29/11/2018

O Cozinheiro, o Jornalista e o Gilmar

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O Supremo Tribunal Federal (STF) extinguiu, por oito votos a um, a exigência do diploma universitário referente à profissão de jornalista.

Gilmar Mendes – o paladino de presos de colarinho branco – relator desta inoportuna matéria, justificou seu parecer ao comparar a profissão de jornalista com a de cozinheiro: 

"Um excelente chefe de cozinha poderá ser formado numa faculdade de culinária, o que não legitima estarmos a exigir que toda e qualquer refeição seja feita por profissional registrado mediante diploma da área”. 

Digamos - de leve - que, de certa forma, esse ministro tem um pouco de  razão.

O jornalista Nelson Sodré, comentou: 

"Um dos melhores dentistas que conheci em toda a minha vida era também um bom advogado... Em paralelo a tudo isso, era editor de jornais. Na escola, não ultrapassou o curso primário e jamais teve qualquer diploma. Manteve-se, porém, sempre nos limites da legalidade. Eu o conhecia muito bem. Era meu pai”.

O que acontece, e o ministro Gilmar ignora, é que os tempos mudam... as profissões se tornam mais complexas e os saberes atuais não conseguem ser entendidos por quem não esteja preparado convenientemente. A atualização profissional tem que ser constante. Quem não se atualiza, certamente fica no fim da fila do aprender.  Daí a necessidade do diploma para os profissionais de química, física, letras, ciências sociais, educação física, etc e, evidentemente, de jornalismo. 

A diplomação evita que a picaretagem tome conta do mundo. Porém, de nada vale um diploma sem ética. Mas em que outro campo de conhecimento – mesmo eventualmente - isso não ocorre? - Desrespeito ao leitor, aos demais jornalistas e empresas de comunicação de massa que representam.

Logo em seguida, no seu parecer, o tal ministro-beiçola deu outro pisão no sabão... escorregou feio na temática quando se refere ao ‘ser jornalista’... "a profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade igual a medicina, engenharia, advocacia e,  por não implicar tais riscos, não poderia exigir diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão” - asseverou o desinformado.

-A ignorância do juiz dos absurdos, aqui, está na questão de que uma notícia tendenciosa ou falsa, na imprensa, pode liquidar com a vida de uma pessoa sim senhor... pode destruir uma família... uma comunidade inteira e disto temos 'ns' casos e o principal deles foi a comunicação marrom, enganosa e mentirosa manipulada por Hitler. Quantos morreram, sem citar as famílias sobreviventes e vidas destroçadas pela sede de sangue e poder do truculento nazista?!

Pensando bem, ser jornalista é uma das profissões mais “perigosas” do mundo cibernético, mais que os erros casuais de engenharia, medicina, advocacia, stf e tantas outras.

Entendo, a partir daí, a necessidade que os  profissionais da comunicação escrota, falada, televisada e nas redes sociais sejam minimamente diplomados e fiscalizados pelo conselho profissional  da classe.

Por fim, o ministro deve refletir sobre a questão: teoria x prática... do talvez... quem sabe?... do sim ou não!.. sem achismos. O bom jornalismo é prático, sem rodeios e nem filigranas, diferentemente da sua justificativa de voto, data vênia,  um autêntico ‘enchimento de linguiça’, entende Dr?! Complica e não explica!

Como diz nosso amigo N. J. Tureck: "deusolivre... mais enrolado que induzido de FNM!"

Existem regras a serem cumpridas ao lidar com a notícia. O jornalista aprende isso na teoria e amadurece na prática. Daí porque existe, ainda hoje, muitos jornalistas-práticos no Brasil, excelentes e gabaritados. 

Ao meu ver, essa decisão monocrática de um juiz do supremo - de acabar com o diploma -  penaliza os que entram na universidade para estudar jornalismo e comunicação onde, além de técnicas e práticas importantes, aprendem uma gama imensa de conhecimentos teóricos nas áreas de filosofia, antropologia, sociologia, ética, história e tantas outras fundamentais no exercício profissional. Ao não diferenciar estes dos jornalistas práticos, ele deu, sem dúvida, um passo atrás. Como justificar, por exemplo, o estudo de ética num breve curso técnico de jornalismo?

Deste ponto de vista, o ministro deveria ter elaborado outro decreto para substituir o atual que não reconhecesse a importância da exigência do diploma para o exercício profissional do jornalismo. Da forma como ficou, a decisão a la Gilmar - unilateral - além de pegar a via na contramão da história, fere os brios dos profissionais e práticos, ao nivelar cozinheiros e profissionais da notícia, por baixo.

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-Esse Dr. Gilmar... hein ?? 

-Como explicar, agora, nas escolas de gastronomia, que jornalista não queima panela e cozinheiro não usa caneta e não escreve fake-news no facebook?! 

- Ou seria: feikinius no  feicebuque do ministro sinistro?


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A tendência é abrasileirar e nisso somos mestres:
Tipo Gilmar por Jilmar, Gibóia por Jiboia ou Giló por Jiló.
Qual a diferença para os ouvidos?
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