“Tudo de Campo Mourão só tenho boas lembranças, orgulho e alegrias. A Divina Providência me guiou até lá”, diz o mocinho graxeiro, o jovem advogado, homem de fibra e Prefeito Modelo de Campo Mourão - PR, que veio e ficou. Venceu na vida sozinho, meritosamente. Hoje, honrado e humilde, ocupa o alto posto de Ministro do Tribunal de Justiça. Reside em Curitiba. Não se separa do Fusca Azul, que ganhou da população mourãoense há mais de 30 anos. “É mágico. Dentro dele, estou em Campo Mourão e me sinto envolvido pelo povo”, confessa emocionado.
Milton Luiz Pereira é filho de José Benedito Pereira (Itajubá - MG) e de Júlia Pinto Pereira (Pardinho – SP). “Meu pai era prático em farmácia. Em 1924 mudou para Itatinga (SP), conheceu mamãe, casaram-se. Foi onde nasci no dia 9 de dezembro de 1932”, registra doutor Milton. Estudou o primário no Grupo Escolar “Matilde Vieira”, em Avaré (SP). “Lá o ensino era melhor. Morei com o tio Alcides, em companhia do meu primo Benedito e estudávamos juntos. Fiquei dois anos sem estudar por causa das mudanças”, lembra.
No Paraná – Perto de 1940 a família Pereira morou em Califórnia (PR) onde José Benedito estabeleceu sua farmácia. “Recebi aulas particulares e fiz o Exame de Admissão”. Em 1947 entrou, interno, no Colégio Diocesano de Londrina, com muito custo, pois não tinha vaga. Mamãe implorou ao diretor que me alojou em uma dispensa de alimentos, Depois consegui acomodações melhores. “Sou católico e o Londrinense era Presbiteriano. Nosso diretor, pastor Zaqueu de Mello – professor de Português - respeitava os credos”. Aos domingos exigia que os católicos fossem à Missa das 9 horas e não permitia atividades. Era dia de reflexão religiosa chamado de Dia de Guarda, leitura bíblica, discussão de textos sagrados e meditação. “Tínhamos a Agenda Bíblica, que guardo e leio até hoje. Ali conclui o ginásio em 1950”, revelou.
Curitiba - Em 1951 foi para Curitiba fazer o CPOR e tentar Direito. “Meu pai não tinha condições de me manter na Capital. Morei na Pensão Esplanada (R. Comendador Araújo, 268), desempregado. Lá Conheci o Ítalo, mecânico especializado da Ford, que me ofereceu sociedade numa oficina de fundo de garagem. Na Hermes Macedo (Av. Barão do Rio Branco) compramos uma caixa completa de ferramentas, parafusos e acessórios. Fui graxeiro. Retirava e lavava as peças dos carros, durante um ano. Mas não era aquilo que eu queria na minha vida. Queria crescer. Vendi minha parte da oficina pela metade do preço”, recorda do primeiro investimento. "O Italo depois foi o primeiro revendedor Volkswagem, com exclusividade no Paraná. Infelizmente sofreu acidente grave e ele e a esposa não puderam mais trabalhar. Mas nunca o abandonei. Pelo menos uma vez por ano o visito e sempre nos telefonamos".
“Nessa pensão o “Campinho” (Nelson Teodoro de Oliveira), morou no meu quarto a pedido de seu pai, Joaquim Teodoro de Oliveira. O Nelsinho me pediu para lhe ensinar Latim e me pagava engraxando meus sapatos”, brinca doutor Milton.
“Nessa pensão o “Campinho” (Nelson Teodoro de Oliveira), morou no meu quarto a pedido de seu pai, Joaquim Teodoro de Oliveira. O Nelsinho me pediu para lhe ensinar Latim e me pagava engraxando meus sapatos”, brinca doutor Milton.
Admitido pela PRB 2, apresentava, com exclusividade, o noticioso: 'Prosdocimo Informa', às 9, 12, 16, 19 e 22 horas. Era um correria o dia todo porque, ao mesmo tempo eu fazia a faculdade". Chegou a obter índices de 72 por cento de audiência, pela qualidade do jornal falado. Na época as emissoras davam oportunidades aos estudantes. “Era corrido meu amigo. Tudo ao vivo, na base do telegrama manuscrito que eu pegava na hora direto do correio no tempo do Código Morse... Texto truncado, sem a tradicional redação de rádio”, relembra. Estudava durante o dia. “Naquela época não tinha aula na Universidade, à noite. Para ir na B2 eu corria da Universidade, chegava esbaforido, apresentava o noticiário e voltava, no pique, à sala de aula. Era meio perto, mas cansava, eee coomo”, (sorriu).
“Foram meus contemporâneos de rádio: Airton Goulart (Medicina), Artur de Souza (Direito), Lóris de Souza (Engenharia Civil), Sérgio Fraga, João Feder, Rafael Iatauro (Rádio Marumbi) hoje preside o Tribunal de Contas; Stengel Guimarães (narrador e comentarista esportivo), Mário Vendramel (depois apresentador de televisão) e a Mary Granato (Geógrafa) minha esposa. Trabalhei um tempo na Rádio Emissora Paranaense, mas a PR-B2 me chamou de volta, a pedido do Prosdocimo, com uma proposta irrecusável. Creio que estava no caminho certo, em ascensão”, diz satisfeito.
Direito - Em 1953 passou no vestibular. Em 1954 iniciou o Curso de Direito (UFPR) e concluiu o curso de 1º Tenente R/2 no CPOR (Centro de Preparação de Oficiais da Reserva). “Foi nesse entremeio que conheci o doutor Eduardo Portes Rocha, logo depois saiu-se advogado e era forte madeireiro em Campo Mourão, dono da Laminadora Urupês onde se urbanizou a vila de mesmo nome, hoje parte integrante da cidade”.
