06/04/2011

'Coronel' Guilherme de Campo Mourão


  

 
Guilherme de Paula Xavier, nasceu dia 6 de agosto de 1849, em Campo Largo (PR). Casou quatro vezes e ficou viúvo três. Casou pela primeira vez aos 21 anos e Francisca tinha 15. No segundo casamento tinha 37 anos e Gardina 23. Perdeu Rita em 1908. Com 62 anos casou-se com Josephina Condas de 19 anos. Ao todo teve 19 filhos: Augusto e Álvaro filhos de Francisca Natel; Antonio, Izaias e Ermínia com Gardina Natel; Débora, João, Devete, Déia e Maria da Piedade filhos de Rita de Paula; Leocádia, Carlos, Alfeu, Alcídia, Alba, Laura, Araci, Sebastião e Cláudio, filhos de Josephina Condas.

 
Josefina Condas em Campo Mourão

Juiz – “O Coronel Guilherme de Paula Xavier, como era chamado por aqui, foi o primeiro juiz distrital de Campo Mourão”. A nomeação e posse em Guarapuava, registrou-se dia 1º de janeiro de 1921 quando da instalação oficial do Distrito Judiciário de Campo Mourão, criado em 5 de abril de 1920. Depois ocupou o cargo por mais quatro anos. “Papai era tanto coronel como o índio Bandeira era capitão” (risos). “Nesse meio tempo ele se mandou pra Laranjeiras. Ele era revolucionário republicano e lutava pelo fim do Império. Andou se envolvendo com mulher alheia, também. A coisa apertou por lá e ele voltou pro Campo”, conta a filha Laura.


1926 – “Chegamos em Campos do Mourão pra ficar de vez, em abril de 1926”. A viagem demorou dezessete dias desde Laranjeiras do Sul. “Viajei esse tempo todo, no colo da minha irmã Leocádia, montada a cavalo. Com dezesseis anos casei pela primeira vez", revela.

Padres - Na Fazenda Santa Maria, Guilherme de Paula Xavier construiu uma capela e mandou forjar imagem, em prata pura, do Divino Espírito Santo. De ano em ano, depois a cada seis meses passava um padre cavaleiro por ali e celebrava missa, batizados e casamentos. "Os primeiros vigários que vieram, a cavalo, foram os padres Paulo Adolfo (Alemão) e Agostinho, procedentes de Guarapuava. Percorriam Pitanga, toda a região dos Campos do Mourão e paravam nas casas que encontravam na beira dos caminhos, onde comiam, descansavam e também faziam cerimônias religiosas", relembra dona Laura.


Campo Mourão - Fazenda Santa Maria do Coronel Guilherme

De 2 - "O padre Agostinho viajava sozinho, com dois cavalos. Um ele montava e no outro transportava as tralhas de missa e vestimentas. Só que ao invés de amarrar a corda do cavalo de carga na sela da montaria, ele dava uma laçada na própria cintura, coisa que é muito perigosa. Já imaginou se o cavalo de trás resolvesse empacar ou fugir. Se isso acontecesse o padre ia de arrasto. Eu me lembro que o padre deixava uma lembrancinha pras pessoas que iam na Capela do Divino. Era uma palminha de prata, com uma pombinha do Espírito Santo, que guardei por muito tempo”, lembra saudosa dona Laura.
Definitivamente – Guilherme de Paula Xavier com numerosa prole, "veio de mala e cuia" até a longínqua região dos Campos do Mourão, "em abril de 1926". Antes tempos ele já tinha andado por aqui a procura de dois mil hectares de terra requeridos em 1880 e registrados em 1889 no Cartório de Imóveis de Guarapuava. “Isso aqui tudo, até as barrancas do Rio Paraná, era município de Guarapuava. Papai andava metido em política e mexia com tropas de gado e era galanteador. Vivia entre Castro, Guarapuava, Campos do Mourão, Lapa e Laranjeiras do Sul". Foi daí, desta última cidade, que voltou ao futuro Campo Mourão. 
"Demorou 17 dias pra chegar na Fazenda Santa Maria. Eu nasci na estrada, ali na Estiva, no dia 22 de abril de 1926”, conta Sebastião (Tico), irmão de Laura. 
“Papai veio com a família e trouxe 19 cargueiros transportados por mulas desde a Fazenda Rincão Grande (Laranjeiras do Sul) até aqui. Vim no colo da Alcídia. Ela montava um cavalo zaino e a Alba um cavalo pampa empinador, perigoso, mas ela dominava bem o danado”, relembra dona Laura.


