Claudia Novello Ribeiro *
Há
muito tempo atrás aconteceu um causo que virou a lenda
de Curibá e Jaricó Copaíba.
Curibá era um homem simples; com um coração muito bom, porém ele não sabia fazer algumas coisas que seus companheiros faziam com facilidade, tipo jogar bola, caçar ou pescar.
Quando o grupo saía pra mata, a fim de caçar ou pescar, todos voltavam com suas sacolas cheias de peixes, e o pobre Curibá vinha sempre com as mãos abanando.
Por este motivo, todos faziam piadas com o seu nome: “Hey Curibá, vai pescar ou dar banho na minhoca?”... “Curibá é melhor comprar o peixe no mercado para ter o que comer.” E caiam na gargalhada.
Um
dia, muito triste, Curibá foi pra mata, encostou-se no tronco de uma Copaibeira com
muitos galhos, flores, repleta de sementes e ali começou a chorar. Suas
lágrimas molharam as sementes e, de repente, de dentro de uma flor da majestosa
Copaibeira surgiu um duende. Um
homenzinho bem velhinho e simpático, com um chapéu verde-amarelo, uma longa barba
fina que ia até o meio de sua barriga e um olhar amigo nos seus olhos.
-“Aló, alô, aló! Chamou!
Chamou?! Chegou o duende Jaricó!
-Vim aqui para saber o motivo de tanta tristeza meu rapaz. Sei que é uma boa pessoa, não maltrata ninguém, ajuda quem precisa, então por qual motivo chora tanto?
-Vim aqui para saber o motivo de tanta tristeza meu rapaz. Sei que é uma boa pessoa, não maltrata ninguém, ajuda quem precisa, então por qual motivo chora tanto?
Curibá
contou ao Jaricó o motivo de sua tristeza, das zombarias que faziam com ele,
e o duende então lhe disse em tom solene:
-Eu, Duende Jaricó Copaíba, vou deixar pra você, todos
os dias, oito minhocas mágicas bem aqui neste buraco do tronco da Copaibeira,
que vai fazer você pescar quantos peixes quiser. Só exijo uma coisa: leve pra casa só os peixes que precisar,
mas se sobrar faça doação pro orfanato!
Assim
Curibá fez. Todos os dias pescava bastante e fazia o que Jaricó havia pedido.
Este belo gesto tornou Curibá uma pessoa muita querida por todos, e as brincadeiras de mau gosto acabaram.
Este belo gesto tornou Curibá uma pessoa muita querida por todos, e as brincadeiras de mau gosto acabaram.
Porém, seu cunhado, João Tarrafa, morria de
inveja com o sucesso de Curibá. Um dia resolveu segui-lo e descobriu o segredo
das minhocas mágicas. Por ser invejoso,
resolveu roubá-las.
Quando
Curibá foi até o buraco da Copaibeira e não encontrou as iscas, ficou
desesperado e chamou por Jaricó. Ouviu
a voz do duende que dizia de maneira bem forte:
-Oh Curibá, mesmo
sem iscas corra até o rio e jogue o anzol. Vamos lá rapaz. Tenha Fé!
Assim
fez. Depois de um tempo sentiu que algo
havia mordido o seu anzol. Pensou que
fosse um peixe muito grande.
Curibá lutou muito até que conseguiu tirá-lo da água e teve uma grande surpresa ao ver que não era um peixe e sim uma grande minhoca com a cara de João Tarrafa, que gritava e pedia pra sair dali.
Então Curibá escutou novamente a voz do duende Jaricó:
Curibá lutou muito até que conseguiu tirá-lo da água e teve uma grande surpresa ao ver que não era um peixe e sim uma grande minhoca com a cara de João Tarrafa, que gritava e pedia pra sair dali.
Então Curibá escutou novamente a voz do duende Jaricó:
-Curibá, isto é um castigo pro seu cunhado
João Tarrafa, pelo que ele te fez.
Enquanto não pedir desculpas a você no laguinho do chafariz da praça,
ele continuará uma minhoca, nojento e desprezado por todos.
Depois disso, Curibá voltou a pescar e dava sempre uma
parte do que conseguia para as crianças do orfanato.
Seu cunhado, depois de pedir perdão em público por suas maldades, foi perdoado, mas passou a ser apelidado, pelo povo, de João Minhoca.
Seu cunhado, depois de pedir perdão em público por suas maldades, foi perdoado, mas passou a ser apelidado, pelo povo, de João Minhoca.
Ainda
nos dias de hoje, quando se encontra uma minhoca perto da milagrosa Copaibeira,
a pessoa que a encontrou tem muita sorte na pescaria e sai dizendo, bem rimado:
- "Bendito peixe, aló, alô, aló.
Benditos amigos Curibá e
Jaricó.
Vou levar um peixe p'ra mamãe,
Um p'ro irmãozinho e um
p’ra vovó!"
Copaíba é árvore simbolo de Campo Mourão, imune a
corte. Trata-se de uma espécie nativa do Cerrado Mourãoense, com
propriedades curativas em vários tipos de doenças, principalmente as da pele
humana. Seu óleo medicinal era denominado 'bálsamo dos deuses' pelos Incas
Agradeço à Claudia por esta lenda das minhocas mágicas no pé da
Copaibeira, que só deu alegrias ao Curibá pelo simples fato de poder doar peixes à sua família e às
crianças do orfanato, graças ao Jaricó.
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