Em 1955 começou a se preparar para o concurso de Juiz de Direito, “mas nunca fiz porque não saiu”, lamenta. “Trabalhei, estudei e me sustentei sozinho, porque papai não podia e me alertou disso, quando decidi vir para a Capital. Eu estava ciente que a luta era de um homem só, porém nunca desanimei e nem parei, Segui na busca dos meus ideais: ser bem sucedido”, ressalta.
O Melhor - Em 1956 mereceu destaque na Revista do Rádio (circulação nacional) como o Melhor Locutor Noticiarista e Voz Padrão do rádio paranaense. Foi um dos locutores mais bem pagos do Paraná. 'Prosdocimo Informa' se equiparava ao Repórter Esso (Eron Domingues e Cid Moreira) da Rádio Nacional (RJ).
No tempo de B2 e Universidade, trabalhou com Fernando Pessoa, jornalista do Estado do Paraná, diário que estava começando a circular. “Ele escrevia mas não datilografava. Convidou-me para datilografar e revisar os textos”. Milton é diplomado em Datilografia pela Escola Técnica do Comércio Remington do Paraná (antiga Faculdade de Comércio).
No tempo de B2 e Universidade, trabalhou com Fernando Pessoa, jornalista do Estado do Paraná, diário que estava começando a circular. “Ele escrevia mas não datilografava. Convidou-me para datilografar e revisar os textos”. Milton é diplomado em Datilografia pela Escola Técnica do Comércio Remington do Paraná (antiga Faculdade de Comércio).
Acadêmico - Em 1957 estagiou na 4ª Promotoria Pública de Curitiba. Estudava e dava expediente no Fórum. Incansável, concluiu 12 cursos de especialização em Direito Civil.
Em 1958, na 8ª Semana Nacional de Estudos Jurídicos, em Natal (RN) concorreu com centenas de acadêmicos de todo o Brasil e conquistou o primeiro lugar do Concurso Nacional de Oratória, premiado com uma linda placa de ouro que, quase sempre levava no boldo interno do paletó, do lado do coração, da qual deveras se orgulhava. “No dia 18 de dezembro de 1958, colei grau... Ufaa !!... sorrindo.
Em 1958, na 8ª Semana Nacional de Estudos Jurídicos, em Natal (RN) concorreu com centenas de acadêmicos de todo o Brasil e conquistou o primeiro lugar do Concurso Nacional de Oratória, premiado com uma linda placa de ouro que, quase sempre levava no boldo interno do paletó, do lado do coração, da qual deveras se orgulhava. “No dia 18 de dezembro de 1958, colei grau... Ufaa !!... sorrindo.
Imagem negativa - “Veja como as coisas acontecem quando tem que ser. Em 1958, saía eu da B2 e, de cara, topei com o doutor Eduardo Portes Rocha acompanhado da querida e simpática esposa. Disse que montou banca em Campo Mourão e convidou-me para trabalhar com ele em seu escritório. Fiquei de dar resposta. Eu não tinha a mínima noção de nada sobre Campo Mourão. Comentei sobre o convite tentador que recebi, com o Pinheiro Júnior (Chefe da Polícia Civil)... Com o Walter Gibson, que conhecia a região e este falou-me: Vai não!... É terra de bandido e de muito mato!! Dias depois reencontrei o Eduardo e expliquei porque não ia. Ele me respondeu: Campo Mourão mudou, melhorou muito. Lá não é nada disso. Vamos... Você vai gostar!!” - "Recém formado, decidi passar um mês em Campo Mourão, digamos, a título de experiencia. Eu Precisava trabalhar e acabei ficando. Me apaixonei pela cidade, ainda uma vila, imensamente diferente da agitação e da limpeza da Capital. Logo fiz amizades e todos me conheciam e eu os conhecia pelos nomes. Encontrei um povo unido e muito hospitaleiro que recebia os novatos com muito carinho e atenção. Então fiquei, graças ao Dr. Eduardo”, argumenta feliz.
Em Campo Mourão - Dia 9 de janeiro de 1959, Milton Luiz Pereira chegou a Campo Mourão. “Era uma segunda-feira de sol quente e muita poeira”.
Tinha vôos diários de aviões DC-3 (Douglas bimotores) da Aerovias Brasil - Real, Vasp (Viação Aérea São Paulo), BOA (Brasil Organização Aérea), RETA (Real Transportes Aéreos) e Cruzeiro do Sul.
“Seu Batista, da B2, me pagou os meses de dezembro (58) e janeiro (59). Ganhei a passagem e fui voando. Quando desembarquei no aeroporto de Campo Mourão, antes do meio-dia, vi um policial militar graduado, com cara de bravo, de capacete, postado ali perto. Usava um cinto com pelos, de couro de veado e dois revólveres 38, dependurados. Era o Coronel Cibi (Alcebíades Rodrigues da Costa), bravo delegado da cidade. Uma espécie de xerife. Ouvi ele dizer que estava ali: fiscalizando a chegada dos 'estrangeiros' e que bandido não se criava em Campo Mourão”. (rindo).
“O dinheiro era pouco e o clima me pareceu hostil e deverás muito quente, contraste de Curitiba”, narra sua chegada.
Tinha vôos diários de aviões DC-3 (Douglas bimotores) da Aerovias Brasil - Real, Vasp (Viação Aérea São Paulo), BOA (Brasil Organização Aérea), RETA (Real Transportes Aéreos) e Cruzeiro do Sul.
“Seu Batista, da B2, me pagou os meses de dezembro (58) e janeiro (59). Ganhei a passagem e fui voando. Quando desembarquei no aeroporto de Campo Mourão, antes do meio-dia, vi um policial militar graduado, com cara de bravo, de capacete, postado ali perto. Usava um cinto com pelos, de couro de veado e dois revólveres 38, dependurados. Era o Coronel Cibi (Alcebíades Rodrigues da Costa), bravo delegado da cidade. Uma espécie de xerife. Ouvi ele dizer que estava ali: fiscalizando a chegada dos 'estrangeiros' e que bandido não se criava em Campo Mourão”. (rindo).
