Adinor, o Jibóia de Campo Mourão

Adinor Cordeiro de Souza - Nasceu em 1939, em Paula Ferreira, Município de Canoinhas — SC, filho de Honorato de Paula Cordeiro e Getúlia Carmem de Souza. Pertencente a uma família de dez irmãos, foi casado com Roselande Pepino de Souza e dessa união nasceram: Carlos Roberto, Luiz Alberto, Sandra Regina, Sérgio Gilberto e Marcos Adalberto. 

Campo Mourão - Chegou a Campo Mourão em 1950, com uma Companhia Circense pertencente ao próprio pai, denominada "Circo Teatro Irmãos Cordeiro", onde atuava como artista polivalente em vários números. O palhaço era seu irmão Ginoca, contemporâneo do famoso palhaço Fon-Fon pioneiros em programas de auditório na Rádio Guairacá e na PRB-2, de Curitiba. O irmão Antonio (Tartaruga) - que odiava polícia - foi um excelente baterista. Pedro Cordeiro, um dos irmãos mais novos é u grande desportista, fundador do Camisa 10 FC e recentemente aposentado pelo Bradesco, bastante conhecido na agência de Campo Mourão.

Carona - Seu Honorato vendia verdura com uma gaiota de duas rodas puxada por um cavalo e quando não estava fazendo entregas gostava de dar carona para a criançada e com elas se divertia muito. As vezes levava a turminha nadar e tomar banho na 'Voltinha" do Rio do Campo e o Adinor sempre estava no meio.

Comunicador - Adinor (Jibóia) foi operador de máquinas projetoras de filmes do Cine Mourão e apresentador dos reclames e anúncios através da "Voz Amiga da Cidade", um serviço externo de alto-falantes instalados em diversos pontos da cidade, com estúdio central na atual Praça São José. 

Aceitou convite do amigo Pedro da Veiga e passou a integrar a equipe dos primeiros locutores da Rádio Difusora Colmeia, inaugurada em 20 de agosto de 1958.

Saudosista - Em 1979, estreou o programa "Encontro com a Saudade", no qual apresentava, preferencialmente, músicas clássicas e saudosistas de autores e interpretes brasileiros, além de declarar poemas e poesias, com maestria. Em 1981, transferiu-se para a Rádio Humaitá, passando a apresentar um programa nos mesmos moldes e estilo, denominado "Nos Braços da Saudade".

1967 - em maio deste ano, Wille Bathke Jr. e Anísio Morais, ambos com 27 anos, começam a trabalhar na Rádio Difusora Colmeia, apresentando, das 11h45m às 12h00 o  programa “Colméia nos Esportes” divulgando, prioritariamente, a equipe de futebol da Mourãoense nas disputas do Campeonato Paranaense da 1ª Divisão. O noticiário era apresentado após “O Assunto é o Disco”, com Rodrigues Correia. 
A 'cobrança' do programa partiu de Adinor Cordeiro, quando entrevistou o então presidente da Mourãoense,  Getúlio Ferrari, em seu programa “Encontro com a Saudade” e o dirigente esportivo reclamou da falta de cobertura e divulgação por parte da emissora. Doracy Scorsato, gerente da Colmeia, ouviu e no dia seguinte abriu espaço ao primeiro programa esportivo ouvido em Campo Mourão e região. Show de bola.

 
Adinor Cordeiro humorista de Campo Mourão

Jibóia - Com surgimento, a partir de 1968, dos jornais semanais: "Folha de Campo Mourão" e "Tribuna do Interior" passou a escrever e publicar a coluna "Jiboiadas", com narrativas tópicas e verídicas, salpicadas de caricaturas e de humor inconfundível, fatos folclóricos e pitorescos, anedotas com textos bem humorados, envolvendo pessoas reais do cotidiano de Campo Mourão.

Velhinho capiau vendo sua televisãozinha á tarde de domingo.

Um amigo passa e pergunta: 

- Firme João ?!
- Nada amigo. 

  Por enquanto é o ''Sirvio Santos" !

  Mas antes do firme tem futibór !!

Primeiro espetáculo em Campo Mourão

100 Gramas de Homem

100 Gramas -  Entre 1970/72 participou do elenco que interpretou a peça teatral, '100 Gramas de Homem', ao lado de Pedro Batista, Luiza Zaramella, Miguel Antunes de Oliveira, Amélia Hrushka, Pedro Menilski, Iara Tabith, Teresinha Zaramella e dirigida por Lourdes Marmontel, encenada no  palco do extinto Clube Recreativo Mourãoense que ficava em frente à Escola Adventista, na Rua Roberto Brzezinski. Este foi o primeiro ensaio teatral levado a público registrado nos anais da cultura de Campo Mourão. Adinor é o primeiro à direita.

Popular - Disputou uma cadeira do Poder Legislativo nas eleições municipais de 1972, Alcançou a suplência, vindo a assumir o cargo de Vereador no transcorrer do mandato. Foi o primeiro orador do Clube Recreativo Mourãoense fundado em 29 de julho de 1965, sob a presidência de Antônio Zaramella, a convite de Wille Bathke Jr, secretário da entidade social e que acumulava as funções.

Livro - Em 1986, incentivado por amigos, lançou o livro "Jiboiadas do Adinor" contendo uma coletânea seleta das colunas publicadas na imprensa. Esta edição rara e histórica faz parte do acervo da Biblioteca Municipal Egydio Martello de Campo Mourão, aberta ao público, na Praça Getulio Vargas. 

Porque Jibóia - "Meu apelido surgiu depois que engordei, encolhi e fiquei 'roliço". 
Ele mesmo fazia piada do Jibóia demonstrando seu elevado grau de bom humor. 
"Não estou gordo, estou robusto. Gordo é porco", brincava. Gostava de dançar; apreciava e mandava bem uma cervejinha gelada. 
"Meu caro, apelido só pega se você ficar bravo. Eu no inicio ficava e quando vi era tarde. Colou, deixei de ser Adinor e virei 'cobra', admitiu o 'Jibóia', sorrindo.

Faleceu jovem (47 anos), em 11 de janeiro de 1987 vitima de hepatite. Preservando sua memoria está lembrado e homenageado com a Cadeira nº1, da Academia Mourãoense de Letras, denominada Adinor Cordeiro de Souza. Repousa no Cemitério Municipal São Judas Tadeu, em Campo Mourão.

  
Medo de jibóia

 

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