Antes de 1942, até que construíssem a Igreja da Paróquia de São José, as celebrações católicas eram na capelinha de sapé, no Cruzeiro da Santa Cruz, no Jardim de mesmo nome, perto do Rio 19. Uma vez por ano vinha um padre, a cavalo, de Guarapuava celebrar missa ali. Com ele vinha um outro cavalo que carregava os instrumentos sagrados (cruz, cálice, vinho, hóstias, castiçais e os paramentos do vigário).
"Tinha um padre que vinha com a corda do cavalo de carga amarrada na cintura. Eu falei: vai que o cavalo dispara, ele leva o senhor de arrasto, amarrado pela barriga assim. É perigoso”, alertava Adelaide Teodoro.
“Nesse entremeio de ano em ano, as moças e rapazes se juntavam e nasciam crianças. Quando o padre vinha, perto da Festa da Santa Cruz em Campo Mourão (segundo domingo de maio) ele já fazia tudo de uma vez. Casava os juntados e batizava os filhos pagãos, até os de colo”, conta dona Santa (Justilina dos Santos) esposa do primeiro prefeito nomeado, José Antonio dos Santos.
“Existia um costume de fé interessante – revela Vó Pequena (Laura) – as mulheres grávidas faziam promessas pra Santa Cruz ajudar elas ter um bom parto e filhos sadios. Quando acontecia assim, elas, de onde estivesse na imensidão de Campo Mourão, colocavam uma pedra na cabeça, vinham a pé, com o filhinho no colo e colocavam a pedra no pé do Cruzeiro” narra Laura Pereira, neta de Jozé Luis Pereira.
“Depois, quando pegou fogo na Capelinha de pau e folhas (1956) o seu Ville (Bathke) do Cartório salvou um pedaço do que restou do cedro do Cruzeiro e com as pedras, amontoadas por muitos anos ali, construiu uma gruta no lugar e colocou o pequeno cruzeiro que mandou fazer, lá dentro” testemunhou dona Santa.
Campo Mourão: a Capela era ali perto da praça do Jardim Santa Cruz,
acima da casa de Jozé Luiz Pereira
acima da casa de Jozé Luiz Pereira
Até hoje o local é visitado e pedidos são feitos à Santa Cruz, símbolo sagrado da triste morte de Jesus Cristo, crucificado pelos romanos.
Fotos cedidas por Dona Santa e Vó Pequena
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