“O dinheiro era pouco e o clima me pareceu hostil e deverás muito quente, contraste de Curitiba”, narra sua chegada.
Contatos - "A primeira pessoa com quem conversei foi Virgínio Manoel João (seu Gino) dono do táxi (jeep) que me levou até o centro. A segunda foi a loirinha, Lourdes Gomes (esposa do dentista Álvaro Gomes) na portaria do Hotel Brasil. Conversamos mas não combinamos no preço. Considerei caro. A terceira foi o seu Sabino Deitos, no velho Hotel Paraná. Eu disse que ia ficar um mês. Ele falou: tem que pagar adiantado!! Deu no que eu queria: paguei e garanti um mês de cama e comida (risos). Me ajeitei no quarto simples, 2 x 3, tudo de madeira, cama de solteiro, um guarda roupinha e só. Depois fui ao casarão do Fórum, ali perto. Entrei... lá no fundo vi um homem debruçado sobre um livro grande, escrevendo. Era seu Ville Bathke, o Escrivão do Crime e Oficial do Registro Civil. Me apresentei. Disse-me que também era de Curitiba. Aí já me senti em casa. Foi super atencioso e me deu todas as orientações que pedi. Falei da minha preocupação com a cidade, se era violenta como me disseram?
O seu Ville falou: Doutor, Campo Mourão não é nada disso que se comenta, é só trabalhar com vontade e seriedade, que dá tudo certo!! – Me referendou aos advogados da cidade, os quais conheci depois: Nelson Bittencourt Prado (o mais antigo), Armando Queiroz de Morais e o solicitador Trajano Amaral (advogado não formado)”, relembra.
O seu Ville falou: Doutor, Campo Mourão não é nada disso que se comenta, é só trabalhar com vontade e seriedade, que dá tudo certo!! – Me referendou aos advogados da cidade, os quais conheci depois: Nelson Bittencourt Prado (o mais antigo), Armando Queiroz de Morais e o solicitador Trajano Amaral (advogado não formado)”, relembra.
Janeiro - Férias forenses. "Nesse período, como é até hoje, tinham férias: Lary Calixto Razzolini – Promotor de Justiça e Joaquim Euzébio de Figueiredo - Juiz de Direito, mas este não viajou. Mesmo em férias ia ao Fórum todo dia, às 14 horas. O Ville me apresentou a ele. O doutor Joaquim era rápido, justo, humano e sempre bem trajado (gostava de terno branco apesar do pó da terra). Sentamos, conversamos no salão do Fórum, mostrei-lhe a placa de ouro de campeão brasileiro de oratória, Ele a pegou, leu, bateu a ponta do dedo nela, parabenizou e incentivou-me a ficar, Estamos carentes de advogados, disse ele”, recorda.
"Saí contente pela dupla recepção forense e dei uma volta de reconhecimento na cidade poeirenta e pequena. Estava com aquele dinheiro curitibano no bolso e procurei o Banco do Brasil, que me indicaram estar em frente a Casas Pernambucanas. Me apresentei, o gerente convidou-me para um cafezinho em sua sala e ali abri minha conta e depositei minha minguada reserva financeira".
Tormenta - "À tardinha, perto das 18 hs, deu uma ventania que levantou um enorme poeirão, em seguida a chuva despencou permeada de raios e trovões assustadores, que nunca vi. Parecia cena do velho oeste americano. Só faltou aqueles montes de capim rolando. Me recolhi rapidamente ao hotel. Banho tinha fila e chuveiro frio. Luz fraca, amarelada. No meu quarto simplesinho, deitei... estava muito escuro, eu tentando dormir e o temporal despencando".
Primeiro caso - Dormi e logo acordei. Creio que passava da meia-noite. Alguém bateu na minha porta. Atendi... Um viajante de Maringá disse que o irmão dele fora preso na ZBM (zona de baixo meretrício) por ter se negado a pagar a conta e houve lá um quebra-pau que resultou na sua detenção. Explicou e pediu-me para soltá-lo.
- Mas a essa hora? Com esse tempo?
- Ele insistiu, falou que eram representantes da J. Veríssimo de Maringá e que às 9 hs da manhã precisavam estar lá ou perderiam o emprego.
Na época, dada a má condição da estrada de terra demorava-se cerca de quatro a seis horas daqui à Maringá, na poeira. Com chuva nem pensar.
Seu Sabino me emprestou um guarda-chuva e fomos. Não conhecia nada, mas o cidadão conhecia. Atravessamos a praça... escuridão total, chuva que desabava e o guarda-chuva queria voar, pouco me protegeu... fiquei ensopado... era muita água, e muito barro que grudava nos sapatos e ia subindo, parecia uma bota se moldando. Escorregava a todo instante. Luz? só das faíscas dos relâmpagos.
