- “Vosmecês se lembram que uns tempos atrás lhes contei as muambas do Zé Cascavel, ladrão de boi, que deixou fortunas enterradas pela Boiadeira afora, em terra de Campo Mourão?!
Pois não há de ver que o desgramado voltou pior?!
Tem gente que não acredita, mas o Zé Cascavel voltou pro Campo
reencarnado, mais bandido ainda.
Os mais novos não sei se alembram, mas os de meia idade pra mais, recordam que o Zé Cascavel foi cobrador do Expresso Maringá e matou dois
taxistas de jeep que faziam ponto ali perto do coreto da praça na frente da igreja de São
José Carpinteiro.
O Valdemar Camargo, marido da dona Aurora, foi morto perto do cemitério
Judas Tadeu quando fez uma corrida pro Zé Cascavel e um outro jaguara, que disse
que ia até o Ceguinho, uma casa de quenga que tinha por ali, prá cá da cabeceira do
Aeroporto.
Antiga estrada de Araruna a Campo Mourão
O outro que ele matou, foi o Toninho Manoel casado com a dona Sonia, filho do seu Higino, numa noite de temporal de chuva. Esse foi morto na entrada do samambaial da Casa da Sofia, outra casa de quenga que tinha pra lá do rio 19, a esquerda de quem vai pra Araruna. Bem no cruzo da entrada ele matou o Toninho.
Nos dois assassinatos o Zé
Cascavel matou, a tiros, pra roubar os jeeps que eram os carros da hora naquele
tempo, principalmente os modelos cinza dos anos 60.
O Zé Cascavel foi ‘caçado’ ali
por perto do Jardim Farroupilha, no rumo das Barras, entremeio Alto Alegre,
onde seu Julio estava com plano de montar outra casa igual ‘aquelas’.
Nessa o danado do Zé Cascavel foi fuzilado pela milícia que fazia
horas que acantonava (observava) o bandido reencarnado, que até hoje, que eu
saiba, não reencarnou mais.”
-“Cruz, Credo, Ave Maria”,
desconjurou Pedrinho, fazendo o sinal da cruz.
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