Ali construiram as primeiras taperas, onde hoje está situado o Jardim Santa Cruz.
Eram duas casas de madeira, de chão batido e cobertas de taboinhas lascadas de pinho, uma de cada lado do Ribeirão e por ali começou a criar gado e a cultivar pequenas lavouras de subsistência. O lado de lá do Ribeirão era denominado Campinho e o lado de cá Campo. As suas posses de terra (gleba) estendiam-se entre as divisas de Peabiru e Farol (antigo Pinhalão d’Oeste).
Eram duas casas de madeira, de chão batido e cobertas de taboinhas lascadas de pinho, uma de cada lado do Ribeirão e por ali começou a criar gado e a cultivar pequenas lavouras de subsistência. O lado de lá do Ribeirão era denominado Campinho e o lado de cá Campo. As suas posses de terra (gleba) estendiam-se entre as divisas de Peabiru e Farol (antigo Pinhalão d’Oeste).
Foi ali no Campo que um agregado da família Pereira fincou um cruzeiro de cedro e ergueu o primeiro marco da fé cristã da região, ao pé do qual foi construída uma pequena capela de pau-a-pique, sem paredes, chão batido e coberta com folhas de sapé. O altar era um pranchão de madeira de pinho de 04 X 12 polegadas. Neste local, uma vez por ano (segundo domingo de maio) reuniam-se as famílias que começaram a povoar a região dos Campos do Mourão.
As famílias vinham em carroças, a cavalo e muitas pessoas chegavam a pé. Era época de se pagar promessas pelas graças recebidas e agradecer às colheitas à sagrada Santa Cruz.
No mesmo dia comparecia um padre, que vinha a cavalo, da paróquia de Guarapuava, para celebrar missa, casamentos e batizados, na parte da manhã.
A presença do padre e a reunião das famílias pioneiras era comemorada com a Festa da Santa Cruz, durante a qual se realizavam as cerimônias religiosas, uma grande churrascada no almoço, à tarde os leilões de prendas e servidos bolos, salgados, bebidas. No início da noite começava o baile das famílias (arrasta-pé), na terra, que varava a madrugada sob as luzes molemolentes de fogueiras, velas de cera e lampiões a querosene.
Jardim Santa Cruz
Na década de 1950, Germano Francisco Rodolfo Bathke e os filhos Ville Bathke e Antonio Lourival Bathke (Lôlo) montaram uma atafona (moenda de farinha de mandioca) movida a roda d'água a uns 300 metros abaixo do Jardim Santa Cruz, na beira da estrada velha Campo Mourão/Peabiru, em terra devoluta.
Com a posterior reclamação da posse da terra, os irmãos Ville e Lourival subiram a pé a margem direita do Ribeirão-119 e mais acima encontraram uma pequena queda d'água onde pretendiam remontar a fábrica de farinha de mandioca e, assim pensando, Ville Bathke adquiriu um pedaço de terra (cerca de 12 alqueires) da pioneira família Pereira.
Como a mudança da atafona não chegou a se concretizar, Ville Bathke, na década de 1960 (ano da fundação de Brasília), iniciou o loteamento do imóvel hoje conhecido como Jardim Santa Cruz, em homenagem ao primeiro marco da fé cristã de Campo Mourão.
Antes de se iniciarem-se as vendas dos 458 terrenos do loteamento - também chamado de "Cidade Satélite" conforme se lia nos panfletos de propaganda - algum incauto pagador de promessa deixou velas acesas no altar da antiga capelinha de pau-a-pique, que foi totalmente consumida pelas chamas.
Ville Bathke pegou o que sobrou do tostado cruzeiro de cedro e mandou-o beneficiar na Marcenaria Introvini (Antonio e Manoel). Preocupado em preservar a memória do local histórico, construiu uma gruta de pedras no exato lugar da capelinha e dentro dela depositou o que resta do cruzeiro, no qual ainda pode se perceber as marcas do fogo.
No interior da antiga capelinha existiam duas covas rasas (túmulos) de pessoas não identificadas. Presume-se que nelas estavam sepultados, ou pioneiros da família Pereira, ou um padre e uma freira.
Até pouco tempo o local é visitado por familias que receberam graças da Santa Cruz.
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