Dos anos 30 até a criação da
Diocese (dia 20 de junho de 1959)
em Campo Mourão – PR, Anita Gaspari Albuquerque e Zuleika Teodoro de Oliveira
foram as responsáveis por milhares de partos, principalmente no período em que
a cidade não tinha profissionais da medicina.
Além de parteiras também foram
madrinhas de mais de mil crianças, cada uma, até que o bispo D. Elizeu Simões
Mendes as proibiu de batizar, sob alegação de que madrinha é a segunda mãe e
que, no caso de falecimento da mãe elas teriam que assumir esse papel. Segundo
o bispo “era muita responsabilidade.”
Tanto Anita como Zuleika tiveram
como auxiliar de parteira, a primeira (primeira) dama de Campo Mourão,
Justilina dos Santos (dona Santa), que a exemplo das duas parteiras e de dona
Oscarina, também era benzedeira e curandeira. “A benzedeira faz rezas e a
curandeira receita remédios de plantas (naturais)”, explicava a mulher do primeiro prefeito (nomeado), José Antonio
dos Santos.
Esta última nos contava que, conforme a dificuldade da parturiente, algumas simpatias eram feitas, acompanhadas de rezas. Uma delas era virar ao contrário o tição no fogão a lenha e outra era socar o pilão bem forte (com a mão-de-pilão) três vezes ou, ainda, prometer de levar a criança no colo e uma pedra que era deixada ao pé do cruzeiro da capelinha de Santa Cruz (na saída para Peabiru).
Essa promessa era cumprida a pé e muitas mães percorriam longas distâncias, pois naqueles tempos o território de Campo Mourão era imenso e abrangia 25 distritos, mais tarde emancipados, tipo: Roncador, Goioerê, Fênix, Terra Boa, etc.
Esta última nos contava que, conforme a dificuldade da parturiente, algumas simpatias eram feitas, acompanhadas de rezas. Uma delas era virar ao contrário o tição no fogão a lenha e outra era socar o pilão bem forte (com a mão-de-pilão) três vezes ou, ainda, prometer de levar a criança no colo e uma pedra que era deixada ao pé do cruzeiro da capelinha de Santa Cruz (na saída para Peabiru).
Essa promessa era cumprida a pé e muitas mães percorriam longas distâncias, pois naqueles tempos o território de Campo Mourão era imenso e abrangia 25 distritos, mais tarde emancipados, tipo: Roncador, Goioerê, Fênix, Terra Boa, etc.
Os apetrechos destas parteiras,
acrescentou dona Santa, eram: “muitos panos bem limpinhos, bacias ou gamelas e
bastante água quente para fazer as compressas na barriga e na virilha... e dar banho de toalha
na gestante, além do sabão de cinza para higiene do recém-nascido e da mãe.
Logo que nasciam, a maioria eu dava banho, enxugava e agasalhava bem enrolados
na faixa e nos cueiros, enquanto as parteiras faziam os cuidados necessários na
mãe.
O nenê tinha que chorar e em seguida dava a primeira mamada e já dormia com a mãe, durante sete dias, no escuro, com o quarto fechado, sem receber visitas. A mãe ficava 40 dias de dieta (recuperação) se alimentando de caldo e canja de galinha (era uma por dia). Muitas crianças morriam do mal-de-sete-dias, que muito tempo depois se descobriu que era tétano que dava no umbigo mal cuidado. As pessoas punham moedas, açúcar, teia de aranha pra curar e, por ignorância, infeccionava e os nenês morriam.” Revelou dona Santa.
O nenê tinha que chorar e em seguida dava a primeira mamada e já dormia com a mãe, durante sete dias, no escuro, com o quarto fechado, sem receber visitas. A mãe ficava 40 dias de dieta (recuperação) se alimentando de caldo e canja de galinha (era uma por dia). Muitas crianças morriam do mal-de-sete-dias, que muito tempo depois se descobriu que era tétano que dava no umbigo mal cuidado. As pessoas punham moedas, açúcar, teia de aranha pra curar e, por ignorância, infeccionava e os nenês morriam.” Revelou dona Santa.
Anita Gaspari e Francisco Albuquerque
Zuleica Teodoro de Oliveira
Justilina Cardoso dos Santos
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