22/09/2015

* José Luiz Arana e Campo Mourão


José Luiz Arana e Alina Zaleski Arana em Campo Mourão

Quando José Luiz Arana (78) e sua esposa Alina Zaleski (81) aniversariaram em abril de 2002, seus filhos lhes prestaram homenagens e a Tribuna publicou a história do primeiro fotógrafo e primeiro estafeta de Campo Mourão, bem como a luta do casal pontagrossense, pioneiro na agreste região do vale do Piquiri-Ivaí. 
 

O Hotel Central ficava na esquina da Av. Irmãos Pereira X R. Francisco Albuquerque, e a residência de José Arana na esquina da Av. José Custódio de Oliveira X R. Francisco Albuquerque (antiga R. Paraná). Na sala da frente da residência de José Arana era seu ateliê fotográfico, único na década de 40/50.

1934 - José Luiz Arana nasceu em Ponta Grossa-Pr, dia 24 de abril de 1934, filho do fotógrafo Ozório Arana e de Maria Milich. A esposa, Alina Zaleski nasceu no município de Ivaí, dia 15 de abril de 1921. Filha do comerciante e agrimensor Eugênio Zaleski e de Sofia Zaleski, também pioneiros mourãoenses, proprietários do Hotel Central, o primeiro na cidade, além de responsável pelo traçado urbano da área central de Campo Mourão.

1940 – A exemplo da família Zaleski, a família Arana também veio de Ponta Grossa – PR. José Arana contava nessa época, com 16 anos e seu primeiro ofício em Campo Mourão foi o de estafeta (correio) e transporte de mercadorias em carroção coberto com tolda. O trajeto que fazia, em média uma vez por mês, ida e volta, demorava 30 dias, com tempo bom.  

Aspectos – Entre os anos 30 e meados de 40 a vila de Campo Mourão não tinha mais que cinco ou 10 ranchos de pau-a-pique, bem distantes um do outro. A maioria era de posseiros, aventureiros e pioneiros que por aqui passaram ou se fixaram no afã de tirar frutos da terra e proporcionar um futuro melhor às suas famílias. 
O povoamento, desta forma, resultou em um emaranhado de estreitas estradas e carreadores por onde as pessoas se deslocavam a pé, a cavalo, em carroças e nos 'chiques’e 'cantantes'  carros-de-bois, os mais importantes daqueles tempos. 
Não havia estrada oficial e não se vislumbrava uma cidade no então vasto cerrado mourãoense onde a caça era abundante e os perigos também, por causa do sertão desconhecido, falta de recursos e de assistência medicinal, sem remédios ou médicos. Muitos pioneiros, crianças e mulheres com males difíceis de curar com benzimento e remédios caseiros, tinham que ser transportadas em carroças ou a cavalo até Guarapuava e, a maioria, morria pelos caminhos dada a demora dos deslocamentos que duravam semanas e até meses para se atingir o destino, a partir do nascente Campos do Mourão. 
Da mesma forma, as compras de subsistência, eram feitas em Guarapuava, com a mesma demora e imprevistos. O maior entrave nas longas viagens eram as chuvas e as cheias dos rios. As caravanas, ou pessoas, ficavam ilhadas, pois não existiam pontes. As travessias eram feitas por dentro dos rios, em suas partes mais rasas e de corredeiras mansas, conhecidas por lajeados. 


José Arara primeiro correio de Campo Mourão

José Luiz Arana, por dezenas de vezes, viu-se diante desses desafios e enfrentou todo tipo de transtorno nas suas lides de transportes de mercadorias e de malotes postais, em carroções de tração animal, de Guarapuava a Campo Mourão e vice-versa. 
As correspondência, a partir de 1940, eram deixadas em caixa de papelão redonda (chapéus ramezoni) no balcão da Casa Iracema, na esquina da Av. Irmãos Pereira com a R. Brasil ou no armazém Santo Antonio da dona Margarida Wakin, na esquina da Av, Índio Bandeira com a R. São Paulo, ao lado do Ponto 1 de táxi.


Paisagem – O que se avistava, onde hoje está Campo Mourão, bairros e conjuntos residenciais era um imenso descampado, um capim nativo de altura média e muitas espécies de árvores retorcidas, de casca grossa, entremeadas de macega e arbustos, a maioria frutíferos, tais quais a guabirova, pitanga, cereja, araticum, araçá, amoras e capota. Essas frutinhas eram abundantes nos dois últimos meses do ano, e alimentavam grandes colônias de saúvas, lagartos, tatus, cobras e lagartixas verdes, além das lebres e dos veados campeiros conhecidos por cambutãs. Tinha muito inhambu e muitas perdizes que piavam bonito no amanhecer e ao entardecer. Na beiras dos rios, em torno dos campos do cerrado, era comum ver bandos de capivaras e pares de antas com suas crias, pastando e chafurdando na água limpa.

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Onças - Esse reino vegetal e animal era dominado pelas onças pardas (sem manchas) e onças pintadas (as mais comuns e temidas), jaguatiricas, gatos e cachorros do mato. Quatis, macacos, varas de catetos e porcos do mato povoavam os imensos e intrincados taquarais e pinheirais que se perdiam de vista além do Rio do Campo. Os campos do cerrado tinha milhares de palmeirinhas menor que a altura de um homem e nas matas muitas e variadas palmeiras, inclusive imensos palmitais, por onde voavam bandos coloridos de araras, papagaios, periquitos e principalmente de baitacas que faziam nuvens no céu quando passavam pela manhã em sentido leste e à tarde retornavam em sentido noroeste, sempre em busca dos coquinhos. Faziam uma grande algazarra. Hoje ainda vemos, mesmo raramente, alguns casais de baitaca voando a esmo por Campo Mourão, sem deixar de fazer a tradicional gritaria.  

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José Arana e Alina observam a 
moenda de cana em Campo Mourão

 
Serraria manual de José Arana, em Campo Mourão

 
Primeira fábrica de farinha de mandioca em Araruna
No detalhe José Arana
 
As viagens por Campo Mourão 
melhoraram com os Jeep- Ano 51

 
José Arana e o Pe Aloisio de Campo Mourão

José Arana e Alina 
casaram em Campo Mourão
,,,

2 comentários:

  1. Este senhor é meu primo meu pai André arana veio pra campo Mourão ainda jovem ajudou a abrir a cidade depois voltou pra guarapuava casou se com minha mãe e voltaram pra campo Mourão meu pai hoje é falecido minha mãe ainda vive e pode dar mais detalhes que pra ser ouvir isto ria dos parentes.

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  2. quero informacao dos daqui.de ponta grossa e castro parana principalmente tuca arana

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