- O verão siquer começou e já falam em outono,
disse-me o homem de certa idade sentado ao meu lado, ali no banco da praça e a catedral a nos contemplar.
– Por quê
apressamos tanto a vida? Perguntei.
– É porque
nós sempre queremos estar em outro lugar. – ele disse – Em algum lugar adiante
do nosso tempo, onde pensamos que as coisas estarão melhores do que estão aqui... agora.
– Nós
nunca vivemos no aqui e agora. Vivemos sempre no futuro, né?! Comentei eu.
–
Alguns
vivem no passado porque pensam que seria melhor. E não é. Acrescentou ele.
– Então,
derrotados por sonhos desfeitos, eles não vislumbram nenhum futuro,
odeiam o presente e acreditam que o que eles tiveram, há anos, era o melhor que
poderiam ter. - Ele disse.
Olhando para aquele homem simples e sábio, você pensaria que ele nunca deixaria o passado.
Vestia uma camisa surrada de algodão, branca e mangas longas, suspensório marrom a segurar as calças de brim e um chapéu de palha bem usado, com uma fita preta ao redor. Seu cabelo branco, longo é o suficiente para formar uma onda que quase cobre suas orelhas e a nuca.
– E você, onde está hoje? – Perguntou-me ele.
– Veja.
Bem aqui. Estou falando com você e aproveitando cada minuto de sua sabedoria.
Ele sorriu. - Sábio eu? Bondade sua! Sou eterno aprendiz!
Ele sorriu. - Sábio eu? Bondade sua! Sou eterno aprendiz!
– Mas eu admito que há vezes em que o “estar aqui” não é suficientemente bom. Creio que flutuo de um lado a outro no tempo. Tive grandes momentos que me trouxeram para o presente alguns desafios, esperanças e sonhos que fazem achar-me perdido em pensamentos sobre o amanhã. - Revelei a ele na tentativa de 'jogar' aberto.
– Alguém certa vez me contou que é bom reviver o ontem, apenas não se deve ficar parado no tempo e nas lembranças – disse com uma risadinha. – o melhor lugar para se estar é aqui, hoje... agora! Acredite!
– E você bom homem? Onde está hoje? Perguntei.
Nisso fomos interrompidos pelo som da voz doce de uma menina se aproximando e chamando:
– Vovô!
Vovôô!
Ele levantou-se acenou e gritou:
–
Aqui, meu
amorzinho!
A abraçou dizendo-me com brilho nos olhos: Esta é minha neta! Hoje é agora e temos nosso piquenique no Parque... Tchau e até mais ver!
Fiquei
sentado ali por mais um longo momento observando-os descer a Rua Brasil em direção ao bonito gramado perto
do lago do Parque Municipal, pequena cesta de piquenique no braço, mãos dadas e
tagarelando muito, igual papagaio.
Concluí que ele está certo. O melhor lugar para estar é agora, no presente. Mas estranhamente, eu podia ver o todo: o ontem e o hoje, em um só momento, durante nossa breve e profícua prosopopeia.
Existe o
passado inegável, o presente incontestável e o futuro misterioso bem ali adiante de nós. É a vida que segue e o mundo que gira. O importante é não parar... é viver o agora e encarar com fé e paz o amanhã. O resto Deus Faz!
E você que me leu,
onde está?
Por quê
não num piquenique no Parque ou na Usina Mourão?!
Com nossa família fizemos muitos piqueniques na Usina e ali no Parque quando este ainda era reserva de mato nativo. O gostoso 'churrasquinho' era servido por mim na base da sodinha, pão francês crocante (efeito do proscrito bromato) e linguiça caseira assada com espetinho de galho verde, na brasa viva.
Era tão bom!
Faz tempo, mas parece que foi ontem, ou agora a pouco? -Sei lá! -Mas foi!
Com nossa família fizemos muitos piqueniques na Usina e ali no Parque quando este ainda era reserva de mato nativo. O gostoso 'churrasquinho' era servido por mim na base da sodinha, pão francês crocante (efeito do proscrito bromato) e linguiça caseira assada com espetinho de galho verde, na brasa viva.
Era tão bom!
Faz tempo, mas parece que foi ontem, ou agora a pouco? -Sei lá! -Mas foi!
Parque Joaquim Teodoro e Usina Mourão
Campo Mourão - PR
...
saudades!
ResponderExcluirsaudades!
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