Na Lapa – Dia 10 de outubro de 1901 nasceu Francisco
Ferreira Albuquerque, filho de Manoel Ferreira Albuquerque e Ana de Oliveira.
Francisco era irmão de Idalina, Gracilina, Sebastiana, Olímpio, Maria de Jesus,
Narciza, Joaquina, Maria de Lourdes, César e Luiz. Estudou até rapazinho e logo
começou a trabalhar, saindo de casa em busca de seu ideal promissor.
Em
1919 o jovem Francisco Albuquerque deixou a Lapa. Mudou-se para Porto União
onde trabalhou na difícil função de rádio telegrafista na estação de trem,
contratado pela empresa de transportes ferroviários (Rede Viação Paraná
Santa Catarina - RVPSC) e ali conheceu a menina Anita Gaspari, que havia se
mudado de Ponta Grossa, com sua família.
Enamorados,
logo se casaram. Ele com 18 e ela com 14 anos, órfã de pai desde os 12.
Juntos enfrentaram inimagináveis tipos de dificuldades em terra
sem nada e sem dono, mas que os acolheu e generosamente lhe deu tudo.
Deixaram
as cidades onde tinham conforto, o aconchego de suas famílias e enfrentaram o
selvagem sertão desconhecido; moraram em ranchos desconfortáveis, de chão
batido onde imperava o recurso improvisado a começar pelas camas
feitas com bambus amarrados com cipó (tarimbas) ou de paus finos cortados do mato; colchões de palha de
milho, travesseiros e acolchoados de penas, tudo feito a mão.
Antes
de se fixar em Campo Mourão a convite de José Custódio de Oliveira, Francisco foi
safrista de porcos em Barrinha que também pertencia ao Distrito de Pitanga,
município de Guarapuava.
1937 –
com a família, viajando a cavalo e em duas carroças, neste ano Francisco
Albuquerque, depois de quase quinze dias de penosa viagem, aportou em Campo Mourão.
Anita viajou, com todo
esse sacrifício em uma das carroças, grávida do Joel, que nasceu em Campo Mourão na
primeira tapera que a família morou até construir uma casa confortável perto da
Laje Grande, em frente a casa de comércio adquirida de Léo Guimarães.
1940 – Quando foi concluído o traçado das ruas de Campo
Mourão a família construiu casa de comércio e a quarta casa residencial e
mudou-se para a futura cidade, na R. Paraná (atual R. Francisco Albuquerque)
esquina com Av. Capitão Índio Bandeira.
Pouco
antes de 1940 começou a chegar pessoas e famílias de várias cidades do Paraná e
de estados brasileiros. A primeira parada dos forasteiros era – infalivelmente –
na casa dos Albuquerque onde a maioria se hospedava. Algumas famílias e pessoas, entre eles: Claudio
Silveira Pinto, Dr. Carlos Boenig, os irmãos Jucelin, Geremias Cilião e
Expedito de Araujo; Sargento Teodoro, Dr. Delbos com a mulher e duas filhinhas;
o francês George e seu filho Pierre Jorth, o inspetor de terra Julio Regis com
a esposa, empregada e filhos.
Os Albuquerque nunca cobraram nada dos hospedes
que além do pouso tinham: roupa lavada, cama e mesa, tudo grátis.
Emancipação
- Francisco Ferreira Albuquerque, foi quem deu o primeiro passo decisivo no
sentido de emancipar Campo Mourão, até então distrito administrativo de
Pitanga.
Quando soube (pela Rádio PRB-2 de Curitiba) que o governador Moisés Wille Lupion de Tróia iria criar novos municípios no Estado do Paraná, mais que depressa montou em seu burro preto marchador, acorreu até o sítio do amigo curitibano Pedro Viriato de Souza Filho (Pedro Parigot), também safrista de porcos na região do Rio da Várzea, que já era conhecido do governador.
Quando soube (pela Rádio PRB-2 de Curitiba) que o governador Moisés Wille Lupion de Tróia iria criar novos municípios no Estado do Paraná, mais que depressa montou em seu burro preto marchador, acorreu até o sítio do amigo curitibano Pedro Viriato de Souza Filho (Pedro Parigot), também safrista de porcos na região do Rio da Várzea, que já era conhecido do governador.
Tio
Chico, como era carinhosamente chamado, lhe encareceu que fosse o mais rápido
possível à capital do Estado e "tentasse descolar a emancipação de Campo
Mourão".
No dia seguinte, Pedro Viriato foi de táxi aéreo, pela Brasil Organizações Aéreas (BOA) até Curitiba e conseguiu audiência com o governador, no Palácio São Francisco.
No dia seguinte, Pedro Viriato foi de táxi aéreo, pela Brasil Organizações Aéreas (BOA) até Curitiba e conseguiu audiência com o governador, no Palácio São Francisco.
Seu
pedido, em nome dos mourãoenses, foi atendido depois de algumas discussões e
com uma condição imposta por Lupion: 'você tem que ser o candidato único a
prefeito' pelo Partido Social Democrático (PSD).
Assim
começou o movimento e no dia 10 de outubro de 1947 - dia do aniversário de Tio
Chico - foram criados 22 novos municípios dentre eles Campo Mourão, de acordo
com o arrojado Projeto de Reorganização Geopolítica do Interior do Paraná,
elaborado pelo governador.
O
fundador de Campo Mourão faleceu em Curitiba, dia 1º de maio de 1954, vitima de bala perdida,
quando se deslocava, de ônibus, ao palácio do governo, para audiência com o
governador, em companhia de seu genro Lázaro Mendes, delegado distrital de
polícia de Campo Mourão - PR.
Obs:
Comemora-se
dia 10 de outubro o Aniversário de Campo Mourão, mesma data em que
aniversaria Francisco Ferreira Albuquerque – o Pai da Emancipação de Campo
Mourão – PR.
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