1930 – “Quando eu era menininha e vinha ali pelo centro da cidade, que hoje é Campo Mourão, era só de a cavalo ou na carroça. Não tinha nada. Nunca imaginei que tudo aquilo deserto  ia virar uma cidade grande e bonita. Na beira da estradinha que vinha da fazenda só se via um ou outro ranchinho de talas de palmito e madeira bruta... paredes de lascas de palmeiras cobertas de tabuinhas lascadas de pinheiro ou de folhas das mesmas palmeiras, sem nenhum conforto. Nada de assoalho ou de forro. As janelas e as portas eram de pau cortado do mato.. tudo aberto, cheio de frestas. Eu me lembro das famílias dos Custódio de Oliveira. Do Bernardino Dutra que era o “curador” (médico)... seu Ananias Rodrigues que criava gado e negociava com meu pai... o seu José Custódio plantador de lavoura de café e safrista de porco... conheci muito a dona Júlia Walter - nhá Dona - casada com o russo, Jorge Walter (faleceu em 1926), dono da Gleba Sem Passo, São Domingos, que fazia divisa com a terra de papai. Eles se conheciam desde Guarapuava e vieram pros Campos do Mourão garantir posses de terra com a intenção de criar gado e fazer lavouras", explica.



Devete - Um que ficou famoso é o irmão Devete de Paula Xavier, vereador no início da emancipação (1947), presidente da primeira Câmara e prefeito interino pela renúncia do primeiro prefeito eleito, Pedro Viriato de Souza Filho. “Quando prefeito, ele comprou um caminhão (Ford) em Curitiba, foi buscar e ele mesmo veio guiando”. A prefeitura só dispunha de um funcionário (secretário-geral) seu Casemiro Biaico, e não tinha motorista. “Mais tarde o Devete foi um dos primeiros funcionários do Banco do Brasil de Campo Mourão”, lembra dona Laura. “Meu irmão Alfeu de Paula Xavier, casado com Elza Loures Xavier, na década de 50, foi o melhor sorveteiro e balconista do Bar Estrela do seu Pedro Gênero”, (onde está a Drogaminas), na esquina da Av. Irmãos Pereira com a Rua Brasil.

Índios – "Quando comecei a entender as coisas não existia mais que umas 10 ou 15 famílias espalhadas em toda a região, um território que era muito maior do que hoje. Onde está a cidade era só campo e umas árvores diferentes, espalhadas. Tinha muitas aves, animais e frutinhas de todo tipo. O que não se via nestes campos, mesmo, era gente!" (rindo muito). 
“Eu me pelava de medo dos bugres (índios mansos). Eles chegavam nas taperas (ranchos) e não pediam. Iam pegando e levando. Não falavam nada. Só se olhavam e davam sinais uns pros outros. A família da casa ficava pelos cantos, quietinha, só olhando eles pegando o que dava pra levar. Tinha índio demais. Quando dava tempo e meu pai percebia movimento de índios pelas redondezas, ou quando ele viajava e deixava a gente sozinha, ele enterrava tudo de valor, até as ferramentas, pra quando os bugres chegassem não levassem”, sorri dona Laura da esperteza do pai.


 
Tinha muito bugre em Campo Mourão

Dificuldades – “A vida aqui era difícil demais, viu? Os fornecimentos tinham que buscar em Ponta Grossa. Guarapuava era uma vila (Atalaia) que tava começando e Pitanga nem se falava naquele tempo. Antes de Pitanga tinha o Turvo, a Barrinha, Palmeirinha e depois a Borboletinha, cortadas pelas picadas por onde passavam os cargueiros de mulas, que atravessavam os pinhais por Roncador e na Estiva, antes de chegar no Campo. Era uma caminho estreitinho, dos índios", descreveu.


Campo Mourão só de carro de boi. Era lento mas chegava. 

Boi lento - "Mais tarde alguns trechos eram feitos nos carros-de-bois, mas tudo no passo. Se você reparar vai ver que o boi na canga anda mais de vagar que um homem a pé. As tropas também andavam no passo pra não estropiar os animais. Isso, com tempo bom, a gente ia e vinha, com a tropa de umas 25 mulas carregadas, em sessenta dias. O que nunca podia faltar era o sal grosso que servia as pessoas e o gado. O boi é assim até hoje: se ele não lamber sal não tem muita sede e se não tomar bastante água não engorda, não pega peso e não tem preço pra vender”, explica dona Laura, de fala mansa e baixo tom.

Surra nos filhos - "A primeira casa boa que papai fez, depois do rancho de pau-a-pique, era de madeira de cedro-rosa lascado, coberta de tabuinhas. No dia que papai morreu arrancaram quatro daquelas tábuas de cedro da parede, fizeram o caixão pra colocar o finado e enterrar. Meu pai sabia que ia morrer. Ficou um tempão doente e de cama. Ele morreu no dia 6 de agosto de 1931. Deixou todo o gado pra minha mãe. Quando percebeu que estava nas últimas, chamou os filhos em volta da cama. Mandou nós rezar o Pai Nosso e deu uma surra de chicote de três pernas (trançado) nos que estavam mais perto dele. Ele surrava e dizia porque a gente estava apanhando. Eu apanhei porque era muito bocuda (chorona). A Alba levou uma coça porque era entojada (birrenta). A Alcídia não apanhou porque era geniosa (personalidade forte) e papai se dava bem com ela. O Tico não me lembro se levou chicotadas... eu já tinha tomado minha surra e tava chorando num canto. O Cláudio só escapou porque tinha onze meses”, sorri dona Laura da sorte do maninho.