Xingamentos - Chegamos, bati na porta da Delegacia (depois Conselho Tutelar). Um barbudo, um olho fechado, só de calça atendeu e gritou: depois das dezenove horas não entra, não sai e não se atende ninguém!!! -Não aprendeu isso onde estudou, doutor? - e falou uns palavrões. Mais tarde fiquei sabendo que era o famoso bandido Galo-Cego. Pela atitude dele pensei até, que era o delegado”, (rindo muito). “Avistamos uma luz tênue à direita, cerca de meia quadra adiante e fomos até lá. Era o Bar do Malluf (Chafic Baden Malluf) onde amigos jogavam baralho depois da sessão do Cine Império. Perguntei sobre a residência do delegado. Com cara de desconfiado, me olhando meio de lado, nos informou a casa: é praaa lááá... uma quadra a direita dessa avenida (Manoel Mendes de Camargo). Não tinha asfalto. Muito barro e lama escorregadia. A noite um breu. Nos indicou a casa na R. Roberto Brzezinski - da dona Tecla - abaixo do antigo Hospital São Pedro, antes da Av. Goio-ere, à direita. Bati palmas. Nos avançaram dois cachorros policiais, dessste taamanho. Cerca baixinha de balaustres (madeira estreita) que quase derrubaram. Só não nos atacaram porque não corremos. O Cibi gritou lá de dentro: Oiii de fora... o que quer??!! Abriu a janela, com uma lanterninha acesa na mão e me pareceu um 38 na outra. - Sou advogado de Curitiba. Preciso, urgente, falar com o senhor!! respondi em bom tom. Ele saiu de pijama... perguntou o que era? -Eu falei do preso. Ele discutiu, ficou bravo, disse que não ia soltar ninguém naquela hora, nos xingou por ter tirado ele da cama... falou um bom-dia seco e mandou-nos embora. Viramos as costas, andamos alguns passos e ele nos chamou de novo. Marcou para as nove horas na Delegacia. Quando chegamos fui recebido pelo sargento Rivair, muito gentil, cheio de sim senhor, que me disse: seu delegado está esperando, mas só pode entrar o senhor, doutor!!
Platéia - Um fato interessante, veja só. A cidade não tinha atrativos. Quando tinha juri era um acontecimento fenomenal. As dependências do Fórum lotavam de gente sentada e em pé. Na lateral direita tinha uns janelões e o pessoal que não conseguia entrar, se apinhava neles. No meu primeiro juri quando vi a enorme plateia pensei: tenho que dar o máximo do que aprendi. O réu tinha decapitado a vítima com uma foiçada e a cabeça voou a uns 10 metros. Então encenei aquele ato e até rolei no chão para dar mais ênfase à morte da vítima. Foi aí que perdi de 4 a 3, exagerei... beneficiei o morto"... (risos).
Advogado competente e respeitado pela sua eloquência, educação e fino trato atuou em 128 julgamentos no Tribunal do Júri da Comarca de Campo Mourão, no período de 1959 a 1963, com mais de 90 por cento de absolvições.
"Saí contente pela dupla recepção forense e dei uma volta de reconhecimento na cidade poeirenta e pequena. Estava com aquele dinheiro curitibano no bolso e procurei o Banco do Brasil, que me indicaram estar em frente a Casas Pernambucanas. Me apresentei, o gerente convidou-me para um cafezinho em sua sala e ali abri minha conta e depositei minha minguada reserva financeira".
Tormenta - "À tardinha, perto das 18 hs, deu uma ventania que levantou um enorme poeirão, em seguida a chuva despencou permeada de raios e trovões assustadores, que nunca vi. Parecia cena do velho oeste americano. Só faltou aqueles montes de capim rolando. Me recolhi rapidamente ao hotel. Banho tinha fila e chuveiro frio. Luz fraca, amarelada. No meu quarto simplesinho, deitei... estava muito escuro, eu tentando dormir e o temporal despencando".
Primeiro caso - Dormi e logo acordei. Creio que passava da meia-noite. Alguém bateu na minha porta. Atendi... Um viajante de Maringá disse que o irmão dele fora preso na ZBM (zona de baixo meretrício) por ter se negado a pagar a conta e houve lá um quebra-pau que resultou na sua detenção. Explicou e pediu-me para soltá-lo.
- Mas a essa hora? Com esse tempo?
- Ele insistiu, falou que eram representantes da J. Veríssimo de Maringá e que às 9 hs da manhã precisavam estar lá ou perderiam o emprego.
Na época, dada a má condição da estrada de terra demorava-se cerca de quatro a seis horas daqui à Maringá, na poeira. Com chuva nem pensar.
Seu Sabino me emprestou um guarda-chuva e fomos. Não conhecia nada, mas o cidadão conhecia. Atravessamos a praça... escuridão total, chuva que desabava e o guarda-chuva queria voar, pouco me protegeu... fiquei ensopado... era muita água, e muito barro que grudava nos sapatos e ia subindo, parecia uma bota se moldando. Escorregava a todo instante. Luz? só das faíscas dos relâmpagos.
Xingamentos - Chegamos, bati na porta da Delegacia (depois Conselho Tutelar). Um barbudo, um olho fechado, só de calça atendeu e gritou: depois das dezenove horas não entra, não sai e não se atende ninguém!!! -Não aprendeu isso onde estudou, doutor? - e falou uns palavrões. Mais tarde fiquei sabendo que era o famoso bandido Galo-Cego. Pela atitude dele pensei até, que era o delegado”, (rindo muito). “Avistamos uma luz tênue à direita, cerca de meia quadra adiante e fomos até lá. Era o Bar do Malluf (Chafic Baden Malluf) onde amigos jogavam baralho depois da sessão do Cine Império. Perguntei sobre a residência do delegado. Com cara de desconfiado, me olhando meio de lado, nos informou a casa: é praaa lááá... uma quadra a direita dessa avenida (Manoel Mendes de Camargo). Não tinha asfalto. Muito barro e lama escorregadia. A noite um breu. Nos indicou a casa na R. Roberto Brzezinski - da dona Tecla - abaixo do antigo Hospital São Pedro, antes da Av. Goio-ere, à direita. Bati palmas. Nos avançaram dois cachorros policiais, dessste taamanho. Cerca baixinha de balaustres (madeira estreita) que quase derrubaram. Só não nos atacaram porque não corremos. O Cibi gritou lá de dentro: Oiii de fora... o que quer??!! Abriu a janela, com uma lanterninha acesa na mão e me pareceu um 38 na outra. - Sou advogado de Curitiba. Preciso, urgente, falar com o senhor!! respondi em bom tom. Ele saiu de pijama... perguntou o que era? -Eu falei do preso. Ele discutiu, ficou bravo, disse que não ia soltar ninguém naquela hora, nos xingou por ter tirado ele da cama... falou um bom-dia seco e mandou-nos embora. Viramos as costas, andamos alguns passos e ele nos chamou de novo. Marcou para as nove horas na Delegacia. Quando chegamos fui recebido pelo sargento Rivair, muito gentil, cheio de sim senhor, que me disse: seu delegado está esperando, mas só pode entrar o senhor, doutor!!
