27/05/2011

Cleusa do Integrado - Aula Sobre CM

Estudos Sobre Campo Mourão


Campo Mourão - Ensino Integrado  
  
1-     Os primeiros a explorarem a região dos Campos do Mourão foram os guarapuavanos, em busca de áreas de pastagens para pouso e descanso das boiadas que negociavam ao sul de Mato Grosso. Depois vieram os gaúchos, paulistas, mineiros e nordestinos nos ciclos do café e da madeira. Os paranaenses geralmente ocupavam cargos públicos em repartições do governo estadual enquanto que os nordestinos representavam a força trabalhadora na derrubada das matas e exploração da terra pelos ricos fazendeiros.

2-     A terra roxa, altamente produtiva, além da imensa variedade de madeiras de lei nativas, atraíram, principalmente paulistas, mineiros e pessoas do mundo inteiro. Nas décadas de 40 a 50, o Interventor Manoel Ribas doava imensas áreas de terra nas regiões Norte e Centro Oeste do Paraná, com a finalidade de povoar e produzir alimentos.

3-     Habitavam a região dos Campos, índios Guarani. Em 1524, Alejo Garcia, estimou em mais de 250 mil índios a população entre os rios Ivai e  Piquiri. Com a entrada do bandeirantes, a nação guarani foi destruída. Quando pioneiros guarapuavanos aqui chegaram por volta de 1890/1900, habitavam os Kaingangue (bugres) chefiados pelos caciques Gembre e Bandeira.

4-     No início lavoura branca de sustentação. Em seguida a cana-de-açúcar e logo após a cafeicultura. Paralelamente, se praticava a pecuária de leite e corte. A rapadura, na década de 20 era a “moeda” de troca. As vendas e compras básicas eram feitas em Guarapuava, com tropas que demoravam cerca de 30 dias de viagem, com tempo bom.

5-     Deu-se pela exploração da terra, com a economia calcada nos ciclos do café, da madeira e a partir da década de 70, com a mecanização da terra, do binômio: soja/trigo, com o milho na terceira opção.

6-     O primeiro marco de fé cristã  em Campo Mourão foi o cruzeiro de cedro e a capelinha de pau-a-pique da Santa Cruz, preservado em uma gruta de pedra, no Jardim Santa Cruz.. Em 1942 foi criada a paróquia de São José – 19 de março – padroeiro de Campo Mourão.

7-     Os tropeiros eram guarapuavanos e o objetivo era atingir o sul de Mato Grosso para compra e venda de gado, o que deu origem à Estrada Boiadeira. A região dos Campos era despovoada e servia apenas de ponto de descanso.

8-     A maioria manteve a tradição da agricultura e da pecuária. Alguns persistem no comércio madeireiro. Uma boa parte formou-se em cursos superiores. Alguns regressaram, mas a maioria não voltou.

9-     O consumo esporádico da carne de carneiro originou-se em Campo Mourão. Não é um hábito trazido por  migrantes e nem imigrantes. É costume tipicamente mourãoense.

Campo Mourão, carneiro pro buraco

 10-  Tudo começou após um grupo de amigos assistirem um faroeste mexicano no Cine Império, por volta de 1960. Os vaqueiros manejavam rebanhos de ovelhas e preparavam a carne em buracos com pedras. Primeiro fazia o fogo. Deixavam as brasas e colocavam a carne sobre as pedras. Os amigos fizeram pela primeira vez, em um tacho, sobre brasas, dentro de um buraco. Um deles: Joaquim Teodoro de Oliveira.

11-  Essa  lenda  eu desconheço. Existe uma lenda desta natureza não relacionada com o Carneiro no Buraco.

12-  Começou na gestão do prefeito Rubens Bueno que inovou a festa. A maioria das inovações foram criadas por Tony Nishimura, e outras, como a Banda do Carneiro, pela Casa da Cultura. As inovações do preparo, a retirada do tacho até o consumo, foram idéias de Tony Nishimura.

13- De 1970 até os dias de hoje, a base econômica de Campo Mourão é a agricultura que valeu termos aqui a maior cooperativa singular da América latina, Aconteceram inovações com a ativação do Distrito Industrial, os avanços da Feciclam, a implantação do CEFET a fundação do CIES. Na infraestrura urbana Campo Mourão ganhou asfalto total urbano, redes de água  e esgoto sensivelmente ampliadas, além do crescimento vertical com a construção de dezenas de edifícios comerciais e residenciais.

14-  A cultura e a tradição mourãoense é insipiente. A grande maioria não participa, não valoriza e não se atem à cultura mourãoense, que por sinal  muito rica. Falta maior incentivo e motivação a partir do poder público, a começar pela educação cultural das crianças e jovens, nas escolas.

15-  A região de Campo Mourão foi a parte mais central da Província del Guayrá até por volta de 1630. Entre 1570 e 1632 os espanhóis fundaram cerca de 13 povoações, nesta província e reduções jesuíticas. Dentre elas, a mais famosa na região é Vila Rica do Espírito Santo, atual município de Fênix.

16-  A população de Campo Mourão, a não ser a classe alta, tem pequena presença nas festas do Carneiro no Buraco. A média anual de público, de mais de sete mil pessoas, deve-se aos visitantes nacionais e internacionais.

17-  Isso considero falta de bom senso e de criatividade. Termos que não se ajustam à tradição da festa que também deixou de ser popular, pela sua elitização. Termos como estes são puras babaquices que não  “colam”.

18-  O Carneiro no Buraco não é divulgado em Campo Mourão. A Prefeitura que banca está divulgação, a faz a nivel de  mídia  nacional. A Festa do Carneiro no Buraco, não é dirigida ou feita aos mourãoenses.

19-  Com toda certeza. Um prato típico “copiado” e uma tradição inventada por várias cabeças. A criatividade prevaleceu e começa a se tornar tradição imposta.

from Wille Bathke Júnior
wibaju@bol.com.br

Um comentário:

  1. Pois é Wille... nossa região é agrícola, só se planta soja, milho e trigo... o rebanho ovino é nulo... a carne dos carneiros que vão para o buraco é "importada" de frigoríficos.... rsrsrs!

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