Laura de Paula Xavier, 79, nasceu na Fazenda Rincão Grande (Laranjeiras do Sul – PR), no dia 21 de novembro de 1923. Chegou aos Campos do Mourão com três anos de idade. Morou até os 16 anos na Fazenda Santa Maria (Indústria Cama Patente), na gleba requerida em 1880, por seu pai Guilherme de Paula Xavier, circunstancialmente ocupada pela família a partir de 1926. “Meus avós paternos, Leocádia Franco e Antonio de Paula Xavier, vieram de Portugal. Meu pai nasceu dia 24 de abril de 1848, em Campo Largo (PR)”. Morou em Guarapuava, na Lapa, passou pelos Campos do Mourão, residiu em Laranjeiras do Sul, sempre envolvido em política que lhe causou problemas. "Andou prá cá e prá lá, bateu cabeça e decidiu se fixar na posse de terra em Campo Mourão, mais pra fugir das perseguições dos adversários imperialistas e maridos ciumentos. Meu pai era muito bonito e cavalheiro educado”, revela dona Laura.

 
Carlos Boenig e Laura em Campo Mourão

Casamentos – “Primeiro casei com Josino Balles de Campos, que morreu em 30 de outubro de 1941. Fomos morar no Turvo (próximo a Pitanga). Tive uma filha com ele, a Áurea de Paula Balles (falecida há mais de cinco anos). Depois casei com o alemão e bioquímico, Carl Boenig (Dr. Carlos), que guerreou em 1915, fugiu da Alemanha. Morou por aqui em setembro de 1934. Veio do Rio de Janeiro pra Pitanga e por último Campo Mourão. Casamos em 1944, em plena segunda guerra, e moramos em Mamborê até 1949. O Carlos pensava que casado com brasileira não ia ser chamado pras batalhas na Europa, mas nunca foi procurado nos sertões daqui." comentou. 
"Agora olha os padrinhos do nosso casamento civil: Almira Lemes e José Teodoro de Oliveira (pais de Antonio e Joaquim Teodoro de Oliveira)... escrivão o Antonio Teodoro e Juiz de Paz o seu Eduardo Bento. Mais tarde casamos na Igreja de Guarapuava e lá foram padrinhos um casal de fazendeiros, muito rico, dona Eponina (Nhanhã) e seu Marcondes Teixeira. Tivemos cinco filhos: Cláudio, Lauro, Carlos Alberto, Clarita e Álvaro. Em 1966 nos separamos”. 
Laura casou pela terceira vez, em 1967, com João Garcia e moram em Iretama. O Dr. Karl Boenig ainda trabalhou em Ubiratã e Campina da Lagoa. Morreu dia 5 de julho de 1991, em Campo Mourão. "Acho que isso de casar várias vezes vem do sangue do meu pai. Nunca gostei de viver sozinha." confessa rindo muito.

 
Clarita de Paula Xavier filha de Laura e Dr. Carlos

Jardim Laura - "Eu sempre fui disposta. Adoro baile (rindo). Em 1965 comecei o loteamento dos dez alqueires do Jardim Laura. Abri 200 datas e quatro chacrinhas na beira do Rio do Campo. Quem mediu e marcou os terrenos foi o Pedro Maia e quem comprou os primeiros lotes, por 300 mil cruzeiros, foi o Luciano Marmontel, que montou uma revenda de madeiras serradas e beneficiadas, logo ali. No começo o Jardim Laura desenvolveu com apoio do doutor Milton (Luiz Pereira), prefeito que ajudou Campo Mourão crescer em todos os setores", elogia.