Insisti:
meu cliente entra junto comigo, sim senhor!! Entramos numa salinha à esquerda.
Me apresentei. Conversamos com o Cibi e ele falou: em consideração ao
senhor, vou soltar o pilantra, mas tem que pagar os prejuízos e a mulher lá de
baixo! O sargente Rivair fez os cálculos, não ficou barato... o irmão
do preso pagou e o baderneiro foi solto. Voltei ao hotel com meu
primeiro caso encerrado e crente que ia receber meus primeiros merecidos honorários. Mas qual nada. O cliente
disse: só
tenho dinheiro para pagar o hotel e outro dia acerto com você!! Eu disse: não senhor...
pague o meu primeiro e depois o hotel ou teu irmão volta para o xelindró!! Paga não paga, no fim peguei dele, uma mala
de viagem, de couro, muito boa e bonita que usei muitos anos em minhas viagens
e sempre a carregava no porta malas do fusca até quando fomos morar em Brasília. (risos). – Isso tudo aconteceu
comigo no primeiro dia e noite, em Campo Mourão”, frisa doutor Milton, que
depois exerceu a função de Procurador Judicial da Prefeitura e advogado
credenciado da Caixa Econômica Federal, em funções remuneradas.
Competência - Na semana seguinte, após me credenciar no Fórum da modesta Comarca de Campo Mourão, o juiz de direito me designou para atuar em quatro processos e defender os réus em sessões do juri. Eu tremi. Não estava preparado, mas assumi as responsabilidades comigo mesmo. O primeiro julgamento perdi por 4 x 3, mas consegui amenizar a pena do réu, o que me valeu até os parabéns do Dr. Joaquim e do seu Ville pela minha verve" - conta feliz. Platéia - Um fato interessante, veja só. A cidade não tinha atrativos. Quando tinha juri era um acontecimento fenomenal. As dependências do Fórum lotavam de gente sentada e em pé. Na lateral direita tinha uns janelões e o pessoal que não conseguia entrar, se apinhava neles. No meu primeiro juri quando vi a enorme plateia pensei: tenho que dar o máximo do que aprendi. O réu tinha decapitado a vítima com uma foiçada e a cabeça voou a uns 10 metros. Então encenei aquele ato e até rolei no chão para dar mais ênfase à morte da vítima. Foi aí que perdi de 4 a 3, exagerei... beneficiei o morto"... (risos).
Advogado competente e respeitado pela sua eloquência, educação e fino trato atuou em 128 julgamentos no Tribunal do Júri da Comarca de Campo Mourão, no período de 1959 a 1963, com mais de 90 por cento de absolvições.
Primeiros bens – “Meu primeiro escritório foi na Rua Brasil. Uma meia-água nos fundos da antiga casa do doutor Ruy Saldanha de Loyola (primeiro promotor público de Campo Mourão). Me foi alugada pelo Rogê Delatre”, (agente da Aerovias Brasil – Real) com escritório onde estava a Livraria Roma, frente a prefeitura. A moradia, depois, dividi em três cômodos. Um casal morou ali para cuidar e zelar até eu casar e voltar com a Mary. Mais tarde comprei um automóvel Ford coupê e uma casa de madeira na Av. Goioerê, entre as ruas Brasil e Harrison José Borges. Depois instalei o escritório um pouco adiante do Hotel Paraná, perto da casa e antigo laboratório do Ephigênio (José Carneiro)".
O concurso para Juiz de Direito não saiu. "Fiquei em Campo Mourão onde me dei muito bem, conquistei muitas amizades e a simpatia do povo”, conta satisfeito.
O concurso para Juiz de Direito não saiu. "Fiquei em Campo Mourão onde me dei muito bem, conquistei muitas amizades e a simpatia do povo”, conta satisfeito.
Casamento – Em 9 de dezembro de 1959 Milton Luiz Pereira casa-se com Rizoleta
Mary Pereira, filha de Carmem e Miguel Granato, na Igreja Santa Terezinha
(Curitiba). A cerimônia foi celebrada por Dom Gerônimo Mazzarotto, “ex-professor da Mary”,
explica. O casal tem cinco filhos e seis netos. “Meus primeiros três filhos, me orgulho de serem mourãoenses: a
psicóloga Gisele (casada com André), a arquiteta Gislene (Vladimir) e o
diplomata Celso de Tarso (Oriana)”.
Nasceram em Curitiba: a psicóloga Luciene Maria (solteira) e o advogado Marcus Vinícius (Letícia). “Conheci a excelente locutora Mary, na B2. Apresentava a Revista Matinal com o Ayrton de Souza. Casamos, temos uma família linda e somos felizes até hoje”, enfatiza.
Nasceram em Curitiba: a psicóloga Luciene Maria (solteira) e o advogado Marcus Vinícius (Letícia). “Conheci a excelente locutora Mary, na B2. Apresentava a Revista Matinal com o Ayrton de Souza. Casamos, temos uma família linda e somos felizes até hoje”, enfatiza.
Prefeito – O deputado estadual Armando
Queiroz de Morais e o governador Ney Braga – ambos do PDC – Partido Democrático
Cristão - foram decisivos na eleição de Milton Luiz Pereira a prefeito (o mais jovem dos eleitos) de Campo
Mourão. “Muita gente me ajudou sem pedir nada em troca. O povo me elegeu e
trabalhei de 1964 a 1967, incansavelmente, pelo Município”.
(1963/1967 - Milton Luiz Pereira (PDC/UDN) – 6.054 votos, Ivo Mário Trombini (PTB/PSD/PSP) 3.130 e Miguel Balabuch (PTN) – 432 votos).
