17/08/2015

Campo Mourão e o Angico do Cerrado

 

 
Angico vermelho de Campo Mourão - PR

Angico é uma árvore do gênero Piptadenia, encontrada na América Tropical, principalmente no Cerrado Único de Campo Mourão/PR e algumas partes do Brasil, a exemplo da Copaíba.
Segundo estudos científicos, a sua casca possui inúmeras propriedades medicinais e utilidades benéficas ao ser humano. A aparência da planta nativa lembra mato rústico. A árvore é galhosa, frondosa e possui galhos retorcidos bem fortes e levemente ramificados. As folhas são miúdas e as pequenas flores são de cor branca. Costumam aparecer em grande quantidade, mas não apresentam nenhum cheiro ou perfume, mas os insetos as localizam. O fruto desta árvore é uma vagem longa, achatada e contém pequenas sementes.

Nome comum: Angico-do-cerrado, angico-do-campo, arapiraca, curupaí, pau-de-boaz. 
É da família das: Fabaceae - Mimosoideae. Espécie nativa do Cerrado Mourãoense. Atinge alturas de 8 a 16 m, com tronco revestido por grossa casca suberosa, de 30-50 cm de diâmetro. Madeira pesada, compacta, não elástica, rija, de grande durabilidade. Resiste às queimadas.

Os Angicos vermelho e branco são plantas da mesma família botânica e do mesmo gênero, variam apenas na espécie e são alvo de muitas confusões. A madeira é usada na construção civil, em formas de: vigas, caibros, tábuas para assoalhos, dormentes de estradas de ferro, usada em carpintaria e marcenaria. A casca serve para curtir couro.

Pioneiro – “O Paulo (Trochman) era curtidor de couros de bois e instalou o primeiro curtume em Campo Mourão. O couro era curtido em cochos cobertos de cascas de angico, que tinha muito por aqui. Fundou a primeira sapataria e fabricava sapatos a mão, com esses couros que ficavam muito macios. Mais tarde fez a primeira olaria de tijolos batidos, em Campo Mourão. O barro era sovado dentro de um picadeiro de madeira e os cavalos rodavam aquela pá grande, o dia todo. O José Pedro era o oleiro. Isso tudo numa chácara bonita que compramos no fim da Rua Guarapuava, na beira do Rio 19”, rememora Laura Pereira (Vó Pequena), ao falar do seu marido. “Esses dias andei por lá pra ver se lembrava onde ficava a chácara e não achei nada. Está tudo desmudado”, diz admirada com o progresso de Campo Mourão.

Anjico é uma  árvore que apresenta características ornamentais, principalmente pela forma retorcida e suberosa de seus ramos, podendo ser empregada no paisagismo. É uma espécie rústica adaptada a terrenos secos e ótima nos plantios mistos em áreas degradadas ou de preservação permanente. Resiste seca prolongada e incêndios, graças a sua casca grossa e frisada.
A goma de Angico, popular entre caboclos, é extraída através de incisões superficiais das cascas, deixa-se correr a goma que é posteriormente secada ao sol.
De uso corrente pela população cabocla, embora sejam plantas tóxicas, envolvem riscos. Tradicionalmente, ambas as plantas são usadas alternando-se as indicações. 
Princípios ativos: Casca e folhas: taninos: 32%; Goma: Angicose (açúcar); Matérias resinosas; Mucilagens; Sementes: Bufotemina (saponina).
Farmacologia: É comprovado cientificamente que a bufotemina possui propriedades alucinógenas. A quantidade de tanino presente, assim como mucilagens e saponinas, provavelmente são as justificativas de seu uso.

Cuidado: O chá da casca de Angico não deve ser consumido por lactantes ou grávidas, por ser um pouco tóxico. Cuidado com as sementes e folhas desta planta, pois possuem efeitos alucinógenos. Se possuir árvore desta espécie não coma suas folhas pois, no organismo, se tornam extremamente tóxicas.

Indicações.
Em forma de chá combate: diarreiadisenteria, gases, afecções respiratórias, tosse, catarro, pneumonia, asma, úlceras, contusões, corrimentos e doenças venéreas; hemorragias, metrorragias e, também, é anti-séptico bucal (bochecho).
 



Angico árvore nativa de Campo Mourão - PR

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