 
Campo Mourão, Carl August Rudolf Boenig - primeiro bioquímico

Dr. Carlos – Dona Laura comenta: "com cerca de 2 metros de altura, loiro de olhos bem azuis, o doutor Carlos andava meio arquejado, sempre a pé, passos longos e rápidos, com uma valise cirúrgica preta na mão direita e o guarda-chuva debaixo do braço esquerdo". Conhecedor de seis idiomas, habitualmente trajava terno e gravata. Culto e de poucas palavras, com forte sotaque germânico. Jogava Xadrez com maestria. Pesquisava venenos de cobras, aranhas e escorpiões que ele mesmo caçava, e remédios de plantas naturais. Chegou ao Brasil em 1936 e em Campo do Mourão em 1942. Entre 1940 a 1960 dedicou-se ao combate e a cura da febre amarela (maleita) na região dos rios Ivaí e Piquiri. Tratava das pessoas doentes como médico apesar de bioquímico diplomado na Alemanha, onde nasceu em 11 de agosto de 1898. Filho de Anna Margarete e Carl August Rudolf Boenig. Montou o primeiro Laboratório de Análises Clínicas na região de Campo Mourão. Foi contemporâneo do Dr. Delbos Zola (primeiro médico e clínico geral de Campo Mourão, nomeado pelo Estado). Coincidentemente, na mesma época (1942/1943) ambos foram hospedes da família Albuquerque (Anita Gaspari e Francisco Ferreira Albuquerque), no armazém e pensão, na cidade que surgia. 

Curiosidades – “Existia uma figura que andava pelas estradinhas que eu não esqueço nunca na minha vida. Era um tal de seu Euzébio... todo estranho... branquelo, testudo, casado, mal vestido... andava descalço e de esporas afiveladas nos pés e aquelas brutas rosetas armadas nos calcanhares. Era muito engraçado ver aquilo andando e fazendo barulhinho de metal”. (risos). 
“Outro personagem que chamava a atenção era o pistoleiro Pedro Candinho. Um homem violento, brigador e que matava sem piscar se fosse mandado ou desaforado. Esse Pedro Candinho, me lembro bem de duas dele: uma vez ele tentou matar a mulher de facão, a traição... errou e pegou na orelha dela, coitada. Mais depois matou ela com tiro de revólver. Disse, no velório, que a arma disparou sozinha. Mentira dele. O Candinho era assim: matava e ia no guardamento (velório) pra ouvir os comentários do povo, se falavam bem ou mal dele... (risos). Outra vez foi quando teve um baile na casa de comércio (Casa Iracema na esquina da R. Brasil com Av. Irmãos Pereira) do seu Jocelin Cilião de Araujo. O que tinha de gente em Campo Mourão tava lá em peso... até eu, apaixonada por dança. O Candinho foi tirar uma moça pra dançar e ela deu um balaio (recusou) nele. Ele berrou na sala: levei um coice de uma ééégua!! - Me lembro que os irmãos e as irmãs Albuquerque estavam lá e o tempo fechou feio. Puxa revólver daqui e dali e saiu uns tiros. Tinha um sótão e um monte de gente se escondeu lá em cima, outros correram pelas portas... teve gente que saiu voando pelas janelas, de medo. Daí o Candinho viu que o negócio estava ruim pro lado dele, saiu de fasto, revólver apontado, encarando as pessoas e foi embora, mas o baile continuou. Sanfona e pandeiro, um batidão só!”, rindo muito.

No mato - "Quando conheci o doutor Carlos ele vivia e fazia pesquisas de remédios e laboratório no meio de um mato onde hoje é o Jardim Country Clube. Sempre gostei de dançar e a gente fazia baile na casa dele e enchia de ´povo que nunca vi."

Investimento -   "Adquiri 10 alqueires de terra de José Pereira Carneiro “Zé Mineiro”, que mais tarde loteei e dei meu nome em minha homenagem mesmo (rindo muito) de Jardim Laura. Ali doei uma quadra pro Município e a Prefeitura construiu o Centro Social Urbano de Campo Mourão, que trabalha com crianças, atende famílias carentes e reúne os idosos pra bailes e festas", diz orgulhosa por fazer o bem.

Seu Tico – Sebastião de Paula Xavier, conta que a família estava vindo de Laranjeira do Sul – “onde meu pai sempre morou”- em lombos de cavalos, enquanto a mudança e os alimentos em cargueiros (tropa de mulas). “Mamãe veio assim, bem grávida de mim, e eu nasci no meio da estrada, em Campo Mourão, dia 22 de abril de 1926, perto da Estiva, pra cá de Roncador, quase na chegada em nossa Fazenda Santa Maria”, revela seu Tico.


 
Sebastião de Paula Xavier de Campo Mourão

"Nossa vida era trabalhar na roça. Aprendi escrever e fazer continhas, um pouco com meus irmãos e o resto sozinho. Aqui não tinha escola no meu tempo". A Fazenda Santa Maria (gleba), produzia alimentos, gado, galinhas e porcos, “tudo crioulo”. O sal, querosene, munição, e os panos para fazer roupas, “tinha que comprar em Ponta Grossa ou Guarapuava, em viagens de tropas que duravam meses para ir e voltar. Daqui a gente levava as colheitas e as safras de animais para vender lá. Mais era porcada gorda. Hoje está tudo moderno, confortável, muito fácil e bom de viver. É em Campo Mourão que nasci, venci e quero morrer", finalizou sorridente seu Tico.

 
Título de Eleitor de Guilherme de Paula Xavier - Campo Mourão


Nenhum comentário:

Postar um comentário