereira
(Nhá Carula, irmã de Maria Theodora Pereira) casada com Luiz Correia Dutra, teve cinco filhos: Ananias Luiz Pereira, Joaquim Luiz Carolino Pereira, Pedro Luiz Pereira, José Luiz Pereira Sobrinho e Ana Luiza da Conceição, a maioria vinda aos Campos do Mourão. Carula enviuvou, casou com Mateus Tavares e teve mais dois filhos: Francisco Mateus Tavares e Miguel Mateus Tavares.
Nos Campos do Mourão
A comitiva de Jozé Luis Pereira partiu de Ilha Grande, região de  Santa Cruz do Rio Pardo-SP, em 1887, em busca do desconhecido Campos do Mourão, aonde chegou em 1903, com três carros-de-boi pertencentes a: Miguel Luiz Pereira casado com Adelaide Mendes Pereira; outro da matriarca Maria Theodora Pereira (adoentada) acompanhada do filho Inácio Luiz Pereira e mais um do próprio Jozé Luis Pereira e sua esposa Maria Silvério. Chegaram aos Campos do Mourão após seis anos de jornada épica e muitas paradas ao longo da penosa viagem por lugares incertos e completamente desconhecidos. Atravessaram serras, rios, rasgaram matas além do sertão bruto e traiçoeiro para os menos preparados, entre eles: o líder Jozé Luis Pereira e sua esposa; Maria Luiza e seu marido; José Martins de Oliveira Melo, José Cândido Pereira, João Barnabé (o primeiro a avistar os Campos ao subir em uma árvore pouco antes da Vila Guarujá); Pedro Ovídio Pereira, Antonio Almonia Pereira, Luiz Pereira Silvério, Manoel Silvério Pereira; Sebastiana Silvério Pereira, a veneranda e incansável mãe Maria Theodora Pereira, Inácio Luiz Pereira e Miguel Luiz Pereira.
Com a caravana vieram alguns peões, cavalos de monta, cães de caça, 24 cabeças de gado, os bois de canga e mulas carregadas (cargueiros) de todo tipo de necessidades primárias dos destemidos aventureiros.
Assim começou Campo Mourão às margens do Ribeirão 119, onde se situa o Jardim Santa Cruz e vários outros locais - que hoje são cidades - desbravados por membros da Família Pereira, na imensidão da terra bruta, antes devoluta – sem dono - entre as volumosas calhas dos rios Piquiri e Ivaí. 
Quando Barnabé gritou de cima da arvore: Estou vendo os Campos do Mourão, a comitiva comemorou com gritos de alegria e uma saraivada de tiros para cima.
A primeira coisa que Jozé Luis fez ao transpor o Rio do Campo, pelo raso da água próximo à Voltinha, na encruzilhada da estrada de Roncador, foi dar um galope demorado; um de volteio com seu guapo cavalo, pelo vasto cerrado. Em seguida procurou nascentes de água, onde acampou e ergueu o primeiro rancho de pau a pique, à margem direita do Ribeirão 119 (Santa Cruz) e, na ribanceira dali, plantou a primeira roça de milho e outros alimentos de subsistência (arroz, feijão, mandioca, cana de açúcar, etc).
Dias depois retornou à Pitanga para buscar mais mudanças e gente, mas antes de partir deixou o velho soldado Lucio responsável pelo rancho e tacou fogo no meio do cerradão para demarcar o local. 
No caminho encontrou com seu irmão Antonio Luiz e a família que vieram de carroça com toldo; lhe contou da boa nova, o que facilitou a chegada da segunda leva dos Pereira até os Campos recém descobertos. Antonio se fixou à margem esquerda do Ribeirão 119, local que ficou conhecido por Campinho, defronte a terra do irmão Jozé Luis. De um rancho ao outro as famílias se falavam, aos gritos e se visitavam cruzando o ribeirão por sobre uma pinguela horizontal, feita com tronco de árvore falquejada, a machado e no facão.

Aos poucos, outras famílias foram chegando e se estabelecendo aqui e acolá, em pontos distantes umas das outras, mas unidas e mutuamente se ajudavam em mutirões. A cada encontro era uma festa, um baile, um fandango e assim Campo Mourão evoluiu, pouco a pouco, até chegar aos dias de hoje.
Brasão da Família Pereira - no Brasil -  é constituído de vermelho com uma cruz de prata florenciada e vazia. No timbre a mesma cruz do escudo na cor vermelha, entre asas de ouro. Este é o brasão oficial encontrado. Qualquer variação das características básicas do mesmo - com certeza - é de um escudo advindo de outra origem.
 
