Em 25 de setembro de 1893, um grupo de 30 guarapuavanos (dentre eles uma mulher: Lauriana de Paula Marcondes) requereu a posse de 60 mil hectares de terra da região, mas não vieram morar nos Campos do Mourão.
Mapa de 1908 mostra que a metade do Paraná era de terra devoluta
Neste mapa, pela primeira vez, aparece o nome Campo Mourão
O primeiro que se fixou, de
fato, foi Jozé Luis Pereira que depois de idas e vindas, duas erradas de rumo, chegou a cavalo e dois carros de bois aos Campos do Mourão, dia 16 de setembro de 1903, com 11 pessoas da família, de mudança. Fez rancho e morou na região conhecida por Santa Cruz,
à margem direita do Ribeirão 119.
Antes, começo de 1900, foi
aberta uma picada desde Pitanga até Campos do Mourão. Foi por ela que vieram os
Pereira, os Custódio. Depois os de Paula Xavier, a família Walter, os primeiros a tomarem posse de grandes áreas de terra devoluta no sertão do centro oeste do Paraná.
Em 1906 já tinha cerca de 100
pessoas – espalhadas - que moravam pelos Campos do Mourão, entre as
barrancas do Piquiri e do Ivaí, numa distância média de 6 km entre uma e outra.
Foi em 1906, pela picada,
que chegou, também, o primeiro padre (veio a cavalo, desde Guarapuava) - Francisco
Vendder - que rezou a 1ª missa ao pé do Cruzeiro de cedro da Santa Cruz. Na
mesma ocasião fez batizados e casamentos. Foi uma festa no dia 8 de maio de
1906, data consagrada à Santa Cruz de Cristo.
Ainda, em 1906, foi
iniciada a abertura de outro picadão, bem mais largo que ia de Guarapuava, Pitanga,
Campos do Mourão até o Rio Paraná, no sul de Mato Grosso. Começou a ser aberto
em 1906 e concluído em 1910, conhecido por Estrada Boiadeira porque era por esse caminho batido que os boiadeiros guarapuavanos tocavam suas
boiadas e negociavam no Mato Grosso do Sul.
Depois de aberta a Estrada Boiadeira
se vencia os sacrifícios com mais facilidade. Assim, a partir de 1910, pelo
picadão, chegaram as famílias de Jorge Walter e Américo Pereira Pinto e José
Custodio de Oliveira.
Jozé Luis Pereira e sua
família já estava nos Campos do Mourão desde 1903. Os pioneiros moravam todos
longe uns dos outros. Nem se imaginava onde seria traçada a cidade. Também
veio, foi e voltou, Guilherme de Paula Xavier, que tinha posse da fazenda Santa Maria
(região dos rios São João e Ranchinho este ultimo nominado por ele).
Jorge Walter – o
russo – entrou na Gleba São Domingos que tinha requerido no cartório de Guarapuava, no divisor do Rio Sem Passo, região de São Domingos/Estiva, que Ficou mais conhecida como
a “Gleba dos Walter”. Mais tarde: Pranchinha
(Klabin) ao lado direito da estrada Campo Mourão/Roncador (BR-158). Veio com uma tropa de
animais trazida para a região, tocada desde Guarapuava: 654 vacas e bois, 48
cavalos, éguas e mulas, além de 15 cargueiros de sal grosso. A principal
preocupação dos pioneiros era o sal tanto para si como para o gado.
Traziam também sementes
para fazer roças, principalmente, as de milho e feijão, manívias de mandioca e de
cana de açúcar. Praticavam a chamada economia de sobrevivência que
funcionava na base da troca (barganha ou escambo).
Nesse tempo o que valia
ouro era a rapadura, largamente usada pelo pioneiros como moeda de troca nas
casas de comércio de Pitanga e Guarapuava, onde iam trocar seus cargueiros de
alimentos por mercadorias, e o dinheiro era a rapadura.
Rapadura é um doce de
origem açoriana em forma de pequenos 'tijolos', com sabor e composição
semelhantes ao açúcar mascavo, produzida em pequenos engenhos de açúcar. Surgiu como solução para transporte de açúcar em pequenas quantidades
para uso individual. Como o açúcar granulado umedecia e derretia facilmente, os
tijolos de rapadura eram guardados em sacolas de couro (bruacas), transportadas por tropeiros e viajantes e, assim, resistiam durante meses as mudanças atmosféricas.
A rapadura é feita a partir da cana-de-açúcar
após sua moagem, fervura do caldo, moldagem e secagem. É considerado um alimento de grande valor nutritivo.
O nome rapadura, uma variação de
"raspa dura" originou-se da raspagem das
camadas espessas de açúcar presas às paredes dos tachos utilizados para a
fabricação do melado e do açúcar mascavo.
Canavial
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