SOS Rio do Campo - Alerta Vermelho
O Projeto
Itinerante “A Mata Atlântica é Aqui” visitou Campo Mourão (PR), região dos “Campos” catalogada
como floresta ombrófila
mista, ou floresta de araucárias e constatou que, se
providências urgentes não forem tomadas para recuperação das matas e nascentes
nativas, o manancial do Rio do Campo corre o risco de desaparecer pela ação degradante do
homem. O vital manancial é vítima de assoreamento descauteloso, decorrente do constante manejo
agrícola de terra solta empurrada pelas enxurradas.
Após os descobrimentos da América e do Brasil muitos aventureiros, religiosos, bandeirantes e missões oficiais de povoação a mando das coroas espanhola e portuguesa, estiveram pelos sertões do Paraná a caça de riquezas e índios para escravizar.
As milícias do governo da Capitania de São Paulo, aquarteladas em Curitiba e São José dos Pinhais, começaram a reconhecer as terras
devolutas além sertão do Tibagi, em 1765, foi quando a tropa se deparou com o vasto
cerrado dos Campos do Mourão encravado no vale do Ivaí/Piquiri, denominação dada em respeito ao
capitão-mór da província paulista, Luiz Antônio de Souza Botelho Mourão à cuja governança pertenciam Paraná e Santa Catarina.
Campos do Mourão, entre 1880 e 1900, foi ponto de parada das boiadas e local de descanso dos tropeiros que passavam conduzindo tropas de gado até Mato Grosso onde eram negociadas.
Ribeirão 119 de Campo Mourão
Somente em 1903 fixou-se a primeira família, a do patriarca Jozé
Luiz Pereira, nas proximidades do Ribeirão 119, região do jardim Santa Cruz,
acompanhado de 11 pessoas. Construíram as primeiras moradias (ranchos) e
plantaram as primeiras roças de alimentos: feijão, arroz, milho, mandioca,
café, cana-de-açúcar, dentre outros, além de iniciar a bovinocultura leiteira e
de corte.
Campo Mourão pertence à bacia hidrográfica do Rio Paraná e o principal caudal do município é o Rio Mourão que deságua no Rio Ivai que por vez desemboca no grande Rio Paraná. Para a cidade de Campo Mourão o Rio do Campo é seu principal manancial, afluente da margem esquerda do Rio
Mourão, que deságua no Rio Ivaí.
O Rio do Campo e o Ribeirão 119 - que circundam Campo Mourão - pertencem à Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí. Sua microbacia irriga área superior a oito mil hectares, ocupados por cerca de 100 agricultores. O Rio do Campo é responsável pelo fornecimento de 80% da água vendida e consumida por, aproximadamente, 90 mil habitantes mourãoenses.
O Rio do Campo e o Ribeirão 119 - que circundam Campo Mourão - pertencem à Bacia Hidrográfica do Rio Ivaí. Sua microbacia irriga área superior a oito mil hectares, ocupados por cerca de 100 agricultores. O Rio do Campo é responsável pelo fornecimento de 80% da água vendida e consumida por, aproximadamente, 90 mil habitantes mourãoenses.
A equipe do Projeto Itinerante coletou a água do Rio do Campo (foto) o
qual é barrado e constantemente assoreado no Parque Municipal Joaquim Teodoro de Oliveira.
O resultado do monitoramento apontou que a qualidade da água tratada é regular para consumo.
O cenário de degradação pela derrubada da mata, comum nos
anos 60, somado com a mecanização agrícola intensiva ocorrida a partir da
década de 70, resultou nos processo de soltura da terra, retirada da sua cobertura de contenção de enxurradas, assoreamento, redução drástica da
vegetação de mata ciliar, desaparecimento de inúmeras nascentes e várzeas, além do baixo
fornecimento de água potável para as famílias, animais e residentes na zona
rural.
A recuperação do que já foi
danificado e perdido na natureza primitiva, somente práticas como: o
terraceamento mecânico do solo, curvas de nível, adequação de estradas e carreadores,
reflorestamento, corredores ecológicos e gramação das margens dos rios (50m de cada margem), implantação de abastecedores
comunitários, lavagem das máquinas agrícolas fora do leito do rio, adoção do sistema de plantio direto, adubação verde e utilização
de produtos (venenos) seletivos com baixo impacto ambiental para o controle de pragas nas
lavouras e reposição da fauna e da flora, poderão proporcionar o reequilíbrio ambiental a longo prazo, a qualidade do ambiente
produtivo rural e a água própria do Rio do Campo, caso contrário o sistema perecerá pela ação deseducada e gananciosa (falta de conhecimento) do homem.
Água do Rio do Campo - pesquisa 08/11/2013
Dados copilados do relatório de Tiago Felix, Biólogo e educador ambiental:
" Projeto Itinerante - Mata Atlântica é Aqui "
A bacia hidrográfica do Paraná tem 879.860 km² e correspondente a 10,33% do território brasileiro. No Rio Paraná foi construída a Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, maior geradora de energia elétrica do mundo, situada entre as fronteiras do Brasil e Paraguai.
Os principais afluentes do Rio Paraná, que tem 2.570 quilômetros de extensão, são:
- Rio Tietê
- Rio Paranapanema
- Rio Iguaçu
- Rio Paraguai
- Rio Paranaíba
- Rio Grande
- Rio Ivaí – principais afluentes: Corumbataí, Mourão, Rio do Peixe, Rio Belo, Rio Barra Grande, Rio Ivaizinho, Rio Ubazinho, Rio dos Índios, Rio das Antas e Rio do Bulha.
- Rio Aporé
- Rio Pardo
- Rio Amambaí
- Rio Sucuriú
- Rio Dourados
- e Rio Verde
Bacias dos rios do Campo (foto) e Paraná
são as mais poluídas do Brasil
Pesquisas revelam que 47%
dos recursos hídricos brasileiros localizados em áreas urbanas, têm qualidade aquífera: ruim ou péssima.
A qualidade da
água, em 61% dos pontos monitorados pela Agência Nacional de Águas na bacia
hidrográfica do Paraná, é considerada ruim ou péssima e exige medidas corretivas urgentes sob risco de se tornarem impróprias para a vida animal terrena e aquática, até seu desaparecimento.
Água do Rio do Campo - pesquisa 08/11/2013
Dados copilados do relatório de Tiago Felix, Biólogo e educador ambiental:
" Projeto Itinerante - Mata Atlântica é Aqui "
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