A Família Pereira começou a chegar aos  Campos do Mourão
em setembro de 1903 a cavalo e em 3 carros-de-boi, oriunda de SP


O primeiro Pereira no Brasil

 

Francisco Pereira Coutinho, era filho de Afonso Pereira e de sua segunda mulher, Catarina Coutinho, nascido no Condado de Marialva.

Casou com Margarida Pereira de Lacerda, filha de Reimão Pereira de Lacerda e de Isabel Pereira.

Capitão - militar de carreira - que era, serviu em possessões da coroa portuguesa na África, na Índia e no Brasil. Participou a frente de muitos combates, com invejável arrojo e coragem.

Em função das suas rudes experiências e empenho na expansão dos domínios portugueses na África e Índia, tornou-se exemplo de obstinação e rigidez, sem muita disciplina, o que lhe valeu o apelido de ‘Rusticão’.

Foi Capitão de Goa desde 27 de janeiro de 1521; membro do Conselho de João III e obteve, em 5 de abril de 1531, a doação da Capitania da Baía de Todos os Santos, no Brasil, sendo um dos donatários entre os quais foi dividido o Brasil na primeira tentativa de colonização.
Mas, Pereira Coutinho, veio e tomou posse somente em 1536 e ali fundou o Arraial do Pereira, sua residência, nas imediações onde hoje está a Ladeira da Barra, em Salvador - BA. 
Os colonos o ajudaram a fundar uma povoação, a Vila Pereira; desbravaram a terra e fizeram cultivo da cana açucareira com grande êxito. Em pouco tempo já havia 2 engenhos em plena produção. Na época decidiram plantar tabaco e algodão além da cana doce, que aumentou a renda da povoação que progredia a olhos vistos.

Durante alguns anos tudo correu muito bem na capitania de Pereira Coutinho. A maioria dos seus colonos casou com índias catequizadas sob consentimento dos caciques, abençoados por padres jesuítas e constituíram numerosas famílias de caboclos.

Os primeiros conflitos ocorreram contra nativos que se recusavam a aceitar as ordens do Capitão e provocaram revoltas. Não se submetiam à escravidão e nem aceitavam trabalhar para os cunhados colonos.

De índole violenta, militar linha dura, desprezava os Tupinambás com os quais se envolvia constantemente em escaramuças na tentativa de torna-los escravos a seu mando. Era dominador e levava tudo a ferro e fogo, mas não conseguiu seu intento. 

Tudo se agravou quando um soldado português matou a tiro, um indígena filho de chefe de grande tribo da região.

O Capitão não tinha guarnição suficiente para suportar uma revolta violenta e ao ver o engenho e as casas da Vila Velha atacadas e em chamas, fugiram todos para Porto Seguro.

Em 1549, crente que os ânimos estavam serenados, na tentativa de retornar a Salvador e reativar seus investimentos, a embarcação em que viajava foi danificada nos traiçoeiros recifes de Pinaúnas, ao sul da ilha de Itaparica. 
Pereira Coutinho e seus homens conseguiram atingir a praia, mas logo foram capturados pelos indígenas que odiavam o Capitão. Foram todos mortos.
  
Banquete antropofágico Tupinambá
Preso e fortemente amarrado, o donatário foi despido e deixado por último, sacrificado e devorado numa festa antropofágica, depois de ser morto a pancadas por um curumim (menino) que empunhava um  pesado tacape (porrete com pedra na ponta).
Em confronto anterior, o jovem algoz viu seu irmão ser morto pelo chefe português e consumou a feroz vingança - a mando do cacique - sem piedade. 

Ao saber da grave situação, o rei decidiu enviar ao Brasil uma autoridade mais forte, um representante da própria Corte acompanhado por arcabuzeiros (soldados armados) e de funcionários com um governador-geral à frente.

O governo foi instalado na Bahia de Todos o Santos e o nobre Tomé de Souza designado o primeiro Governador-Geral, que chegou ao Brasil em 29 de Março de 1549.

Logo que tomou posse da governança fundou, oficialmente, em nome do rei de Portugal, a cidade de São Salvador, na Bahia de Todos os Santos, a primeira capital do Brasil.



1903    2018

2 comentários:

  1. Obrigado por compartilhar.
    Orgulho de ter Pereira no meu sobrenome :D

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  2. sou Pereira de campo mourão , estou feliz em saber que meus antepassados que iniciaram essa linda cidade da qual sou filho

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