Transparência - Todo dia útil, ao meio-dia, Milton Luiz Pereira divulgava pela Rádio Colmeia os locais onde trabalhos estavam sendo executados por homens e máquinas do Município, bem como informava o fluxo de caixa (quanto entrou e quanto gastou). No primeiro dia útil de cada mês, pessoalmente, ele usava meia-hora da rádio para fazer um relatório e prestar contas das suas atividades aos ouvintes.
Recusa - O governo militar
prorrogou os mandatos de prefeitos por mais um ano. “Não aceitei pois havia
sido nomeado Juiz Federal, em Curitiba, e passei o cargo ao presidente da
Câmara, Rosalino Mansuetto Salvadori e entreguei a prefeitura rigorosamente em dia.
Cumpri o mandato que os eleitores me outorgaram pelo sagrado voto popular e
republicano. O ano a mais da ditadura, não era legal e não aceitei”, destacou com veemência.
Nesse tempo não havia a figura do vice-prefeito e vereador não tinha salário
nem assessores.
(1963/1967 - Milton Luiz Pereira (PDC/UDN) – 6.054 votos, Ivo Mário Trombini (PTB/PSD/PSP) 3.130 e Miguel Balabuch (PTN) – 432 votos).
Transparência - Todo dia útil, ao meio-dia, Milton Luiz Pereira divulgava pela Rádio Colmeia os locais onde trabalhos estavam sendo executados por homens e máquinas do Município, bem como informava o fluxo de caixa (quanto entrou e quanto gastou). No primeiro dia útil de cada mês, pessoalmente, ele usava meia-hora da rádio para fazer um relatório e prestar contas das suas atividades aos ouvintes.
Milton Luiz Pereira recebe a Prefeitura de Antonio Teodoro de Oliveira
e renunciou para assumir o cargo de Juiz Federal.
Assumiu Rosalino Salvadori que também renunciou e assumiu,
então, pela ordem de sucessão: Augustinho Vecchi. Ambos ex-presidentes da Câmara de Vereadores de
Campo Mourão.
Nesta foto estão, de cima para baixo, os vereadores: Getulio
Ferrari, Augusto de Oliveira Carneiro, Zamir José Teixeira (óculos escuros),
Alfonso Germano Hruschka, José Costa Maria, Ephigênio José Carneiro, Fioravante
Joâo Ferri e Rosalino Mansueto Salvadori, além do bispo D. Eliseu Simões Mendes
e o prefeito Milton Luiz Pereira com sua filha Gisele.
Trabalho –
Dentre as obras que Dr. Milton realizou, estão a conclusão do atual Paço
Municipal iniciado pelo prefeito Antonio Teodoro
de Oliveira. “No dia da inauguração exigi a presença do
seu Antoninho. Criamos a Biblioteca Pública, com as professoras Eroni Maciel
Ribas e Luci Canalli. Fundamos a Companhia de Desenvolvimento, Urbanização e
Saneamento (Codusa) com Rosalino Salvadori (presidente) e Munir Karan (diretor
financeiro). Inauguramos o primeiro trecho asfaltado da Av. Índio Bandeira e
pavimentamos 1.180 metros quadrados de revestimento e galerias pluviais na área central. O primeiro
desfile cívico sobre o asfalto foi em nossa gestão. Construímos e
arborizamos a Praça São José e edificamos a Estação Rodoviária no centro”.
Realizou a substituição dos postes de madeira (troncos de pinheiros) por
concreto e instalou lâmpadas a mercúrio.
Professora Eroni Maciel Ribas e o governador Ney Braga
em visita a Campo Mourão
em visita a Campo Mourão
Colaborador - Autor do Estatuto da Associação dos Advogados de Campo Mourão e Peabiru, com o advogado Paulo Vinício Fortes (presidente). Foi orador do Clube 10 de Outubro. “Não tinha como não ser. Eu estava nas duas chapas de 1960, tanto do seu Domingos Maciel Ribas como na do dentista José Edson Salgado. Ganhou seu Domingos”, (rindo muito). "Fizemos a terraplenagem na construção do Country Club a pedido dos médicos Germano Traple e José Luiz Tabith. Pagaram o combustível e a Prefeitura entrou com as máquinas e operador”, explicou.
Incra entrega o título de Município Modelo ao prefeito de Campo Mourão, Milton Luiz Pereira, no Palácio Iguaçu, nas presenças do governador Paulo Pimentel e do deputado Armando Queiroz de Morais e outras autoridades.
Município Modelo - “Educação e Agricultura foram dois itens importantes para conquistarmos o título de Município Modelo do Estado do Paraná concedido pelo Ministério da Agricultura, em 1964, através do INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Único título nacional que Campo Mourão ostenta oficialmente, até hoje e ninguém nos tira”, destaca.
Juiz Federal -
Em 1967 assumiu, como Juiz Federal Substituto, a 2ª
Vara da Seção Judiciária do Paraná. Em 1972 passou a Juiz Federal da 5ª
Vara da Seção Judiciária do Rio Grande do Sul. No mesmo ano voltou à Curitiba
como Juiz Federal da 1ª Vara da Seção Judiciária do Paraná. Por
quatro períodos, entre 1974 e 1984, foi Juiz Federal Diretor do Foro pelo
Egrégio Conselho da Justiça Federal. Também foi Juiz Substituto e depois
Efetivo, do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná. Em 1988 entrou como
Substituto no Tribunal Federal de Recursos. De 1989 a 1992, foi Juiz Presidente
do Tribunal Federal (3ª Região). Juiz Presidente do Conselho de
Administração do Tribunal Federal (3ª Região). Juiz
Presidente da Justiça Federal (3ª Região) e Juiz
Presidente da Terceira Turma do Tribunal Regional Federal (3ª
Região).
