
Caminhos e Ferrovia Paraná/Mato Grosso em 1876
Em 25 de setembro de 1893, um grupo de 30 guarapuavanos (dentre eles uma única mulher: Lauriana de Paula Marcondes) requereu a posse de 60 mil hectares de terra da região, mas não vieram morar nos Campos do Mourão.
O primeiro que se fixou, de
fato, foi Jozé Luis Pereira que depois de idas e vindas, duas erradas de rumo até
chegar aos Campos do Mourão, finalmente, dia 16 de setembro de 1903 chegou à
terra sonhada com 11 pessoas da família, de mudança. Fez rancho e morou na região conhecida por Santa Cruz,
à margem direita do Ribeirão 119.
Foi em 1903 que, efetivamente,
começou o povoamento, com a fixação da Família Pereira nos Campos
do Mourão.
Antes, começo de 1900, foi
aberto uma picada desde Pitanga até Campos do Mourão. Foi por ela que vieram a
família Pereira e a Custódio. Depois as de Paula Xavier, a família Walter que tomaram
posses de terra devoluta no sertão do centro- oeste do Paraná. Os lugares
preferidos para se instalarem eram os que possuíam água fácil e abundante,
principalmente rio.
Em 1906 já havia cerca de 100
pessoas – espalhadas - que moravam pelos Campos do Mourão, entre as
distantes barrancas do Piquiri e do Ivaí.
Foi em 1906, pela picada
que chegou, também, o primeiro padre (veio a cavalo, de Guarapuava) - Francisco
Vendder - que rezou a 1ª missa ao pé do Cruzeiro de cedro da Santa Cruz. Na
mesma ocasião fez batizados e casamentos coletivos. Foi uma festa no dia 8 de
maio de 1906, data consagrada à Santa Cruz de Cristo.
Ainda, em 1906, foi iniciada
a abertura de outro picadão, bem mais largo que ia de Guarapuava, Pitanga, Campos
do Mourão até o Rio Paraná, no sul de Mato Grosso. Começou a ser aberto em 1906
e concluído em 1910, conhecido por “Estrada Boiadeira” pois
era por esse abrupto caminho que os boiadeiros guarapuavanos tocavam suas numerosas
boiadas e as comercializavam no distante estado vizinho.
Depois de aberta a Estrada Boiadeira
se vencia os sacrifícios com mais facilidade sem deixarem de ser penosos pela
falta de recursos fáceis. Cada viagem ou comitiva era uma aventura de muitos
dias ou até meses conforme as condições do tempo.
Assim, a partir de 1910, pelo
picadão, chegaram as famílias de Jorge Walter, Américo Pereira Pinto e José Custodio de Oliveira.
Os pioneiros moravam todos
longe uns dos outros. Nem se imaginava onde seria traçada a cidade. Também
veio, foi e voltou Guilherme de Paula Xavier, que tinha posse da fazenda Santa Maria
(região dos rios São João e Ranchinho).
Jorge Walter – o Russo
–
entrou na Gleba São Domingos que tinha requerido no cartório de Guarapuava.
Ficou mais conhecida como a “Gleba dos Walter” na
região da Estiva, Pranchinha (Klabin) ao lado direito da estrada sentido Campo
Mourão/Roncador (BR-158). Veio
com uma tropa de animais trazida para a região, tocada desde Guarapuava: 654
vacas e bois, 48 cavalos, éguas e mulas, além de 15 cargueiros de sal grosso. A
principal preocupação dos pioneiros era o sal tanto para si como para o gado.
Viajavam a cavalo, em
lentos e ‘sonoros’ carros-de-bois, comboios e tropas. Junto com suas mudanças
(traias), traziam sementes para fazer roças, principalmente as de milho e
feijão, manívias (tocos de mudas) de mandioca e de cana de açúcar.
Praticavam a chamada economia de sobrevivência que funcionava na base da
troca (barganha) e se ajudavam mutuamente nos plantios e nas colheitas
(mutirão).
Nesse tempo o que valia
ouro era a rapadura, largamente usada pelos pioneiros como escambo (moeda) nas
casas de comércio de Pitanga e Guarapuava, onde iam trocar seus cargueiros de
alimentos por mercadorias, e o dinheiro era a rapadura.
Esses pioneiros, e mais um punhado de destemidos desbravadores e aventureiros deram origem a Campo Mourão e às demais cidades da Microrregião 12, no centro-oeste do Estado do Paraná, rumo ao seu promissor futuro.
Esses pioneiros, e mais um punhado de destemidos desbravadores e aventureiros deram origem a Campo Mourão e às demais cidades da Microrregião 12, no centro-oeste do Estado do Paraná, rumo ao seu promissor futuro.
As matas e a vegetação do cerrado foram abertas a ferro e fogo
Pequizeiro e seus frutos
Ipê do cerrado e reduzido pinheiral
Foi assim que começou a ocupação lenta e fixação efetiva das famílias pioneiras no grande cerrado e imenso sertão Campomourãoense.






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