Ministro -
Em 1992 galgou o alto escalão de Ministro do Superior Tribunal de Justiça
(Brasília). Integrou a Corte Especial. Membro do Conselho da Justiça Federal,
Coordenador Geral da Justiça Federal, Diretor do Centro de Estudos Judiciários
e membro do Conselho de Administração do Supremo Tribunal de Justiça, até hoje.
Professor - “Veja
que curioso – comenta – sou professor aposentado com um salário mínimo, pela
Faculdade de Direito de Curitiba, onde fui titular de Direito Penal, mas o
salário era baixo e deu nessa minguada pensãozinha”, (sorri). Ali também foi
professor e coordenador de Direito Constitucional. Na Faculdade de Direito de
Umuarama, atuou como professor visitante. Em Campo Mourão lecionou Latim no
Ginásio Campo Mourão (depois Colégio Estadual) e Prática Jurídica na Escola de
Comércio Santo Inácio, propriedade do professor Ephigênio José Carneiro.
Escreveu o livro da Justiça Federal (Narrativas de uma trajetória exemplar - 1968 - Editora Sugestões Literárias - SP). Tem várias publicações artigos publicados em revistas renomadas.
Escreveu o livro da Justiça Federal (Narrativas de uma trajetória exemplar - 1968 - Editora Sugestões Literárias - SP). Tem várias publicações artigos publicados em revistas renomadas.
O Fusca Azul 1300 Mais Famoso do Mundo
“Quando
entro no meu fusca sinto-me envolvido pelo povo da cidade que mais amo na vida.
Devo muito à essa gente boa e maravilhosa que sempre me recebe com carinho”,
ufana-se Milton Luiz Pereira.
No final do seu mandato, líderes e a população se cotizaram
a fim de comprar um Fusca 1300, azul e presenteá-lo ao Prefeito Modelo de Campo
Mourão. “Teve um cidadão que deu uma galinha – consta na
lista – que foi vendida no Mercado Municipal por NCr$ 1,00 (hum
cruzeiro novo)”, sorri contente.
“Saí da prefeitura sem nada. Na condição de prefeito a lei
não nos permitia advogar. Vendi meu carro ford e a casa da Av. Goioerê, a fim de honrar
meus compromissos”, revela.
Gisele, Mary e Milton
O Fusquinha foi entregue em clima de festa, mas na hora de dar na partida não ‘pegou’. Aí empurraram por quase duas quadras e acionei no ‘tranco’. Roncou bonito, o povo aplaudiu e Dr Milton acenou com o braço esquerdo pra fora e o polegar esticado, em sinal de ‘positivo’.
“Aproveitei o embalo e fui aos bancos Nacional (Rua Brasil) e Bamerindus (Rua São Paulo) - ambos extintos - verificar meus débitos. Mas, para surpresa minha, os gerentes
disseram-me: estão quitados!! Então, eu
quis saber como??”
"É que a lista da coleta rendeu para comprar o Fusca, sobrou para uma televisão portátil e ainda pagar os “papagaios". Esse Fusca é meu orgulho e nele também carrego aquela mala bonita dos vigaristas, no bagageiro. Quando saio, seja aonde for, vou com ele e com ela. Estão conservadinhos. Mantenho e está tudo original. Vou à festas, casamentos e solenidades chiques, com ele. Todo mundo fica nos olhando e até tentam nos barrar nos estacionamentos exclusivos reservados às autoridades. Me identifico com o pessoal da segurança, e tudo bem. É o primeiro e único automóvel que tive depois do coupê. Me orgulho por demais deste carrinho valente que me simboliza Campo Mourão... Graças a Deus!! - concluiu com alegria, o insigne cidadão Milton Luiz Pereira, ao lado dos filhos, netos e da esposa, não menos feliz, Rizoleta Mary Pereira.
Placa original 3362 em fundo preto
"É que a lista da coleta rendeu para comprar o Fusca, sobrou para uma televisão portátil e ainda pagar os “papagaios". Esse Fusca é meu orgulho e nele também carrego aquela mala bonita dos vigaristas, no bagageiro. Quando saio, seja aonde for, vou com ele e com ela. Estão conservadinhos. Mantenho e está tudo original. Vou à festas, casamentos e solenidades chiques, com ele. Todo mundo fica nos olhando e até tentam nos barrar nos estacionamentos exclusivos reservados às autoridades. Me identifico com o pessoal da segurança, e tudo bem. É o primeiro e único automóvel que tive depois do coupê. Me orgulho por demais deste carrinho valente que me simboliza Campo Mourão... Graças a Deus!! - concluiu com alegria, o insigne cidadão Milton Luiz Pereira, ao lado dos filhos, netos e da esposa, não menos feliz, Rizoleta Mary Pereira.
Milton Luiz Pereira é referência nacional
de Campo Mourão e do Paraná.
de Campo Mourão e do Paraná.
Atividades e reconhecimentos
Magistratura: Juiz Federal Substituto da 2ª Vara da Seção Judiciária do Paraná, 1967.
Juiz Federal Titular da 1ª Vara da Seção Judiciária do Paraná, 1972.
Juiz Federal Diretor do Foro.
Juiz Efetivo do Tribunal Regional Eleitoral - PR - 1975/1977 e 1983/1985.
Convocado para substituir no Tribunal Federal de Recursos, a partir de novembro de 1988.
Juiz do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, 1989.
Presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, 1989/1991.
Ministro do Superior Tribunal de Justiça, a partir de 23/4/92.
Coordenador-Geral da Justiça Federal, de 6/8/2001 a 10/12/2002.
Aposentado do cargo de Ministro do STJ, a partir de 10/12/2002.
Magistério: Professor de nível superior - Ministério da Educação e Cultura, Conselho Federal de Educação; Parecer nº 889/71; Disciplina: Direito Penal.
Auxiliar de Ensino da disciplina de Direito Penal na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Paraná, 1968/1971.
Professor titular de Direito Penal, desde 1968, na Faculdade de Direito de Curitiba.
Professor de Direito Constitucional na Faculdade de Direito de Curitiba.
Coordenador da área de Direito Penal na Faculdade de Direito de Curitiba.
Professor Visitante da Faculdade de Direito de Umuarama - PR.
Outras atividades: Oficial do Exército (R/2) - CPOR de Curitiba - PR.
Prefeito Municipal de Campo Mourão, Estado do Paraná - 1964/1967.
Condecorações, Títulos, Medalhas:
Cidadão Honorário do Município de Campo Mourão - Lei Municipal nº 3/67.
Cidadão Honorário de Curitiba - Lei Municipal nº 6.426/83.
Cidadão Honorário do Paraná.
Comendador da Ordem da Solidariedade, no grau de Cruz do Mérito Cultural, 1967.
Colar do Mérito Judiciário Ministro Pedro Lessa - Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
Ordem do Mérito Militar - Corpo de Graduados Especiais, no Grau Oficial - Presidente da República, 1989
Diploma - Academia Brasileira de História.
Sócio Honorário da Academia Brasileira de Direito Tributário.
Membro Titular da Academia Paranaense de Letras Jurídicas
Medalhas, Diplomas, Placas, como distinção e homenagens.
Medalha do Mérito Eleitoral das Araucárias - TRE/PR, Resolução nº 468, de 18/4/2006.
Casal Falece em menos de 24 hs - Milton Luiz Pereira, ministro aposentado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) morreu poucas horas após a morte de sua esposa, Rizoleta Mary Pereira. Ela faleceu na quinta-feira, dia 15 de fevereiro de 2012 (19 horas) e ele no dia seguinte, 16, às 2h20 da madrugada. Ambos estavam internados na UTI do Hospital N. Sra. das Graças, em Curitiba, em decorrência de complicações advindas de câncer. Ela na cabeça e ele no pulmão.
Sua
oportunidade de fazer o bem
"Este é o mote que nos levou a criar o
Instituto Milton Luiz Pereira. Para nós, seus fundadores, criar oportunidades
para fazer o bem é realizar eventos em que se discutam temas relevantes no
campo jurídico e, com seus frutos, conseguir
promover benefícios para a sociedade, por vezes aos seus membros menos
afortunados.
Assim como ocorreu conosco, esperamos poder fazer todos
se empolgarem e apoiarem essa modesta oportunidade de fazer o bem" explicou o filho Marcus Vinicius, seu presidente.
Marcus Vinicius Pereira
O
Instituto Milton Luiz Pereira é uma associação sem
fins lucrativos, que visa realizar eventos para discussões de temas jurídicos,
bem como promover ações sociais mediante campanhas e convênios, unindo assim as
duas grandes vocações (jurídica e humanista) de seu patrono, que lhe deu o
nome.
Histórico - No segundo aniversário de seu
falecimento, familiares e amigos do Ministro Milton decidiram continuar a sua obra e divulgar
os seus princípios, por meio de uma associação que congrega todos que
compartilham seus ideais e acreditam ser possível ajudar a construir uma sociedade
mais justa e solidária.
Associados
– podem se filiar ao Instituto, todos que desejam ajudar a realizar as suas
ações e objetivos. Amigos do Ministro Milton, profissionais do direito e de
diversas outras áreas, voluntários que, da forma que podem, contribuem com os
eventos e campanhas promovidas.
Finalidades - promove
cultura jurídica e ação social. Por um lado reúne personalidades eminentes em
encontros, seminários, publicações e estudos jurídicos diversos. Por outro, usa
dos frutos desses eventos para firmar convênios e campanhas para diversas ações
sociais, como: assistência jurídica, médica e odontológica gratuitas para
necessitados, bolsas de estudo para crianças carentes e angariação de fundos
para obras sociais.
A renda dos eventos e as doações recebidas são
usadas para custear as campanhas de assistência e as bolsas de estudo para
alunos carentes. Além disso, contamos com os associados e amigos que contribuem
de outra forma: com seu tempo, atendendo voluntariamente aqueles que, em suas
áreas, precisam de ajuda.
As
perspectivas do Instituto são: Ampliar e aprimorar.
Aumentar o número de associados, de voluntários e de doações, para assim
podermos ampliar a gama de serviços sociais ofertados; o número de alunos
carentes atendidos, de entidades conveniadas e de bolsas de estudo. Além disso,
nossa meta é aprimorar a qualidade dos eventos e publicações que realizamos.
Quer ser voluntário? Fazer uma doação em
dinheiro?
Toda ajuda é bem vinda, não somente em
dinheiro, mas também como voluntário no atendimento a carentes, na campanha de
natal, com material escolar, roupas e livros para doação, com envio de textos e
artigos para publicação e até com um pouco do tempo de cada um para a
organização do Instituto.
Como
faço para me associar?
Basta entrar em contato conosco, seja
pessoalmente, por telefone ou pelo e-mail (institutomlp@gmail.com). "Mesmo que a ajuda seja pequena, uniremos
forças para auxiliar muitas pessoas".
Laurita Vaz presidente da Suprema Corte
Dia 28 de setembro de 2017, Milton Luiz Pereira, patrono
do Instituto, foi homenageado no STJ, em cerimônia que comemorou os 50 anos da
instalação da Justiça Federal no Brasil.
O Instituto Milton Luiz Pereira esteve representado por seu
presidente e filho, Marcus Vinicius Pereira.
Segundo a Ministra Laurita Vaz, presidente
do STJ: “é muito importante reconhecer o papel desses honrados pioneiros da Justiça que
nos orgulham pelos bons exemplos legados às gerações que os sucederam”.
Longa entrevista, completa com Milton Luiz Pereira
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Esse é meu "papa"...a quem amo e de quem me orgulho...
ResponderExcluirMuito bom Wille. Parabéns!
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